Por Cahê Mota — Rio de Janeiro
O Flamengo transferiu a responsabilidade, e Gabriel não tem a menor pressa para bater o martelo sobre os rumos de sua carreira a partir de 2020.
Apesar das declarações do vice de futebol, Marcos Braz, de que o clube já tem um acerto engatilhado para comprá-lo a Inter de Milão, o que o jogador tem definido com seus representantes e familiares é de que não abrirá negociações antes do término da temporada. O staff entende que não é o momento de desviar a atenção na reta final do Brasileirão e da Libertadores e nem de suscitar interpretações mediante qualquer impasse de possa alongar as conversas.
A diretoria rubro-negra tem consciência deste posicionamento, mas ainda assim se antecipou e formalizou uma proposta para renovação de contrato. A resposta, por sua vez, ficará para dezembro.
O Flamengo teme que o tema se arraste e vire uma novela que possa prejudicar no planejamento para a próxima temporada. Jorge Jesus segue à espera da chegada do tão desejado centroavante e o desfecho da negociação por Gabigol é determinante para que o clube defina onde investir seus recursos.
O silêncio de Gabriel, no entanto, não é um indicador de dúvidas. O artilheiro do Brasil vê com bons olhos a permanência no lugar onde se tornou ídolo rapidamente, só não acredita ser necessário debater o tema em momento tão decisivo da temporada.
Apesar do sucesso nos gramados brasileiros, Gabriel ainda tem mercado restrito na Europa. O atacante chegou à Inter de Milão com status de grande contratação e, ainda que tenha passado sem brilho pelo clube italiano e depois pelo Benfica, os valores que envolvem a negociação e seu salário são inviáveis para clubes menores do futebol europeu. A Premier League seria a exceção.
Transferir-se para mercados alternativos, como o sempre bem remunerado futebol chinês, não enche os olhos. No Flamengo, Gabigol recebe salários de padrão europeu (cumpre-se os termos do contrato com a Inter) e está mais próximo da Seleção e do sonho de disputar a Copa do Qatar, em 2022.
A assinatura de um novo contrato por quatro ou cinco anos com o Flamengo, porém, carece de rodadas de negociações sobre termos, cláusulas e reajuste. E deste tipo de discussão que Gabriel e seu staff querem distância por agora.