Jornal Mato Grosso do Norte
Reportagem
Mato Grosso do Norte
A juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Arruda, diz que com análise dos depoimentos prestados na deflagração da Operação Sodoma 2, ficou clara a necessidade de decretar a prisão preventiva do ex-governador Silval Barbosa, do ex-chefe de gabinete Silvio Correa, do ex-secretário-adjunto de Administração José de Jesus Nunes Cordeiro e do ex-secretário da SAD Pedro Elias, na terceira fase da operação Sodoma.
A magistrada ressalta em seu despacho que devido à descoberta de novas ocorrências, Silval é novamente apontado como líder da organização criminosa. A juíza destaca que Silvio e José Cordeiro eram considerados membros importantes para o ex-governador no esquema.
Ela disse que na ação que tramita na 7ª Vara em que procura descortinar a aquisição fraudulenta, por parte do Governo, de uma área rural no valor de R$ 9 milhões, em benefícios de terceiros, envolvendo Silval, seus secretários e comparsas, o Ministério Público Estadual aponta que houve pagamento de altas somas de propina, destinadas aos membros da organização, cuja chefia é atribuída a Silval.
E com base nos depoimentos juntados aos autos, constatou que se trata de pessoas periculosas, as quais não têm condições de permanecer no convívio social normal, sem que isso represente ameaça à ordem pública.
“O caso presente revela a existência de um quadro caótico, protagonizado por uma organização criminosa especializada em praticar assaltos aos cofres públicos, que agiu anos a fio nos meandros do poder neste Estado, como verdadeira parasita, um monstro que se alimentava do dinheiro público, enfraquecendo a estrutura estatal em benefício da fartura arrecadada para seus próprios bolsos”, diz trecho da decisão.
Conforme a magistrada, devido aos indícios, a situação é mais do que alarmante, tendo em vista que “trata-se de assombrosa e intrincada teia de delitos, que envolvem tanto particulares como agentes públicos, ora agindo em favor de uns, ora de outros, sempre em detrimento dos interesses da administração pública. Tais crimes, praticados pela perigosíssima organização, sempre visavam altas quantias, sugadas descaradamente do erário”, completa.
Ainda de acordo com a juíza, a empresa Consignum, de propriedade de Willians Mischur, também preso nesta operação, contribuiu no desvio de fortuna, uma vez que os pagamentos nunca eram menores que R$ 500 mil, além de outras empresas, sempre em percentuais variáveis conforme cada faturamento. A Sodoma está em sua terceira fase.