Reportagem
O ministro Ribeiro Dantas, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou o pedido de liberdade feito pela defesa do padre Nelson Koch, condenado a 48 anos de prisão pelos crimes de estupro, estupro de vulnerável e importunação sexual contra três adolescentes que frequentavam a paróquia em que ele atuava em (Sinop, localizada a 500 km de Cuiabá).
Esta não é a primeira vez que a defesa busca reverter a prisão do padre. Segundo o ministro, esta é a sétima tentativa de reverter a medida cautelar.
Nelson Koch foi preso em fevereiro de 2022, após uma investigação iniciada quando a mãe de um adolescente de 15 anos procurou superiores da igreja e relatou os abusos sexuais sofridos pelo filho desde os 7 anos.
As investigações revelaram que os adolescentes recebiam ameaças veladas do padre, que chegou a afirmar que, se denunciado, causaria mal aos primos da vítima que frequentavam a paróquia, alegando ser uma pessoa influente. Após a primeira prisão, ele foi temporariamente libertado, mas acabou sendo preso novamente no mês seguinte, em março de 2022, e condenado em setembro do mesmo ano.
No recurso ao STJ, a defesa argumentou que o padre estaria cumprindo uma "indevida execução provisória da pena" e teria direito de aguardar o julgamento do recurso em liberdade. No entanto, o ministro destacou que Nelson Koch está submetido à prisão preventiva para garantia da ordem pública, medida que já foi confirmada pelo STJ em seis pedidos anteriores apresentados pela defesa.
O magistrado ressaltou que a liberdade do padre só seria possível com a revogação da prisão preventiva, medida que já foi negada em todas as seis ocasiões anteriores. Diante disso, o pedido de liberdade foi indeferido pelo ministro do STJ.