José Vieira
Mato Grosso do Norte
No início do mês de fevereiro, o Frigorífico Faz Carne, planta de Alta Floresta, obteve junto aos órgãos competentes, o Selo SISBI [Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal], que garante a venda de seu produto para todo o território nacional.
O Faz Carne é a quinta empresa a receber o Selo na categoria de indústria no Estado de Mato Grosso.
O chefe do Indea em Alta Floresta, Anselmo Loose, diz que há mais de 10 empresas na fila passando pelo processo necessário para obter o SISBI, que é longo e demorado, mas que o resultado compensatório para a empresa expandir seu mercado e para a economia onde a indústria está instalada.
Antes, a empresa tinha o Selo de Inspeção do Estado, permitindo que seus produtos fossem vendidos apenas dentro de Mato Grosso. Com o atendimento das exigências da inspeção federal, a indústria passa a estar habilitada para exportar para todos os Estados Brasileiros.
Agora, este mercado tende a abrir e com certeza, aumentará o abate, o giro de recursos financeiros no município e a contratação de empregos
O frigorífico Faz Carne se estabeleceu em Alta Floresta há um ano e meio, ao adquirir a antiga estrutura do frigorífica Frigo Car, que estava fechada, na estrada Primeira Norte. O local passou por uma reforma durante um ano, para atender as normas exigidas para ter a liberação do Selo
Anselmo Loose disse que em julho de 2023, o frigorífico Faz Carne passou por auditoria, quando solicitou o Selo Sisbi. Foi exigido uma série de itens, conforme a pactuação do Ministério da Agricultura para adesão ao Selo.
“A empresa teve que fazer uma série de adequações estruturais e de equipamentos, pessoas e fluxo para passar por uma nova auditoria no final do ano de 2023, e foi liberado o registro do SISBI para o frigorífico Faz Carne”, explica.
Com forme ele, agora o Faz Carne pode vender sua carne no Brasil inteiro, o que representa um enorme avanço.
“Mato Grosso, mesmo sendo um Estado gigante, a população humana é pequena. Há 10 bovinos para cada habitante e tem muitos produtos que tem que vendidos fora, principalmente miúdos e carne industrializada. Agora, este mercado tende a abrir e com certeza, aumentará o abate, o giro de recursos financeiros no município e a contratação de empregos. Então, essa conquista é positiva e importante para Alta Floresta”, disse o chefe do Indea.
O empresário Bruno Lage, diretor do frigorífico Faz Carne, diz que o Selo é uma conquista muito importante para a empresa, que representa uma autorização do Ministério da Agricultura junto ao Indea- Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso.
“O Selo SISBI significa que o Ministério certifica que a fiscalização que o Indea realiza é suficiente para atestar a segurança e a qualidade do alimento que vai ser comercializado. Nos equipara a uma fiscalização federal e autoriza a levarmos a nossa mercadoria a todo o território nacional”, explica Bruno.
Conforme ele, o Selo também influi desde os preços aos fornecedores, porque os concorrentes poderiam levar suas mercadorias para todo o território nacional, não estando [o Faz Carne] limitado apenas no Estado de Mato Grosso, mas proporciona a possibilidade de ter todo o mercado nacional como mercado.
“Mato Grosso é um excelente consumidor de carne, mas para a empresa ter amplitude de ser competitiva durante o ano inteiro, tem que comercializar em todo o Brasil. E isto nos dá também sustentabilidade em nosso negócio e para o produtor da matéria prima primaria que é o pecuarista”, observa.
A obtenção do SISBI, de acordo com Bruno Lage, possibilitará a empresa ampliar as instalações da indústria, passando também a abater suínos, projeto que já está sendo planificado.
“Temos uma parte da indústria que ainda está ociosa. O cem por cento do funcionamento será quando estivermos operando também com suíno, que é um dos nossos planos de expansão. O plano depende de fatores de mercado e de matéria prima, mas já temos diálogo com criadores, órgãos públicos e entidades financeiras, para fazer parte deste projeto e colocarmos em prática a implantação da criação de suínos. Quando tiver os fornecedores, a indústria estará pronta para adquirir os animais”, anuncia o diretor da frigorífico.