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Atualidades Quarta-feira, 02 de Dezembro de 2020, 00:00 - A | A

02 de Dezembro de 2020, 00h:00 - A | A

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Desmatamento na Amazônia cresce pelo 4º ano



Cristina Amorim /  IPAM

 

Os dados preliminares do sistema anual Prodes anunciados hoje pelo vice-presidente Hamilton Mourão mostram que, pelo quarto ano consecutivo, a taxa de desmatamento na Amazônia cresceu em relação ao ano anterior; é o número mais alto já registrado nos últimos 12 anos.

Entre agosto de 2019 e julho de 2020, o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) registrou 11.088 quilômetros quadrados derrubados de floresta, ou 9,5% a mais do que foi observado no período anterior. Esse número ainda tende a subir na versão final no monitoramento, a ser liberada no primeiro semestre de 2021.

Segundo Mourão, tal qual em 2019, 30% do desmatamento aconteceu em florestas públicas não destinadas, áreas que não foram ainda designadas para conservação ou uso privado e estão sob a tutela dos governos federal e estaduais. É um sinal claro de grilagem, que exige uma ação urgente do poder público.

Até 2018, 23% dos quase 500 mil km2 de florestas não destinadas, aproximadamente 116 mil km2, estavam registrados irregularmente como de uso particular no Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (SICAR). É uma tentativa de grileiros forjarem propriedade sobre uma área invadida e buscar a regularização.

O desmatamento acumulado, até 2018, nessas florestas públicas somava 26 mil km2, a maior parte justamente nas áreas griladas. Os dados são parte de um artigo científico publicado no ano passado por pesquisadores do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e da Universidade Federal do Pará.

“As florestas públicas não destinadas devem ser preservadas, pois elas são fundamentais para manter o equilíbrio climático e hídrico da Amazônia. É urgente que o desmatamento ali seja interrompido e que essas áreas sejam protegidas”, afirma o pesquisador sênior do IPAM, Paulo Moutinho, que estuda essas áreas. “Temos observado o crescimento do desmatamento nessas florestas públicas nos últimos anos, sem que ações efetivas sejam tomadas para coibir a invasão ilegal do erário e a dilapidação de um patrimônio público de todos os brasileiros.”

Boa parte da ocupação das florestas não destinadas é voltada para a especulação imobiliária. Com frequência, quem invade inicialmente vende aquela terra, com todos os passivos ambientais, para continuar lucrando com novas grilagens.

Mato Grosso- O Estado de Mato Grosso manteve o desmatamento sob controle freando a tendência de aumento em toda Amazônia Legal. De acordo com o projeto de Monitoramento do Desmatamento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes) divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) nesta segunda (30), Mato Grosso atingiu 1767 km² de desmatamento em 2020.

 

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