Jornal Mato Grosso do Norte
D'Laila Borges | Sedec-MT
Empresários da pesca, associações de profissionais do turismo, cooperativas de pescadores, estudiosos do assunto e instituições públicas se reuniram na tarde de sexta-feira (22.04) para debater um dos segmentos do turismo que mais cresce em Mato Grosso e no Brasil, o Turismo de Pesca Esportiva.
Um compêndio dos últimos cinco anos do Registro Geral da Pesca revela que Mato Grosso é o Estado mais procurado para a prática. O maior estado emissor desse turista é São Paulo, seguido por Minas Gerais e Paraná. O coordenador de pesca amadora do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Kelven Stella Lopes, destacou a importância desses dados. “Esse levantamento é extremamente importante para o setor, porque a partir dele podemos definir onde divulgarmos nosso produto”, disse.
De acordo com dados do Banco Mundial o turismo de pesca movimenta cerca de US$ 190 bilhões ao ano em todo o mundo. Em Mato Grosso, 45 dos 141 municípios são propícios à prática do esporte. Entre eles o que mais gera empregos e que já está com a atividade consolidada é Cáceres, que anualmente realiza o Festival Internacional de Pesca, que está em sua 35ª edição e acontece entre os dias 8 e 12 de junho deste ano.
O município tem hoje 3.600 embarcações registradas na Marinha do Brasil, 16 barcos hotéis e seis pousadas que trabalham exclusivamente com a pesca esportiva. “Geramos hoje cerca de 2.500 empregos diretos e indiretos no município. A pesca esportiva não é considerada apenas uma atividade lúdica, ela é uma fonte geradora de renda para muitas famílias da região”, destaca o presidente da Associação do Profissionais Autônomos do Turismo (Aspatur), Claudionor Duarte Correa.
Com o objetivo de integrar todas as categorias envolvidas no setor e buscar soluções para os problemas encontrados, os debatedores falaram sobre a realidade do turismo de pesca em Mato Grosso, sobre mercado, tendências, oportunidades de negócios, capacitação técnica, desafios para o desenvolvimento de um setor em crescimento e o relacionamento com o cliente.
Conforme o conselheiro da Associação Nacional de Ecologia e Pesca e diretor da Fishing Business, Marcos Glueck, o mercado precisa se especializar cada vez mais. “Os destinos de pesca precisam ser mais profissionais para atender essa nova demanda. Precisamos criar opções para toda a família, porque hoje 93% dos praticantes da pesca esportiva são de homens. Temos que pensar em opções para a mulher e os filhos desse turista, porque assim ele vem e traz toda a família”.
Entre as ações de crescimento apontadas para o setor estão adequação e modernização dos destinos de pesca, qualificação profissional e divulgação internacional.