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Artigo Quarta-feira, 23 de Agosto de 2017, 00:00 - A | A

23 de Agosto de 2017, 00h:00 - A | A

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O exemplo de Guarantã do Norte



Política sempre foi assim... Norteada por artimanhas e golpes baixos. Às vezes, rasteiros.   Política não é para freiras e nem para amadores. Esta é uma frase que ouvimos desde os primeiros anos de nossas vidas. Na verdade, ainda na Grécia antiga, os políticos já usavam as mesmas retóricas, com base na honestidade e em promessas, para se posicionarem diante dos eleitores.  
Os pensadores observam que o homem sempre teve tendência ao contraditório. Discordar é inerente ao ser humano. E sempre tiveram os que se ergueram contra os regimes e seus governantes. Na antiguidade eram chamados de rebeldes. Com a evolução da sociedade moderna, encontraram um nome mais suave e os rebeldes passaram a ser chamados de oposição. 
Todavia, ao longo da história, as oposições vem exercendo um papel relevante na construção dos direitos elementares dos povos.  Pois o bom combate deve fazer parte do processo político, principalmente quando o objetivo é a defesa dos interesses da sociedade.  Divergência de opiniões é o que rege o princípio da democracia. Para haver democracia tem que haver oposição.
A oposição equilibra as ações dos governos e faz com que governadores, prefeito e secretários, não se acomodem em suas cadeiras, ou tenham liberdade para querer e fazer sem serem submetidos a qualquer contestação. Portanto, a contradição é extremamente necessária.
Digo isto para ressaltar o exemplo de Guarantã do Norte em que situação e oposição estão cumprindo muito bem os seus papéis. De um lado está um prefeito atuante, resguardado por 5 vereadores que agem em sua defesa. De outro, a oposição que sempre está vigilante. 
O prefeito Érico sabe que tem que se esforçar para fazer a coisa certa. Caso contrário, os vereadores de oposição estão na espreita, prontos para atacar em qualquer eventualidade. E isto é bom para a própria administração do município. Se ele é bem intencionado e quer fazer o que é certo, sabendo do posicionamento da oposição, vai procurar fazer melhor possível. 

Estes embates que vem acontecendo em Guarantã do Norte entre os dois grupos políticos, situação e oposição, é absolutamente normal e faz parte do jogo político e do processo democrático. 

Na maioria dos municípios da região, os prefeitos não passam pelo grivo da oposição. Os vereadores que compõem o poder Legislativo, geralmente são parlamentares pusilânimes, despreparados, que se vendem e ignoram os interesses da população na hora de votar os projetos. Em Guarantã, oposição e situação cumprem com suas respectivas funções. 
Terá alguns vereadores que não conseguirão sobreviver politicamente no final dos 4 anos e terão uma resposta negativa na próxima eleição. O que é normal neste contexto. A opinião pública tem forma peculiar de assimilar o comportamento de cada um de seus representantes. 
Mas o papel da oposição é da pau mesmo! E da base é defender o prefeito...
A contradição exposta para a sociedade através dos discursos opositores, faz o cidadão observar os atos do governo e formalizar sua opinião. Um município onde a oposição é frágil, os governantes se sentem à vontade para tomar suas decisões. Sejam boas ou ruins. 
No entanto, desconfie da idoneidade de um vereador que se elegeu na oposição, mas que se transfere para o mesmo partido do prefeito, ou vota todas as matérias do executivo municipal.  
Porém, a cooptação de vereadores pelo poder executivo é um processo normal dentro da política. Os prefeitos precisam de uma base sólida para aprovar seus projetos. E muitas vezes, os meios usados para construir esta base, não são nada ortodoxos. São as regras do jogo.
Guarantã do Norte é um exemplo que a renovação política é extremamente importante. A qualidade da Câmara melhorou nesta Legislatura.
 Só faltou mesmo o vereador Gilmar Assis e a vereadora Edileuza Ribeiro, figurinhas carimbadas da política local, perderem a eleição! 

José Vieira do Nascimento é diretor e editor de Mato Grosso do Norte. 
E-mail: [email protected] 

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