Sábado, 26 de Abril de 2025

Artigo Sexta-feira, 25 de Abril de 2025, 14:59 - A | A

25 de Abril de 2025, 14h:59 - A | A

Artigo / Nova Lei de Saúde Mental

O Que Muda para Empresas e Trabalhadores em 2025

Como empresas e empregados podem se adaptar a essa nova realidade?  



Maria Augusta Ribeiro

Você já sentiu aquele cansaço que não explica, uma exaustão que vai além do físico e parece sugar toda a sua energia mental? Se sim, você não está sozinho. O burnout corporativo, também conhecido como síndrome do esgotamento profissional, tem se tornado uma epidemia silenciosa no mundo do trabalho e a nova lei de saúde mental começa a entrar em vigor.  

Segundo dados  do ministério do trabalho, ate o momento mais de 400 mil pessoas entraram com pedido de afastamento do trabalho por problemas de saúde mental. Para evitar prejuízos tanto para o trabalhador tanto as empresas a Nova Lei de Saúde Mental (Lei 14.831/2024) chega para mudar o jogo, trazendo novas responsabilidades para empresas e direitos para trabalhadores. Mas, na prática, o que isso significa? Como empresas e empregados podem se adaptar a essa nova realidade?  

Antes de tudo, é importante entender o que mudou. A Nova Lei de Saúde Mental, sancionada em março de 2024, exige que as empresas promovam ações para prevenir problemas de saúde mental, como o burnout corporativo, e criem ambientes de trabalho mais saudáveis.

  Isso inclui identificar riscos psicossociais, como estresse, assédio e sobrecarga, e adotar medidas para reduzi-los. Além disso, a lei criou o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental, uma honraria para organizações que se destacarem nesse cuidado. Para os trabalhadores, a lei reforça o direito a um ambiente laboral seguro, com foco no bem-estar emocional.  

O Impacto do Burnout Corporativo nas Empresas e nos Trabalhadores  

O burnout  não é só um problema individual, mas também organizacional. Para os empregados, ele se manifesta como exaustão extrema, desmotivação e até sintomas físicos, como dores de cabeça e insônia. Já para as empresas, o impacto é devastador: queda na produtividade, aumento do absenteísmo, alta rotatividade e até prejuízos financeiros.

A Nova Lei de Saúde Mental, sancionada em março de 2024, exige que as empresas promovam ações para prevenir problemas

Um estudo publicado na revista International Journal of Environmental Research and Public Health em 2023, revelou que o burnout pode custar bilhões anualmente às empresas devido à perda de produtividade e custos com saúde.  

Tenho amigos que já passaram pelo burnout e não e um problema que afeta so o funcionário ele impacta em toda a cultura organizacional. Quando os colaboradores estão exaustos, a criatividade diminui, os conflitos aumentam e o engajamento despenca.   Por outro lado, trabalhadores que se sentem apoiados e valorizados tendem a ser mais produtivos e leais. Portanto, a Nova Lei de Saúde Mental não é apenas uma obrigação legal, mas uma oportunidade para as empresas repensarem suas práticas e construírem ambientes mais humanos.  

Empresas: Como Se Adequar à Nova Lei e Combater o Burnout  

Para as empresas, a adaptação à Nova Lei de Saúde Mental exige planejamento e compromisso. Antes de tudo, comece mapeando os riscos psicossociais no ambiente de trabalho. Isso pode ser feito por meio de pesquisas internas, conversas com os colaboradores e até consultorias especializadas. Identifique fatores como carga de trabalho excessiva, falta de autonomia e ausência de suporte social.  

Em seguida, crie políticas claras de saúde mental. Por exemplo, implemente programas de apoio psicológico, como acesso a terapeutas ou linhas de ajuda. Outra dica é promover a psicosegurança, ou seja, um ambiente onde os funcionários se sintam à vontade para expressar preocupações sem medo de represálias.

Além disso, invista em treinamentos para líderes, pois gestores têm um papel crucial na prevenção do burnout corporativo. Eles precisam aprender a reconhecer sinais de esgotamento e oferecer suporte.  

Por fim, não se esqueça de incentivar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Políticas como home office, horários flexíveis e incentivo à desconexão fora do expediente são essenciais. Lembre-se: empresas que priorizam a saúde mental não apenas cumprem a lei, mas também colhem benefícios, como maior retenção de talentos e melhoria na reputação.  

Trabalhadores: Como Proteger Sua Saúde Mental  

E para os trabalhadores, como navegar nesse novo cenário? Antes de tudo, é fundamental reconhecer os sinais do burnout corporativo. Se você se sente constantemente esgotado, desmotivado ou ansioso, é hora de agir. Comece definindo limites claros no trabalho. Por exemplo, evite checar e-mails fora do horário e aprenda a dizer "não" quando necessário.

  Outra dica valiosa é buscar apoio. Converse com seu líder ou RH sobre suas preocupações e aproveite os recursos oferecidos pela empresa, como programas de bem-estar. Além disso, invista em autocuidado. O livro *The Burnout Epidemic* de Jennifer Moss sugere práticas como exercícios físicos regulares, meditação e hobbies para aliviar o estresse.

Pequenas pausas durante o dia também fazem diferença – um café com um colega ou uma caminhada rápida podem ajudar a recarregar as energias.  

Por fim, não hesite em procurar ajuda profissional. Psicólogos e psiquiatras são aliados importantes para lidar com o esgotamento. No Brasil, o SUS oferece atendimento gratuito por meio da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), com serviços como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).

Lembre-se: cuidar da sua saúde mental é um direito e uma prioridade A Nova Lei de Saúde Mental nos convida a repensar o trabalho. Para as empresas, é uma chance de construir culturas mais empáticas e sustentáveis. Para os trabalhadores, é um lembrete de que o bem-estar importa – e deve ser valorizado.

Combater o burnout corporativo exige esforço conjunto, mas os benefícios são inegáveis: ambientes mais saudáveis, equipes mais engajadas e uma sociedade mais equilibrada.  

Maria Augusta Ribeiro é especialista em comportamento digital e Netnografia no Belicosa.com.br  

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