Uma das maiores ferramentas para transformar vidas das mulheres e garantir liberdade é algo simples, mas poderoso: o dinheiro!
Parece estranho falar disso? Pois saiba que ter o próprio dinheiro pode ser o primeiro passo para muitas mulheres saírem de relacionamentos abusivos e construírem uma nova história.
Com o tempo e muita luta, vários direitos foram conquistados e passamos a trabalhar e gerar riqueza. Mas quando falamos de gestão sobre o próprio dinheiro, ainda não somos as protagonistas.
Quando falta dinheiro, faltam opções- Muitas mulheres que sofrem violência querem sair, mas não sabem como. O medo de não ter como pagar o aluguel, sustentar os filhos ou até mesmo comprar comida faz com que continuem presas a relações tóxicas.
Os números mostram essa realidade- 85% das mulheres negras sem renda própria continuam morando com seus agressores porque não têm dinheiro para sair.
61% das mulheres que sofrem violência não denunciam por medo de não conseguirem se manter sozinhas.
1.350 mulheres foram vítimas de feminicídio em 2020 no Brasil - e muitas dependiam financeiramente do agressor.
Violência patrimonial- A violência patrimonial é uma forma de violência muitas vezes invisibilidade, mas com impactos profundos na vida das vítimas. Trata-se de qualquer ação ou omissão que vise controlar, reter, destruir ou subtrair bens, dinheiro ou recursos econômicos de uma pessoa, comprometendo sua autonomia financeira e qualidade de vida.
Para entender melhor como a violência patrimonial pode acontecer, veja alguns exemplos comuns:
* Marido que impede a esposa de trabalhar: ele argumenta que "o lugar dela é em casa" e "ele cuida de tudo, e assim controla toda a renda familiar, deixando-a sem dinheiro próprio, mas depois usam isso como forma de controle?
* Parceiro que rasga ou esconde documentos: para dificultar a independência financeira da vítima, um agressor pode esconder carteira de trabalho, CPF, RG e outros documentos essenciais.
* Companheiro que faz compras no nome da vítima sem permissão ou manipulando: ao utilizar o crédito da vítima, ele a deixa endividada e com restrições no nome, dificultando a vida da mulher.
* Homem que quebra celular, computador ou outro meio de trabalho da mulher:
Dessa forma, ele a impede de exercer sua atividade profissional, limitando sua autonomia.
Dinheiro como passaporte para a liberdade- Agora, imagine uma mulher que tem o próprio dinheiro. Ela trabalha, empreende, investe, faz renda extra. Se ela estiver em um relacionamento ruim, ela sabe que pode ir embora porque tem como se manter.
Isso é liberdade. E liberdade começa com pequenas mudanças no dia a dia. Você não precisa ser milionária para tomar as rédeas da sua vida. Você só precisa começar!
O Primeiro Passo é: se você ainda não tem controle sobre seu dinheiro, que tal dar o primeiro passo? Poupe o que puder. Não importa se são R$ 10 ou R$ 50 por mês. O importante é criar o hábito de guardar. Esse dinheiro pode ser seu plano de fuga se um dia precisar.
Busque uma renda extra. Vender bolos, revender roupas, dar aulas particulares, oferecer serviços na internet... existem muitas formas de ganhar dinheiro sem precisar sair de casa.
Aprenda sobre dinheiro. Quanto mais você souber sobre finanças, mais segura se sentirá. Hoje, há vídeos, cursos gratuitos e conteúdo na internet ensinando a organizar as contas e investir.
Não tenha medo de pedir ajuda. Se você está passando por dificuldades, converse com pessoas de confiança, procure redes de apoio e saiba que você não está sozinha!
Patrícia Capitanio - Palestrante e consultora financeira
