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Atualidades Sexta-feira, 10 de Julho de 2020, 00:00 - A | A

10 de Julho de 2020, 00h:00 - A | A

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Indígenas de MT no novo epicentro da pandemia de covid-19



BBC

O cacique Domingos Mãhörõ, de 60 anos, foi a 36ª vítima do coronavírus entre os povos indígenas xavantes. A liderança foi sepultada na terça-feira, 6/7, na Terra Indígena Sangradouro, em Mato Grosso. Todos que se envolveram no transporte e sepultamento de Domingos estavam sem os equipamentos de proteção individual (EPI) adequados. A proteção de seus corpos se deu apenas pela pintura tradicional denominada segredo dos homens, um anteparo simbólico que integra a cerimônia tradicional de luto dos A'uwê Uptabí", o povo autêntico, como estes se autodenominam.
Os xavantes são o terceiro grupo indígena mais atingido pela pandemia da covid-19 no país. São mais de 200 casos de infecção confirmados, e 36 óbitos. Eles vivem em Mato Grosso, considerado pela Fundação Oswald Cruz (Fiocruz) o epicentro da pandemia no Brasil, com um aumento de mortes provocadas pela covid-19 de 454,55% em junho.
Desde o agravamento dos casos, os indígenas clamam por ajuda, mas poucas ações chegaram de fato às aldeias. "Não temos álcool gel, termômetros, nem máscaras. Já pedi que nos dessem aventais e outros equipamentos de proteção para os sepultamentos, mas até agora nada. Não podemos esperar, logo é assim mesmo, os sepultamentos estão em condições precárias de segurança para os coveiros", diz Clarêncio Urepariew, chefe do Conselho Distrital de Saúde Indígena Xavante (Condisi).
A situação é a mesma em todas as aldeias indígenas de Mato Grosso. Falta assistência para os povos indígenas. 

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