Reportagem
Mato Grosso do Norte
No dia 10 de outubro, o Sindicato dos Madeireiros do Extremo Norte de Mato Grosso - Simenorte- completa 23 anos de fundação. A entidade, que atua na defesa dos interesses das empresas de base florestal, agregando mais de 60 indústrias dos seis municípios da região de Alta Floresta, tem desempenhado um papel importante para ajudar as empresas superar os entraves, principalmente com relação a legislação.
Importância - O presidente do Simenorte, Ednei Blasius, que está concluindo o segundo mandato, destaca a importância do Sindicato para dar suporte aos empresários do setor, atuando interligado com o Cipem - O Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso - e o Fórum Nacional de Base Florestal - FNBF.
Para ele, a importância do trabalho desenvolvido pelo Sindicato é primordial para ajudar a dar encaminhamento as demandas do setor. “Se não existisse os sindicatos que formam o Cipem, que por sua vez forma o Fórum de Base Florestal, as indústrias madeireiras do Estado de Mato Grosso e até mesmo a nível nacional, estariam em decadência. Às vezes a gente não percebe o tamanho da grandeza do trabalho dos sindicatos. É extremamente importante para todos”, enfatiza Ednei.
Avaliação - Ele faz uma avaliação bastante positiva destes 4 anos que estão sendo completados na presidência do Simenorte, com conquistas de grande importância para o segmento. “Foi um trabalho interessante com a ajuda de todos os associados, porque ninguém faz nada sozinho. O sindicato absorve as demandas setoriais da região, que nas maiorias dos casos são similares as demais regiões de Mato Grosso, organiza as informações e manda para o Cipem quando são de nível estadual, e quando de nível federal vai para o Fórum Nacional, para buscarmos as soluções”, esclarece.
Conforme Ednei, uma conquista importante é a alteração da resolução 411 do Conama, que vai desburocratizar as vendas de madeira. Com a mudança, as emissões de notas fiscais e Guias Florestais, não precisarão mais explicar quais são as madeiras que estão sendo transportadas, sendo necessário apenas informar, simplesmente, que é madeira serrada.
Outra grande conquista mencionada por Ednei, que vem sendo buscada há 2 anos, são as alterações nas taxas ambientais. Vão ser alteradas a taxa de manejo florestal, que será proporcional ao tamanho da área manejada. “Conseguimos uma redução significativa nas taxas de guias florestais. Hoje, tem que se emitir uma taxa de quase R$ 40,00 por carga de tora ou por carga de madeira serrada. Este valor vai reduzir para cerca de R$ 7,00. E tem as licenças de operação, de manejos e todas vão ter uma redução significativas, que representa economia no bolso do empresário”, pontua.
O presidente também destaca que o Sistema de Mato Grosso vai se integrar a nível nacional com o Sinaflor [Sistema Nacional de Controle da Origem dos produtos Florestais], que também representa avanços importante para o setor.
“O grande gargalo do setor de base florestal ainda é os entraves burocráticos da Legislação, mas estamos conseguindo avançar bastante”, observa Ednei.
Também foram aprovados a prorrogação de manejos para o próximo ano. “Com a situação da pandemia, muitas empresas paralisaram as atividades e deixaram para comercializar a madeira em outro momento. Por isso é importante a prorrogação dos manejos”, disse.
A pauta de preço mínimo da madeira, dentro do Estado de Mato Grosso foi derrubada. De acordo com Ednei, o preço da madeira agora no Estado é de negociação livre, o que é bastante positivo para as empresas do setor.
O Sindicato, através do trabalho de sua diretoria, conseguiu a liberação para comercialização da espécie Piquiarana. Ednei explica que somente no Estado de Mato Grosso havia uma interpretação errada desta espécie e ela era proibida ser comercializada dentro do Estado.
“No Pará, Amazonas, Rondônia e demais Estados é liberado do Piquiá. Dentro de Mato Grosso não era e conseguimos liberar”, acentua.
Outra ação que está sendo empreendida é a divulgação de mídias a nível nacional e internacional para mostrar o que é a legislação, as etapas usadas para fazer os manejos florestais e como é feita a colheita da madeira, para mostrar que a atividade colabora com a preservação do Meio Ambiente.
Selo - Os sindicatos junto com o Cipem estão criando um selo de certificação para as madeireiras do Estado de Mato Grosso, através do instituto IDH, que funcionará com um FFC [número categorizado]. “Como a maior parte das florestas é particular e o custo de fazer um FFC é alto, estamos fazendo, através da rastreabilidade. Vamos tentar conseguir um selo de comprovação de procedência da madeira”, explica.
Ação - No início da pandemia do covid-19, o Simenorte fez uma ampla divulgação de informações, com distribuição de uma série de materiais, como máscaras e álcool gel para combater o coronavírus nas empresas.