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+Saúde Sexta-feira, 21 de Fevereiro de 2025, 08:44 - A | A

21 de Fevereiro de 2025, 08h:44 - A | A

+Saúde / Alcoolismo

Veja relatos de pessoas que travam luta diária para evitar o ‘1º gole’

O A.A [Alcoólatras Anônimos] em Alta Floresta acolhe pessoas que lutam para superar e controlar a doença do Alcoolismo



Ilson Machado
Mato Grosso do Norte

18 de fevereiro foi instituído como o Dia Nacional do Combate às Drogas e ao Alcoolismo. A criação dessa data tem como objetivo esclarecer a população sobre os danos que o consumo de bebida alcoólica e de drogas provoca no organismo do ser humano. E o quanto as drogas lícitas e ilícitas são prejudiciais para a vida física, financeira, conjugal e social, das pessoas que se deixam levar pelo vício, tornando-se dependentes químicas.

A dependência em drogas é considerada pela Organização Mundial da Saúde – OMS uma doença. O consumo de drogas ilícitas acomete cerca de 5% da população mundial, entre 15 e 64 anos de idade, conforme a OMS.

Para entender um pouco mais desse universo de anônimos que buscam a sobriedade através da união, e de expor suas experiências com a bebida e outras drogas, a reportagem do jornal Mato Grosso do Norte, esteve acompanhando uma reunião dos alcoólicos anônimos de Alta Floresta.

Os integrantes do grupo de alcoólicos anônimos de Alta Floresta, [Grupo Perseverança] tem um só pensamento quanto ao alcoolismo. Para eles, o vício é uma doença que não tem cura, mas pode ter controle total, desde que a pessoa esteja realmente interessada em não beber mais.

Levam muito a sério o lema de “Evite o Primeiro Gole só por Hoje”. Assim dia após dia, eles vão se distanciando do álcool, resgatando uma vida saudável e integrada à sociedade. Para exemplificar os alcoólicos anônimos é uma irmandade de pessoas que compartilham, entre si, suas experiências, forças e esperanças, a fim de resolverem seu problema comum e ajudarem outras pessoas a se libertarem do alcoolismo.

Dentro da reunião do A.A, constantemente se ouve afirmações de que, o ‘vício da bebida é uma doença, cujo o remédio entra pelos ouvidos e o veneno sai pela boca’. Por isso, os integrantes do A.A ouvem os relatos dos demais e expõem também suas derrotas e suas vitórias contra o álcool. Para eles, o A.A não é a porta do céu, mas é a saída do inferno.

O A.A é uma entidade que não está ligada a nenhuma religião, nenhum movimento político e nenhuma organização ou instituição. O único propósito é se manter sóbrio e ajudar outros alcoólicos a encontrar a sobriedade.

“No caso da minha família o A.A só ajudou porque tínhamos vários problemas. Por ter um pai que era alcoólatra e hoje temos um pai restaurado, sóbrio com o qual a gente tem o prazer de sentar e conversar por várias horas. Algo que antigamente a gente não conseguia, porque meu pai bebia desde os 16 anos. E desde de setembro do ano passado, que foi quando começamos a frequentar as reuniões, ele não colocou mais bebida alcoólica na boca, graças aos encontros aqui. Então, para a gente o A.A foi fundamental”., disse senhora L.A.M de 48 anos, que faz questão de acompanhar o pai nas reuniões do A.A.

P.R.R de 65 anos. Sempre travou uma luta contra o vício da bebida. Ele reconhece que é doença, mas que todo mundo esconde. E nos alcoólatras Anônimos encontra a ajuda a se manter firme e resistir a bebida. E não esconde a felicidade por estar sóbrio.

“Eu já vi muitas pessoas que vieram para o A.A e permaneceram e outras se foram por não acreditarem que estavam doentes e outras até morreram em consequência do consumo de álcool. Às vezes é preciso a pessoa tomar um susto para acreditar na recuperação através do A.A”, conta.

“Tenho uma vasta experiência com Alcoólicos Anônimos com duas chegadas. A primeira não acreditava que eu era impotente perante o álcool e que havia perdido o domínio da minha vida. Na segunda vez foi em 1993, eu vim praticamente sozinho e admiti que tenho impotência perante o álcool e que não dominava minha vida. Descobri que sou um doente alcoólico, nunca mais deixei o A.A. Quem frequenta as reuniões evitando o primeiro gole só por um dia, permanece sóbrio”, aconselha ele.

Já R.F.S, de 49 anos, também conta sua experiência. Ele, atualmente, atua como CTO [Comitê Trabalhando com os Outros] do distrito do A.A. Na noite de segunda-feira (17/02) R.F.S esteve coordenando a reunião do A.A em Alta Floresta.

“Faz 7 anos que eu estou frequentando o A.A com duas chegadas. É muito difícil a gente admitir que não tem forças para lutar contra o álcool. Às vezes é necessário chegarmos ao fundo do poço para entendermos que não temos o domínio da nossa vida quando nos curvamos para o álcool. Descobri que não tinha mais jeito de continuar naquela vida. E venho vivendo, evitando o primeiro gole só por hoje, porque, só por hoje, fica mais fácil de vencermos a batalha”, relata.

Por causarem dependência física, psicológica e crise de abstinência, o uso abusivo de drogas e álcool, é uma doença de difícil tratamento. Por isso, as ações educativas e preventivas por partes dos órgãos de saúde são planejadas e direcionadas para o desenvolvimento humano.

À prática de Esporte, o lazer e o efeito multiplicador de informações sobre bebidas alcoólicas e drogas, também são necessárias.

Conheça o Grupo Perseverança do A.A de Alta Floresta na Av. Bom Pastor, 655 Ne – B, sala anexa à Igreja Católica do Bairro Bom Pastor. Reuniões todas as segundas e sextas-feiras às 19h.

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