José Vieira
Mato Grosso do Norte
Na região do extremo Norte de Mato Grosso, o PT (Partidos dos Trabalhadores) não elegeu nenhum vereador e também não elegeu prefeitos no Estado. Em algumas cidades como Alta Floresta e Guarantã do Norte, houve perda de espaço. Os vereadores da sigla não conseguiram a reeleição. Também não foi eleito nenhum prefeito no Estado.
No Estado de Mato Grosso, o PT tinha 19 cadeiras nas câmaras municipais e cresceu para 21 vagas. Portanto, na avaliação do presidente estadual do Partido em Mato Grosso, deputado estadual Valdir Barranco, não houve decréscimo.
Em entrevista ao jornal Mato Grosso do Norte, na quarta-feira, 23, ele observa que em alguns municípios como Rondonópolis, houve crescimento. De um vereador, saltou para 2. Em Cuiabá, o PT não elegeu, mas o PV, que está na Federação, fez três cadeiras na Câmara Municipal e e, ambas as cidades, a votação dos petistas foram expressivas. “O que ocorre com relação a Mato Grosso e de forma mais acentuada na região norte do Estado é um eleitorado muito conservador, influenciado pelo Agro, que fez uma opção pela extrema direita. E isto acaba reverberando no restante da população. E não dá para negar que isto dificulta fazer composição e formar as chapas de esquerda. Diante disto, tivemos algumas dificuldades nos municípios para formar as chapas, o que atrapalhou muito. Um exemplo é Alta Floresta, onde tínhamos potencial para garantir a vaga na Câmara, mas tivemos desistências de candidaturas na reta final, o que fez falta na votação”, avalia Barranco.
Temos raízes na sociedade, muitas entregas em nossos governos, o país está se recuperando e o PT será cada vez mais forte”, profetiza
Porém, o deputado acredita que este processo de rejeição ao PT será superado lentamente. As causas desta resistência, ele atribui aos ataques e perseguições que o Partido dos Trabalhadores sofreu nos últimos anos, como o impeachment da ex-presidente Dilma, a prisão do presidente Lula, que na sua opinião foram golpe e prisão arbitrária.
“Tudo isto teve um objetivo. E mesmo a gente tendo voltado a Presidência da República, vamos demorar um tempo para desfazermos todo este mal que foi feito. Já melhorou bastante se compararmos a eleição de 20 com a de 24. Já houve um arrefecimento no trato das pessoas com os nossos candidatos. Antes era muito mais embrutecido e intolerante. E agora diminuiu e a tendência é superar”, analisa o deputado.
Conforme ele, o PT é um partido grande que em âmbito geral cresceu, e que já resistiu a muitas “tentativas de destruí-lo, mas não conseguiram e que não será agora que isto irá acontecer”.
“Temos raízes na sociedade, muitas entregas em nossos governos, o país está se recuperando e o PT será cada vez mais forte”, profetiza.
Polarização - Para o vereador Valter do Sindicato (PT) de Guarantã do Norte, que não conseguiu se reeleger, este resultado na região norte, é devido a polarização política. Ele também enfatiza que o Governo Federal faz muitas entregas importantes nos municípios, porem, a fonte dos recuros não são citadas.
Estes investimentos são de recursos de Ministérios que não são comandados pelo PT, e os prefeitos não divulgam de quem são os recursos.
“Os prefeitos se apoderam de muitas políticas do Governo Federal, através de deputado de outros partidos, e que não falam de quem são estes recursos”, observa Valter.
Valter está em seu segundo mandado e é ex-presidente da Câmara Municipal. Ele obteve 227 votos na eleição de 6 de outubro. Todavia, o parlamentar diz que seguirá trabalhando para recuperar seu legado político, apesar de não ter sido eleito.
“Estou tranquilo! Era o deseja da sociedade. Mas vamos acompanhar de perto. Fizeram muitas promessas mirabolantes e faraônicas em campanha, que não vão acontecer. Vamos estar vigilantes e não vamos desanimar. Vamos recuperar nosso legado. Trabalhamos muito por nossa cidade. Talvez não houve um reconhecimento na hora do voto, mas na hora certa a sociedade irá reconhecer”, assegura Valter.
O PT teve candidatos a prefeito em Nova Bandeirantes e Peixoto de Azevedo. Em Bandeirantes, o candidato Zé Padre alcançou apenas 112 votos. Em Peixoto, o professor Marcos Monteiro obteve 171 votos.
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