Reportagem/Notícias Agrícolas
Nos próximos meses, o Brasil vivenciará uma intensa colheita da safra 24/25 de soja, que coincidirá com o final do ano-safra, momento em que os produtores precisam fechar as contas para conseguir financiar a safra seguinte.
Levando em consideração que a previsão desse ciclo é de uma produção de 170 milhões de toneladas, essa sobreposição deve impactar significativamente a formação de preços da commodity e a estratégia de vendas de grãos dos produtores no mercado, um momento conhecido como Farmer Selling.
“É uma questão de oferta e demanda. O produtor não comercializa 100% da produção no mercado futuro, até por segurança, já que uma eventual quebra de safra inviabilizaria a venda total. Assim, parte da produção é armazenada e vendida em momentos estratégicos. Contudo, uma parcela significativa precisa ser negociada ao final do ciclo, quando há maior pressão negativa nos preços”, explica Aaron Edwards, diretor do Sistema Manancial Consultoria.
As instabilidades climáticas foram o principal fator por trás dessa condição desfavorável, causando atrasos significativos na colheita. No sul do país, a estiagem prolongada gerou relatos de perdas, especialmente nas áreas mais afetadas.
Já no Centro-Oeste ocorreu o inverso, o excesso de chuvas resultou em menor incidência de luz solar e dificuldades no uso de máquinas agrícolas. Mato Grosso registra o início de colheita mais lento da série histórica.