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Artigo Segunda-feira, 10 de Julho de 2017, 00:00 - A | A

10 de Julho de 2017, 00h:00 - A | A

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Idosos estão muito mais ativos



A expectativa de vida tem aumentado muito em todo o mundo. Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou estudos mostrando que a expectativa de vida aumentou cinco anos entre 2000 e 2015, o crescimento mais rápido desde 1960.
Um dos fatores que também deve ser levado em consideração, e que contribuem para esse aumento, é a evolução da medicina nos últimos anos. Temos, hoje em dia, modernos antibióticos que têm resolvido diversos tratamentos, contribuindo para a melhora das condições de saúde e, consequentemente, para as pessoas terem mais perspectiva de vida.
Porém, o mundo, tampouco o Brasil, está preparado para essa mudança de cenário. As pessoas, de maneira geral, não estão conscientes de que essa mudança vai fazer uma revolução na vida de todos. Vemos, ainda, muitas pessoas que, quando pensam em chegar aos 50, 60 anos de idade, já pensam que serão velhas. Há 30, 40 anos uma pessoa que tinha 60 anos, por exemplo, era considerada velhinha.

Isso mudou. Hoje, as pessoas com 60, 70, 80 anos estão muito ativas e vigorosas. A maioria das pessoas precisa pensar que ela viverá, pelo menos, até os 80 anos. E isso muda tudo.
Eu me lembro muito do caso de um herdeiro milionário brasileiro, que tinha uma fortuna, e, no final da vida, ficou pobre. E as pessoas perguntavam para ele por que ele tinha ficado pobre. E ele sempre dizia que foi o erro da expectativa de vida. Ele, que era um dos herdeiros mais ricos na época, fez as contas e achava que as pessoas morriam, em média, aos 50 anos. Como ele nasceu no começo do século passado, a expectativa de vida era outra, de que as pessoas não passassem dos 50 anos. Como ele já estava com quase 70 anos, gastou toda a fortuna e sobrou vida no fim do dinheiro.
Os idosos de hoje em dia são muito mais ativos em relação aos idosos de antigamente, quando as pessoas tinham um caminho determinado: esperar a morte. Antigamente, era muito comum as pessoas com 50, 60 anos serem consideradas idosas. Elas não tinham atividade produtiva ou profissional. Tudo muito diferente dos dias atuais.

Roberto Shinyashiki é médico psiquiatra, com especialização em Administração de Empresas (MBA USP), é consultor organizacional, palestrante e escritor

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