Jornal Mato Grosso do Norte
José Vieira do Nascimento
Editor de Mato Grosso do Norte
O Aeroporto Municipal de Alta Floresta, Osvaldo Marques Dias, corre novamente o risco de sofrer interdição, caso o governo estadual não resolva as notificações determinadas pela ANAC- Agência Nacional de Aviação Civil.
O secretário de Administração da prefeitura de Alta Floresta, Claudinei de Jesus, afirmou à Mato Grosso do Norte que as restrições apontadas pela ANAC, são de responsabilidade do governo estadual, porque ocorreram quando o aeroporto estava sob domínio do Estado.
“O aeroporto foi transferido para o município, oficialmente, há 15 dias. E as problemáticas são retroativas a 2014 e 2015. Portanto, de competência do governo estadual já que ocorreram quando a responsabilidade do aeroporto era do Estado”, frisa Claudinei.
São vários os apontamentos feitos pela a ANAC de itens que não estão em conformidades. Em setembro de 2015 foi feito uma vistoria em que foi constatado que haviam irregularidades na cerca de proteção do aeroporto, que estava sem as placas de informação que a área é militar.
Outra irregularidade grave foi a falta de Manual de Gerenciamento do aeroporto. Segundo o secretário de administração da prefeitura de Alta Floresta, por causa destas falhas, o Estado foi multado em cerca de R$ 70 mil e já foi notificado da ocorrência.
As multas estão em fase de homologação, que é o período em que a ANAC analisa a defesa feita pelo governo estadual. Caso a defesa não seja aceita, as multas são homologadas.
A notificação mais grave e que poderá resultar na interdição do aeroporto e paralisação dos voos, vem sendo protelada há um ano e meio pelo governo estadual. A ANAC notificou o Estado de Mato Grosso a contratar uma empresa para fazer uma vistoria para verificar a medição de atrito e a necessidade de se fazer o desemborrachamento da pista de pouso do aeroporto.
O prazo estabelecido pela ANAC para resolver estas notificações é final de fevereiro. Entretanto, conforme Claudinei, o Estado pediu prorrogação. “O pedido do Estado está sendo analisado pela ANAC. Caso não seja aceito e o Estado não tome as providências, corre-se sim o risco dos voos serem interrompidos. Mas acredito que o Estado vai resolver o problema”, enfatiza Claudinei.
ado está contratando uma empresa, em regime de urgência, para fazer o levantamento da situação da pista e saber se será mesmo preciso fazer o desemborrachamento.
“Estive em Cuiabá para tratar desta questão. Nós acreditamos que não será preciso fazer o desemborrachamento. Mas, mesmo que seja, acredito que o Estado irá resolver e assumir a sua responsabilidade. O valor da vistoria é em torno de R$ 60 mil assim como o desemborramento, se precisar ser feito, será, aproximadamente, neste mesmo valor, totalizando um investimento de R$ 120 mil”, observa Claudinei.
Investimento – Com a administração do aeroporto passando para o município, através de um convênio, onde o governo estadual assumiu o compromisso de repassar R$ 60 mil mensais para a sua manutenção, Claudinei assegura que a prefeitura de Alta Floresta irá trabalhar para melhorar a infraestrutura do terminal aeroportuário.
Conforme ele, o deputado estadual, Nininho vai destinar uma emenda para aquisição da esteira e do raio X do aeroporto de Alta Floresta. O compromisso assumido pelo deputado é para que a emenda seja liberada este ano.
Reforma e ampliação – O projeto de reforma e ampliação do aeroporto Osvaldo Marques Dias, através de recursos do Branco do Brasil, conforme Claudinei, está em andamento. Ele disse que já foi feita a licença ambiental da área e a prefeitura está aguardando a licitação da obra.
O projeto foi anunciado em 2014 e deveria ser iniciadas em 2015. No entanto, não existe previsão de quando o mesmo irá iniciar. “É um projeto do governo federal e acreditamos que irá sair. Só não sabemos quando, em função do contingenciamento de recursos por parte do governo”, observa o secretário.
Com o anúncio da Azul Linhas Áreas que vai suspender o voo noturno para Alta Floresta, Claudinei acentua que a administração municipal vai fazer um trabalho no sentido de conseguir uma empresa para fazer a rota para a cidade.
Neste sentido havia uma manifestação da Passaredo, que tinha solicitado autorização à ANAC para fazer a rota Sinop, Alta Floresta, Brasília. No entanto, até agora a empresa não confirmou se vai começar a atuar nesta rota. Claudinei acredita que, como o voo seria noturno e a equipe de funcionários da Infraero responsável pelo controle da torre do aeroporto é pequena, a autorização pode ter sido negada. (Mato Grosso do Norte tentou contato com o chefe da Infraero em Alta Floresta, para confirmar a informação, mas não com conseguiu).
A Azul, que passa por crise financeira, entrou com pedido de cancelamento de várias rotas onde vem atuando. Além do voo noturno de Alta Floresta, a Azul pediu cancelamento para voos em diversas regiões do país. Entre estas está Sinop, Cacoal (RO), Rio Branco (ACRE) e Santarém e Altamira (PA).
De acordo com informações do site da empresa, os últimos voos noturno que a Azul fará para Alta Floresta será no dia 3 de abril, saindo de Cuiabá para Alta Floresta. E no dia 4 de abril de Alta Floresta com retorno à Cuiabá..
