O filho do ex-governador Silval Barbosa, Rodrigo Barbosa é um dos 17 denunciados pelo Ministério Público, acusado de participar de esquema de corrupção no Estado.
Ele atuaria em conjunto com o ex-chefe de Gabinete de Silval, Silvio Correa, no sentido de repassar às ordens do ex-governador aos demais membros da suposta quadrilha. A revelação foi feita pelo ex-secretário de Administração Pedro Elias, que chegou a ser preso pela Delegacia Fazendária, acusado de ser fiscal da cobrança de propina. O ex-secretário, fez acordo de delação premiada.
“Ardilosamente utilizado para dar mobilidade ao líder, que por razões óbvias tinha que ocultar sua identidade. Exercia dupla função na organização criminosa: como identificador de aliados, fontes de vantagem indevida (junto aos empresários/fornecedores) e arrecadador da parcela da vantagem ilícita que cabia ao líder”, aponta essa denúncia, assinada pela promotora Ana Cristina Bardusco.
o médico Rodrigo Barbosa, que é filho mais velho do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), aponta que o primogênito do peemedebista atuava como uma extensão do próprio pai, acusado de ser o líder de um esquema de cobrança de propinas em troca de incentivos fiscais.
O teor da denúncia apresentada pela promotora Ana Cristina Bardusco Silva, da 14ª Promotoria Criminal de Cuiabá, afirma que Rodrigo arrecadava e 'lavava' o dinheiro sujo.
De acordo com a promotora, Rodrigo participou ativamente do esquema de corrupção dentro do governo do Estado, duarante a gestão do pai dele, entre os anos de 2011 e 2014, período em que diversas Secretarias foram utilizadas para dar engrenagem à organização criminosa liderada por Silval Barbosa, tais como as Secretarias de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Fazenda (Sefaz), Casa Civil, Administração (SAD) e Setas.
O MPE também aponta que Rodrigo faria parte do staff formado "de forma ardilosa" pelo ex-governador Silval Barbosa. Entre fevereiro de 2011 e fevereiro de 2013, o nome do médico constava na lista de servidores comissionados de alto escalão, exercendo o cargo de assessor especial da Casa Civil. Quando Rodrigo deixou o cargo, foi substituído por Pedro Elias Domingos, que posteriormente se tornou secretário de Administração do Estado.
Ironicamente, foi o próprio Pedro Elias, o membro da organização criminosa com quem Rodrigo Barbosa mais tinha contato, quem delatou a participação do médico no esquema de cobranças de propinas de empresários que mantinham contratos com o Estado, o que levou à prisão de Rodrigo pela Delegacia Fazendária.
De acordo com as declarações de Pedro Elias à Polícia Civil, todas as vezes em que recebia propina de empresários, a parte que cabia ao líder do grupo, Silval Barbosa, era entregue sempre a Rodrigo Barbosa ou a Silvio César Corrêa, então chefe de gabinete de Silval.
Na denúncia, o MP faz menção à descoberta da participação de Rodrigo, que ocorreu de forma “tardia”.
Segundo a ação, isso se deve ao fato da sua importância e que, por isso, o filho do ex-governador recebeu proteção da identidade ao longo da atuação da organização criminosa.
“Sua conduta ostensiva só ocorria no próprio ambiente da organização criminosa, ou seja, só a exteriorizava para os seus cúmplices, o que lhe implicava em maior proteção, exatamente em razão de estar umbilicalmente ligado ao líder e, na missão de arrecadar o seu ganho criminoso e promover a respectiva lavagem de dinheiro”.
Diante dos fatos, o Ministério Público ofereceu denúncia contra Rodrigo pelos crimes de organização criminosa, concussão, lavagem de dinheiro e extorsão. Caberá a juíza da Sétima Vara Criminal, Selma Arruda, receber ou não.