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Carros Sábado, 17 de Dezembro de 2022, 16:25 - A | A

17 de Dezembro de 2022, 16h:25 - A | A

Carros / Ranger FX4

Combinado aventureiro

Ford Ranger FX4 valoriza atitude off-road sem abrir mão do conforto



por Eduardo Rocha
Auto Press

Na lógica de produção, os fabricantes criam versões que aglutinem o maior número possível de potenciais consumidores. No caso de modelos de segmentos superiores, no entanto, as marcas aumentam o número de variações para oferecer configurações quase personalizadas. Um bom exemplo é a Ford Ranger. A picape média oferece nada menos que nove versões diferentes, que começam na trabalhadeira XL cabine simples e vão até a top Limited, com preços que vão de R$ 230 mil a R$ 330 mil. Por conta da versatilidade do modelo, nas faixas mais altas aparecem versões que privilegiam o conforto, o uso em asfalto ou o uso no off-road. Já a versão FX4 busca satisfazer quem busca tanto um bom conteúdo quanto uma certa capacidade para o fora de estrada.

O nome FX4, que se origina no código interno da Ford para modelos da série F com tração 4X4, designa exatamente as versões com pegada off-road recheadas com itens de conforto. O preço, de R$ 308.190 é exatamente o mesmo da versão XLT e ambas têm os mesmos equipamentos. Originalmente, a FX4 chega com rodas aro 18 e pneus ATR, mas por conta da proposta off-road, é a única versão da gama que oferece um opcional de fábrica: rodas aro 17 e pneus Pirelli Scorpion AT+, iguais aos da Storm, que acrescentam R$ 2 mil ao preço final.

O recheio da FX4 inclui direção, travas, vidros e espelhos elétricos, ar-condicionado digital de duas zonas, interior em couro com costuras em vermelho, banco do motorista com ajuste elétrico e lombar, sensor de chuva, câmera de ré e sensor de estacionamento traseiro, painel com duas telas de LCD, central multimídia com tela de 8 polegadas com espelhamento com cabo via Android Auto e Apple CarPlay, sistema de conectividade FordPass Connect, com informações e comandos remotos via celular.

A FX4 valoriza um visual mais esportiva, com detalhes em preto brilhante na grade, na placa de proteção dianteira e nas rodas. A grade em si recebe um desenho específico, com um fundo em tela e o oval da Ford fixado ao centro. Os faróis têm máscara negra e são full led com projetores. Adesivos e o emblema FX4 em vermelho identificam a versão, que ainda recebe um santantônio tubular e alargadores de para-lamas. A Ford desenvolveu um snorkel específico para a FX4, vendido como acessório, mas que não altera a capacidade de imersão do modelo – que é de impressionantes 80 cm.

Sob o capô, a FX4 traz o motor mais poderoso da linha: Duratorq turbodiesel de 3.2 litros, que gera 200 cv e torque de 47,9 kgfm, gerenciado por uma transmissão automática de seis marchas, com tração 4X2, com acoplamento 4X4, reduzida e bloqueio do diferencial traseiro. O propulsor passou por modificações para responder à fase L7 de emissões do Proconve e recebeu um sistema redução catalítica, que utiliza o reagente Arla 32 nos gases de escape.

 

Ponto a ponto

Desempenho – O motor 3.2 de 200 cv e 48 kgfm de torque é bem convincente e permite que a Ranger enfrente com facilidade todo tipo de situação. No ambiente rodoviário, a picape fica bem à vontade, com acelerações e retomadas vitaminadas pelo turbo. Quando e precisa de potência em baixos giros, o torque se mostra bem eficaz. Como se trará de um motor diesel típico de utilitário, já era de se esperar reações lentas do câmbio automático. Nota 9.

Estabilidade – A FX4 traz de série pneus 265/60 R18, que melhora a comunicação e a precisão de rodas e volante e reduz a rolagem lateral, se comparado à XLT, que calça pneus 265/65 R17. Mas trata-se de uma picape que ótima capacidade off-road e mesmo com rodas aro 18 oferece uma boa capacidade para enfrentar os desníveis e copiar bem o terreno, mantendo um ótimo contato dos pneus com o solo. Nota 7.

Interatividade – A Ranger FX4 tem um bom recheio, que inclui a multimídia Sync 3, que traz conexão por cabo com o aplicativo Android Auto ou Apple CarPlay. O modelo não oferece recursos ADAS, restritos à versão Limited, mas tem câmera de ré, sensor traseiro e monitor de pressão de pneus, além de controle de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa e ABS. O volante multifuncional tem comandos bem simples e completos e a tela touch de 8 polegadas no console central controla recursos como o ar-condicionado de duas zonas. Nota 7.

Consumo – No Programa Brasileiro de Etiquetagem, do InMetro, a Ranger FX4 3.2 4X4 Automática recebeu as notas D, tanto do geral quanto no segmento. A entidade aferiu um consumo de 8,6 km/l na cidade e 9,6 km/l na estrada. São números razoáveis, em se tratando de um veículo com mais de 2 toneladas. Nota 6.

Conforto – O habitáculo da Ranger é alto, largo e longo. Mesmo com bancos robustos, que mais parecem poltronas, há um generoso espaço para todos os ocupantes. A suspensão mostrou um bom compromisso com a filtragem das irregularidades. Já o isolamento acústico é apenas razoável. Nota 8.

Tecnologia – A atual geração da Ranger está nos últimos meses de produção – uma nova geração deve chegar ao Brasil no final de 2023 –, mas ainda assim tem bons recursos de tecnologia, tanto em conectividade, através do FordPass, quanto em auxilio à condução. A versão FX4, no entanto, traz apenas controle de estabilidade e tração, auxílio para partida em rampa, controle de descida, vistos como obrigatórios pelos consumidores desse segmento. O sistema multimídia Sync 3, mas exige cabo para o espelhamento de celular. Nota 7.

Habitabilidade – Há uma boa quantidade de nichos e porta-trecos na cabine e bem funcionais. A capacidade de carga e o espaço interno e o acabamento fazem da Ranger um carro agradável de conviver. O veículo é alto e exige um pouco de método para ser acessado. Com o uso das alças nas colunas dianteiras e do estribo lateral, fica mais fácil entrar e sair da picape. Nota 9.

Acabamento – Os revestimentos e detalhes dão um bom aspecto ao interior da Ranger. É agradável e transmite algum luxo, por conta da estética das guarnições e pelo revestimento em couro pespontado. O painel digital incorpora uma imagem de tecnologia ao modelo. Mesmo os acabamentos em plástico rígido têm textura agradável e ainda dão uma ideia de robustez. Nota 8.

Design – A Ford acertou no visual dessa da Ranger. As linhas refinadas amenizam o aspecto bruto que em geral acompanha as picapes médias. No caso da FX4, a troca dos cromados por detalhes em preto brilhante, juntamente com o santantônio e rodas em preto, valorizam o aspecto mais esportivo. As faixas laterais são relativamente discretas, mas destacam e diferenciam a versão. Nota 8.

Custo/benefício – A Ford mantém uma política que ter um preço ligeiramente abaixo dos rivais diretos. Pode não ser determinante na hora da compra, mas aumenta o poder de atração da Ranger FX4. Com os mesmos equipamentos dos rivais diretos, ela tem um preço até 10% menor. Nota 8.

Total – A Ford Ranger FX4 somou 77 pontos de 100 possíveis.

 

Primeiras impressões

Equilíbrio de ações

Ao mesmo tempo em que o motor turbodiesel 3.2 da Ford Ranger fala alto, com seus 200 cv e 47,9 kgfm de torque, ele também inspira uma condução calma, quase de passeio, embalada por seu ronronar agradável. Quando se pressiona o acelerador, o turbo injeta uma grande disposição de ganhar velocidade as mais de 2 toneladas do veículo. Na hora de enfrentar rampas ou outras situações que exigem força, a boa cilindrada oferece um bom torque em baixos giros. Tudo isso responde bem à intenção da FX4, de oferecer uma pegada off-road.

O outro lado dessa composição proposta pela versão fica no interior. A Ranger é ampla por dentro, tem bancos que mais parecem poltronas e um acabamento que cria um ambiente aconchegante. A suspensão tanto controla a carroceria quanto filtra as imperfeições, além de transmitir uma sensação de solidez. Com requinte e comportamento dinâmico equilibrado, a FX4 só peca mesmo na falta de equipamentos tecnológicos mais recentes, como os recursos ADAS, só disponíveis na versão Limited.

 

Ficha técnica

Ford Ranger FX4 3.2 AT 4X4

 Motor: Diesel, dianteiro, longitudinal, 3.198 cm³, cinco cilindros em linha, turbo, quatro válvulas por cilindro e sistema de abertura variável de válvulas. Injeção direta e acelerador eletrônico.

Transmissão: Câmbio automático com seis marchas à frente e uma a ré. Tração integral com reduzida. Oferece controle de tração e bloqueio eletrônico do diferencial traseiro.

Potência máxima: 200 cv a 3 mil rpm.

Torque máximo: 47,9 kgfm entre 1.750 e 2.500 rpm.

Suspensão: Dianteira independente com molas helicoidais e amortecedores a gás. Traseira com eixo rígido, feixes de molas e amortecedores a gás. Barras estabilizadoras na frente e atrás. Oferece controle eletrônico de estabilidade.

Pneus: 265/60 R18.

Freios: Discos ventilados na frente e tambores atrás. ABS e EBD.

Carroceria: Picape com carroceria sobre chassi, com quatro portas e cinco lugares. Com 5,35 metros de comprimento, 1,86 m de largura, 1,82 m de altura e 3,22 m de distância entre-eixos. Airbags frontais, laterais, de cortina e de joelhos.

Peso: 2.247 kg.

Capacidade da caçamba: 1.180 litros.

Tanque de combustível: 80 litros.

Produção: General Pacheco, Argentina.

Preço: R$ 308.190.

Opcional: Rodas aro 17 com pneus Pirelli Scorpion AT+ 265/65 (R$ 2 mil). 

Álbum de fotos

Foto: Eduardo Rocha/Auto Press

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