José Vieira do Nascimento
Na verdade existe mesmo algo de estranho envolvendo o governador Pedro Taques e o município de Alta Floresta. O que não dá para entender é se é descaso mesmo, por não considerar a cidade um pólo importante do Estado, ou se é uma interferência de cunho político e pessoal.
É fato, no entanto, que Taques tem ignorado Alta Floresta nestes 9 meses de mandato. Não prestigiou a cidade com sua presença e também não reiterou nada, se vai ou não cumprir as promessas que fez para a população durante sua campanha eleitoral. E quando se fala em Alta Floresta, por tabela, está se falando também dos 6 municípios quem compõem sua macro região.
Se por um lado existe uma inércia do governador, por outro vemos uma cidade a deriva, acéfala de lideranças políticas para tomar as rédeas da situação e mostrar para o governo que Alta Floresta é um importante pólo de Mato Grosso e que merece ser tratado com o devido valor e respeito.
A cidade não tem deputado Estadual, não tem deputado federal, enfim, ninguém que possa defendê-la e brigar por seus interesses. Parece uma terra de ninguém, resignada, a mercê da própria sorte. É triste ver um município de grande potencial econômico em diversos setores, estar sem perspectivas, sem planejamento e sem uma pauta política.
Seus vereadores estão preocupados com as ações internas, com os problemas cotidianos da população, e se esquecem das ações macro, que é construir uma agenda política, com uma pauta de obras e serviços que vão planejar e promover as ações inerentes ao crescimento da cidade.
As ações domésticas também são importantes. Mas tem como conciliar o atendimento às bases políticas, com as questões maiores, voltadas para o crescimento da cidade.
Percebe-se que o poder executivo e o poder Legislativo não falam a mesma língua e agem isoladamente. Entretanto, um momento como agora, de crise de representação política, os vereadores tem um papel preponderante, com autoridade para formatar uma agenda de trabalho e convocar o prefeito para participar e trabalhar em conjunto para pô-la em prática.
No poder Legislativo de Alta Floresta tem vereadores com vasta experiência, que poderiam trabalhar na articulação política do município e contribuir para dar um norte em nossas demandas, fazendo uma ponte com o governo estadual, deputados e senadores.
Se Taques não veio em Alta Floresta, porque os vereadores e o prefeito do município não foram até ele para tratar dos interesses do município? Alta Floresta tem que estar mais presentes no cenário político. Visitar não só o governador, mas os deputados, os senadores e os ministérios.
Se continuarmos neste marasmo, esperando a visita de um governador que nunca vem, iremos continuar patinando, secando gelo e sem perspectivas de crescimento. Tem que se construir uma agenda política para a cidade, planejar seu crescimento e lutar para viabilizá-lo.
E quando se fala em agenda política não está se falando apenas em saúde de qualidade, em estradas, em segurança, em Educação. Mas, sobretudo, em obras de grandes portes, capazes de mudar o perfil da cidade.
Difícil todos sabem que é! Mas se Pedro Álvares Cabral tivesse pensado nas ondas indômitas do oceano bravio, o Brasil não teria sido descoberto. Muito menos Cristovão Colombo teria descoberto a América e Vasco da Gama não teria descoberto o caminho marítimo para a índia.
É para concluir, os eleitores de Alta Floresta tem quer ser mais bairristas. Devem parar de votar em candidatos de fora, paraquetistas que querem apenas votos. É melhor cancelar o voto a votar em alguém de fora. Votar em candidato de outra região é fortalecer a representação políticas de outros municípios...
José Vieira do Nascimento é editor e diretor responsável de Mato Grosso do Norte
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