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Entrevistas Sexta-feira, 11 de Abril de 2025, 08:53 - A | A

11 de Abril de 2025, 08h:53 - A | A

Entrevistas / CINCO PERGUNTAS

Prova das nove

Diretor de “Vale Tudo”, Paulo Silvestrini exalta força dos remakes e avalia sua estreia na faixa das 21h



por Geraldo Bessa TV Press                

Paulo Silvestrini ainda estava colhendo os louros do sucesso de “Vai na Fé” quando recebeu a proposta da cúpula da Globo para dirigir o remake de “Vale Tudo”. Em vez de qualquer receio ou dúvida sobre o projeto, Paulo apenas se emocionou. Para o diretor, que atua por trás das câmeras há 30 anos, a chance de comandar a principal produção em comemoração ao aniversário de 60 anos da emissora e a possibilidade de recontar um clássico foram fatores fundamentais para ele abraçar a empreitada na hora. “Dirigir uma obra clássica é muito comum no teatro, mas não na televisão. Fiquei feliz de ser lembrado e não perderia essa chance por nada”, conta.                

Na Globo desde meados dos anos 1990, Paulo integrou a equipe de direção de nomes como Denise Saraceni, Jorge Fernando e, especialmente, Ricardo Waddington. Com a adaptação da empresa aos novos tempos e formas de contrato, que culminou na demissão de boa parte dos medalhões, seu nome foi ganhando destaque na emissora e, em 2017, ele assinou pela primeira vez como diretor artístico em “Malhação – Viva a Diferença”. Na sequência, dirigiu a série “Eu, a Vó e a Boi” para o Globoplay e desenvolveu “Vai na Fé”, novela de sucesso que mudou seu patamar dentro do grupo.                

Em sua estreia no horário das nove, ele assume o frio na barriga, mas não se deixa levar pelo nervosismo. “Tanto não deixar isso tão pesado na minha cabeça. A verdade é que é uma oportunidade de entrar em contato com a expressão máxima do gênero. A função de diretor é uma posição muito especial, e eu procuro fazer isso com muita atenção e vontade para que o público se sinta recompensado”, ressalta.

P – “Vale Tudo” é o terceiro remake da faixa das nove em menos de cinco anos. Qual a importância de revisitar essa obra?

R – Acho que grandes histórias merecem ser recontadas. “Vale Tudo” é o maior clássico da teledramaturgia brasileira, a grande história, os grandes personagens. Um clássico, sempre que relido, continua fazendo sentido. Estamos fazendo a novela para o público de hoje, para quem viu e quem não viu. Buscamos acomodar as transformações tecnológicas e realinhar as questões discutidas pela novela à luz da contemporaneidade. Sobre muitas coisas, o entendimento mudou, a agenda também. Queremos contemplar essas mudanças.

P – De que forma?

R – Nosso desejo é que, através dos personagens e situações criadas, possamos promover um ambiente de discussão de questões relevantes para a sociedade brasileira de hoje. Sobre muitas dessas questões, a visão agora é outra, às vezes para melhor, às vezes para pior. Muitas coisas foram renomeadas e ressignificadas. Queremos estimular o diálogo.

P – O processo de escalação de “Vale Tudo” foi longo. Como se chegou aos nomes de Bella Campos e Taís Araújo para interpretar as icônicas Maria de Fátima e Raquel?

R – A gente queria um elenco que dialogasse com o Brasil de hoje. Eu desejava um elenco jovem, inquieto, disposto a aproveitar todas as oportunidades do texto. O processo de escalação realmente foi demorado, durou quase um ano. Foram muitos testes, experiências e ambientações. A leitura da Bella foi definitiva. Digo sempre que Maria de Fátima escalou a Bella. Já a Taís foi um dos primeiros nomes a entrar no projeto. É uma atriz generosa e corajosa. Sua interpretação da Raquel é de uma entrega rara, uma sinceridade comovente.

P – A trilha sonora mistura temas como “Brasil” e “Faz Parte do Meu Show”, que embalavam a versão de 1988, com canções atuais. Como foi feita a seleção?

R – Nossa aposta é criar um clima vintage, uma sensação de reconhecimento e pertencimento. Procuramos juntar novidades e homenagens, criando uma atmosfera envolvente e sedutora. Artistas internacionais fazem parte da trilha, mas há uma aposta no Brasil. Os temas incidentais compostos exclusivamente para a novela, por exemplo, foram executados por músicos brasileiros, como o produtor musical Eduardo Queiroz faz sempre questão.

P – Desde que foi revelada a ideia do remake de “Vale Tudo”, uma profusão de elogios e críticas vem tomando conta das redes sociais. Como você lida com essa pressão?

R – Opiniões sobre nosso trabalho podem ser positivas ou negativas. Não me incomodo muito com isso. Minha aflição mesmo vem de ser abandonado, de o público desistir da obra. Se alguém estiver assistindo à novela e criticando minha direção ou discordando de uma escalação ou de uma aposta que a gente fez, eu vou entender é que uma opinião legítima, mas eu desejaria que a pessoa encontrasse na produção outras oportunidades de contato, que embarque com a gente na jornada.  

Vale Tudo” – Globo – de segunda a sábado, às 21h.

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