Valdo Cruz
Em busca de aprovar a reforma da Previdência, o presidente Michel Temer vai conversar com líderes da base aliada nesta semana para definir mudanças na sua equipe ministerial. Ao blog, o ministro Moreira Franco (Secretaria Geral da Presidência) disse que a reforma ministerial “não é coisa demorada” e deve sair em breve.
O objetivo é garantir a aprovação das alterações no sistema previdenciário e do ajuste fiscal que garante o cumprimento da meta do ano que vem, um déficit de R$ 159 bilhões.
PMDB e partidos ligados ao antigo centrão, como PP e PTB, pressionam por mais espaço no governo sob argumento de que têm votado com o presidente Michel Temer, enquanto outros aliados, principalmente o PSDB, estão divididos e não estão entregando mais da metade dos votos ao Palácio do Planalto.
Nas negociações com seus aliados, o presidente quer a garantia de que, feita a reforma ministerial, eles darão os votos necessários para aprovar o novo texto das alterações nas regras da aposentadoria no país.
A expectativa é que o relator da proposta, deputado Arthur Maia (PPS-BA), finalize a nova emenda nessa semana, com uma versão mais enxuta e viável nesse momento.
O governo tem pressa, por avaliar que, se não destravar a votação até o final de novembro, não terá mais condições de aprovar a reforma da Previdência Social ainda nesse ano na Câmara dos Deputados. Se isso acontecer, ela ficaria inviabilizada nesse governo, pois ninguém acredita que os deputados aceitem votar o tema durante o ano eleitoral.
Campanha publicitária - Moreira Franco disse também que vai se reunir nessa segunda-feira (13) com as agências de publicidade que trabalham para o governo para definir as linhas gerais de uma campanha publicitária explicando para a população os objetivos da reforma.
“Vamos mostrar que a reforma vai acabar com privilégios e que manterá as condições para o país continuar bancando as aposentadorias dos trabalhadores no futuro”, afirmou Moreira.
Segundo o ministro, a campanha dará o “conforto” para que deputados votem a favor das mudanças nas regras das aposentadorias no país, mostrando para a população como a medida é “necessária e justa”.
O governo avalia que perdeu a batalha da comunicação da reforma da Previdência e deixou a oposição colar a imagem de que ela iria tirar direitos dos trabalhadores.
A ideia do governo é colocar a campanha publicitária no ar “o mais rápido possível”, segundo o ministro, antes de a Câmara começar a votar a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados. Isso, claro, se o presidente Michel Temer fizer antes a reforma ministerial e deixar seus aliados satisfeitos com o novo espaço na Esplanada dos Ministérios.