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Opinião Sexta-feira, 13 de Março de 2020, 00:00 - A | A

13 de Março de 2020, 00h:00 - A | A

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Eu não deveria estar escrevendo isso. Eu não queria escrever isso. Mas eu tenho de escrever isso. Isso tem de ficar registrado não para ser sempre lembrado, mesmo porque jamais será esquecido. É uma questão de registro por conta da data, do dia, mês e ano do acontecido. Do triste acontecido que ecoou no município e em todos os lugares alcançado através da 102.1 e ampliado pela internet ao alcance do mundo.
No último domingo, 08 de março de 2020, o dia em que comemorávamos e deveríamos nos voltar unicamente para isso, para o Dia Internacional da Mulher, fomos tomados pela triste notícia do falecimento do radialista da Rádio Progresso, Cicero Tavares.
Uma voz que se calava. A voz de todas as manhãs se calava. Calava-se definitivamente e, embora imortalizada através das gravações que poderão ser revistas a qualquer momento, ao vivo, como se diz na linguagem do aquiagora, ela jamais será ouvida, mas ficará na lembrança de todos nós aquela manhã do dia 08 de março, o ‘Dia Internacional da Mulher’ do ano de 2020.    Todas as manhãs, todas as tardes e todas as noites de todos os dias, vozes se calam e outras vozes surgem, mas aquela voz que foi calada na manhã daquela data era uma voz especial. Uma voz que por mais de trinta anos foi a companheira inseparável das donas de casa e presença marcante na maioria dos lares de Alta Floresta para puxar a sardinha e mostrarmos o bairrismo presente em nós porque Cicero Tavares era nosso, quando na verdade era a voz do mundo com uma particularidade de ser batizada como a voz de todas as manhãs da Radio Progresso AM 640 e mais recentemente FM 102.1.
Meu convívio com o Tavares não era de hoje, nem de ontem, nem de anteontem. Era de um tempo muito maior. Quando cheguei de São Paulo no final da década de 1980 ele já estava por aqui e já na rádio progresso. Lembro-me dele com um gravador enorme, que era o que tinha na época, acompanhando e buscando a noticia ora como repórter ora como apresentador onde levava a noticia e o entretenimento com improvisações que só ele era capaz de fazer quando o momento tentava lhe trair, trair o seu amplo conhecimento sobre qualquer assunto. Tínhamos nossas divergências, mas quem não tem? Mas isso nunca interferiu na nossa amizade.
Por um período, trabalhamos juntos na extinta TV Manchete conciliando outras atividades (ele no rádio, eu na imprensa escrita) e esse ‘juntos’ continuou em algumas campanhas políticas (ócios do ofício) e tantas outras coisas que certamente daríamos continuidade caso sua vida não fosse interrompida naquele Dia Internacional da Mulher de 2020.   

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