Reportagem
Mato Grosso do Norte
O tradicional Prêmio Mérito Lojista promovido pela Câmara de Dirigentes Lojista de Alta Floresta (CDL), que consagra a melhor empresa e o melhor profissional do ano, em seus respectivos setores, em 2024 se transformou em polêmica entre os ex-diretores da entidade e a diretoria atual.
Um problema detectado na plataforma de votação foi o pivô de trocas mútuas de acusações. Na sexta-feira, 20, ex-diretores da CDL divulgaram uma nota, após a diretoria atual, na segunda-feira, 16, suspender a pesquisa de votos que elegerá os vencedores do Prêmio Mérito Lojista 2024, por problemas apresentados no aplicativo de votação.
Na nota, a ex-diretoria contesta as argumentações apresentadas para a suspensão do processo, para o uso de uma nova plataforma de escolha.
“Nas edições do Mérito Lojistas anteriores, especialmente em 2023, as pesquisas eram realizadas com os empresários associados, com a validação pelo e-mail cadastrado de cada empresa na base de dados da CDL, permitindo assim, um único voto por empresa. Eram também coletadas pesquisa pública da sociedade em geral, com equipe de pesquisadores, que circulavam pela cidade em pontos de fluxos, solicitando dados como nome e número de telefone aos participantes para validação. Assim, a coleta pública era física, não exclusivamente por meio eletrônico. A plataforma utilizada na pesquisa, registra os convites, bem como registra a intenção dos votos dos participantes que responderam, por fim ela faz o processo de validação, verificando os dados para somente então computar os votos válidos”, diz a publicação dos ex-diretores.
“A atual diretoria disponibilizou para pesquisa deste ano, 2024, link público para coleta dos votos em geral, bastando exclusivamente preencher um número de telefone para participação. Esse formato demonstrou-se ineficaz, para mínimo dizer, para obter consistência, transparência e confiabilidade na coleta dos votos. Importante ressaltar, que este formato de coleta através de link público, de 2024, nunca foi utilizado anteriormente, justamente por entendermos ser ineficiente e suscetível a fraudes”, descreve outro trecho da nota.
No entanto, o atual presidente da CDL, Alex Cavalheiro, reagiu energicamente e rebateu com veemência os ex-diretores, dizendo que da forma como era desenvolvida a pesquisa nos anos anteriores, a plataforma permitia a manipulação dos dados, tornando possível o resultado ser de acordo com a vontade e conveniência da CDL.
Em entrevista ao Jornal Mato Grosso do Norte, Alex Cavalheiro, disse que a nota lançada pela diretoria anterior, está desconexa com a atual realidade e afirmou que a plataforma utilizada no início da pesquisa, foi a mesma utilizada em 2021 - 2022 e 2023.
“Essa nota é desconexa com a realidade. É a mesma pessoa é o mesmo contratado. Como não tínhamos tempo hábil, a gente acabou usando essa mesma plataforma que eles usavam, e também mandamos para todos os associados o link por e-mail, para que respondesse a pesquisa. Mas, para fazermos de uma forma mais democrática, resolvemos distribuir esse link através de QR Code, e a distribuição de link por WhatsApp. Desta forma, não só o associado, mas a população em geral poderia votar”, disse.
Alex esclarece que o motivo que levou a nova diretoria a tomar essa decisão de mudar de plataforma é que a ferramenta que vinha sendo utilizada apresentou uma deficiência, na qual a pessoa que estava votando, poderia criar um número ou nome fictício e votar, inclusive validando o voto no final da votação.
“É a mesma plataforma que eles usavam. Porém a plataforma apresentou uma deficiência que a pessoa poderia criar números e nomes fictícios, votar e validar o voto. A plataforma é legal, mas não tem como provar que números inventados não estavam sendo computados. E optamos por cancelar esta plataforma e fazer outra diferente, que será apenas por e-mails, em que só se consegue votar uma vez”, assegura.
O objetivo, segundo Alex, é fazer a votação de forma democrática e a população e o associado, realmente escolherem os melhores. De acordo com o presidente, ficou claro que os ex-diretores sabiam do problema da plataforma e, por isso, não liberavam o link.
“Então, quem disse que não poderia ser burlado também? Quem diz que não poderiam ter sido escolhidos os próprios ganhadores”, questiona. “Se eles sabiam do problema da plataforma, poderiam eles mesmos votarem várias e inúmeras vezes para pessoas escolhidas, já que não distribuíam estes links, mas tinha esses links na mão”, diz, acrescentando, entretanto que não é uma acusação, mas que os ex-diretores tinham a plataforma e poderiam ter feito uso dela.
“Poderiam não passar (os links) para a população, mas eles poderiam utilizá-los para escolher, sim, quem iria ganhar ou não. Então, a forma como fizemos foi limpa e democrática. Se tinha um problema na plataforma, este problema foi exposto, foi cancelado e resolvido. E apresentamos outra plataforma que está realizando a pesquisa de uma forma transparente e honesta. E não escondemos da população, como fez a ex-diretoria”, pondera Alex.
Entretanto, observa que não sabe se o sistema era utilizado de forma sensata ou não.
“Quem falou que esses pesquisadores que eram contratados, não poderiam votar inúmeras vezes. Se nós não temos como provar que os números fictícios seriam cancelados, ele também não tem como provar que utilizaram isto dessa maneira e não escolheram os vencedores”, aponta o presidente.
Alex Cavalheiro convida a todos para que participem do processo de escolha do prêmio Mérito Lojista.
“A pesquisa do Prêmio Mérito Lojista é feita com os associados da CDL. E agora com o voto da população. Por isso, sua participação é muito importante”, conclama.
A cerimônia do Prêmio Mérito Lojista 2024 acontecerá dia 30 de novembro.
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