Laice Souza e Lucas Rodrigues
Secom/MT
O governador Mauro Mendes pediu para que os Estados que compõem a Amazônia Legal passem a cobrar os países envolvidos nos acordos de preservação ambiental, no que tange aos créditos obtidos com a redução da emissão do dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.
Mendes participa nesta semana do Fórum dos Governadores da Amazônia Legal, que é composto, além de Mato Grosso, pelos estados do Acre, Amapá, Pará, Amazonas, Rondônia, Roraima, Tocantins e Maranhão (estado onde ocorre esta edição do Fórum).
Durante a cerimônia, o chefe do Executivo Estadual destacou que Mato Grosso possui créditos acumulados sobre a redução de mais de 1 bilhão de toneladas de CO2, que “já está verificado pelo Conaredd (resoluções verificadas nº 6 e nº 14).
“Apesar disso, nunca houve pagamento desses créditos. É importante que todos os Estados unifiquem essas informações e quem não fez aprender a metodologia, porque na COP 25 precisamos chegar e dizer que temos um bilhão de toneladas de redução, mas não temos o pagamento por isso”, explicou.
Mendes também citou os avanços do Estado no combate ao desmatamento ilegal, por meio da ferramenta Imagens Planet. De acordo com ele, é preciso que os demais estados também implementem este sistema, que faz o monitoramento do desmate praticamente em tempo real.
“Se o cidadão fizer um desmatamento acima de meio hectare, o sistema dá o alerta para acionar e ligar para o cidadão. O cara se assusta todo. E isso tem produzido resultados extremamente relevantes, porque você monitora ele durante três ou quatro dias e vê que o desmatamento cessou. Essa ferramenta não tem um custo alto”.
“Há mecanismos internacionais que podem ajudar o Estado nesse financiamento. Em Mato Grosso fizemos isso por meio do programa REM. Já conseguimos praticamente 5 milhões de euros, 6 milhões de libras e finalizando uma segunda liberação na ordem de 10 milhões de libras no programa REM. Que é pagamento por resultado, sem a transferência de crédito, que é uma modalidade mais simples, que pode ser operacionalizada com mais tranquilidade”, afirmou.
Ainda em sua fala, o governador de Mato Grosso ressaltou que é preciso explicar melhor para a população a diferença entre as variações de desmatamento, uma vez que nem todo desmatamento, por si só, é ilegal.
“Hoje no Brasil se divulga todos os anos o aumento do desmatamento. E nos últimos meses recebemos notícias que não são positivas para a imagem da Amazônia, que é do aumento do desmatamento. Importante salientar que nunca foi qualificado esse número. Desse número, o que é desmatamento legal? O que é desmatamento irregular? Uma coisa é o cidadão ter mil hectares, ter o direito de desmatar legalmente 200 hectares, e ele às vezes faz isso sem a autorização legal do órgão ambiental. Isso torna aquele desmatamento não ilegal, mas irregular. Porque ele teria o direito de desmatar 200 hectares”, ponderou.