Assessoria/ IBGE
Quantidade de moradores em domicílios situados em vias com calçada ou passeio
mais que dobrou em 12 anos; no mesmo período, o número de mato-grossenses
vivendo em domicílios cujas ruas tinham acesso a cadeirantes aumentou em sete
vezes
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no dia 17 de abril os
resultados do Censo Demográfico 2022: Características Urbanísticas do Entorno dos
Domicílios.
Nesta divulgação foram abordadas as informações coletadas pela Pesquisa
Urbanística do Entorno dos Domicílios, inserida no cronograma das atividades do Censo
Demográfico 2022.
Nesta divulgação, o IBGE ofereceu um panorama da infraestrutura
urbana do País, com informações territoriais que integram dados populacionais e
domiciliares, a partir dos seguintes quesitos investigados: capacidade de circulação da
via; pavimentação da via; existência de bueiro ou boca de lobo; existência de iluminação
pública; existência de ponto de ônibus ou van; vias sinalizadas para bicicletas; existência
de calçada ou passeio; existência de obstáculo na calçada; existência de rampa para
cadeirante; e arborização.
Em Mato Grosso, os resultados foram levantados em um universo de 3.091.276 pessoas
(84,5% da população geral) residentes em 1.092.596 domicílios localizados em áreas
com características urbanas (cerca de 85,5% do total de domicílios), que serviram como
objeto de estudo da Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios.
Com os resultados da pesquisa, é possível apresentar estatísticas para as cidades e
construir novos indicadores sobre a infraestrutura urbana, contribuindo para identificar
como vivem os brasileiros, dentro dos domicílios e nas áreas circunvizinhas
Capacidade de circulação da via
A estrutura viária para veículos é retratada na pesquisa através do quesito de capacidade
máxima de circulação da via. Em Mato Grosso, dentre os setores selecionados para a
Pesquisa Urbanística do Entorno, foram contabilizadas 3.026.566 pessoas (97,9%) que
viviam em trechos de logradouros onde era possível o fluxo de caminhões ou ônibus,
com o estado ocupando a terceira posição nacional nesse aspecto, superado apenas por
Mato Grosso do Sul e Tocantins, ambos com 98%.
Ainda de acordo com a pesquisa, 52.796 pessoas (1,7%) dos mato-grossenses viviam em trechos de logradouros com
capacidade máxima somente para circulação de carro ou van, enquanto 2.906 de
pessoas (aprox. 0,1%) viviam em trechos de logradouros onde só era possível a
circulação de motocicletas, bicicletas e pedestres.
Pavimentação da via
Em 2022, havia 2.569.986 mato-grossenses (83,1%) residindo em vias pavimentadas
pertencentes aos setores selecionados para a Pesquisa Urbanística do Entorno, uma
porcentagem inferior à média nacional de 88,5%, posicionando o estado em 18º lugar
entre os 27 estados do Brasil.
Por outro lado, 512.282 moravam em vias não
pavimentadas, sendo que 25 municípios contavam com mais de 50% de seus moradores
que não contavam com essa infraestrutura, dentre os setores pesquisados.
Mato Grosso apresenta o 4° melhor índice no país em vias com rampa de acesso a cadeirantes e o 5° em vias arborizadas
Em contraste, 47 municípios de Mato Grosso contavam com mais de 90% de seus
moradores habitando domicílios localizados em vias pavimentadas.
Bueiro ou boca de lobo
Em Mato Grosso, 49% da população — o equivalente a 1.513.953 pessoas — reside em
vias que contam com infraestrutura de drenagem urbana, como bueiros ou bocas de
lobo.
Esse percentual posiciona o estado na 12ª colocação entre as unidades da
federação com maior cobertura desse tipo de equipamento, evidenciando um patamar
intermediário no cenário nacional.
No topo da lista, Santa Catarina lidera com 85,1% da população residindo em vias com
drenagem, seguida por Paraná (83,4%) e Rio de Janeiro (76,7%). Na outra ponta, os
menores índices foram observados no Piauí (11,6%), Rio Grande do Norte (19,2%) e
Ceará (20,9%).
A disparidade na presença de infraestrutura de drenagem também é evidente entre os
municípios mato-grossenses. Em Serra Nova Dourada e Porto dos Gaúchos, por
exemplo, a pesquisa não identificou nenhuma via com bueiros ou bocas de lobo, o que
representa 1,2% do total de municípios do estado. Já em 60 cidades (45,5%), menos de 20% dos moradores vivem em ruas com esse tipo de estrutura. Na outra ponta, apenas
oito municípios — Lucas do Rio Verde (84,5%), Matupá (85,4%), Itaúba (92,2%), Sorriso
(94%), Ipiranga do Norte (94,2%), Cláudia (94,5%), Sinop (94,6%) e Santa Carmem
(97,9%) — contam com mais de 80% da população residindo em vias com sistema de
drenagem adequado.
Sinop, no norte do estado, se destaca nacionalmente pela ampla cobertura de
infraestrutura de drenagem urbana.
Com 94,6% dos moradores vivendo em trechos de
vias com bueiros ou bocas de lobo nos setores censitários pesquisados, o município
ocupa a terceira posição no ranking nacional, ficando atrás apenas de Bento Gonçalves
(RS), com 94,9%, e Umuarama (PR), com 94,7%. Esse desempenho reforça o cenário já observado no levantamento estadual, em que Sinop figura entre os poucos municípios.
Iluminação Pública
A iluminação pública foi pesquisada no Entorno dos Domicílios porque desempenha um papel importante em várias áreas da vida urbana. Nesta pesquisa, foi considerada a presença de poste ou similar para que o quesito fosse preenchido independente de seu
funcionamento.
Em 2022, o percentual de moradores em vias com iluminação pública em Mato Grosso
atingiu 98,2% (3.034.620 habitantes), um aumento da ordem de 4,3% em relação ao
Censo 2010, onde 93,9% dos mato-grossenses contavam com este item em seus
aspectos urbanísticos, sendo que em 2022 quatro municípios tiveram a cobertura deste
item abrangendo 100% dos moradores que participaram da Pesquisa Urbanística do
Entorno: Santa Cruz do Xingu, Santa Carmem, Ribeirãozinho e Nova Nazaré.
No outro extremo, somente três municípios contavam com menos de 90% de seus moradores
selecionados para a Pesquisa Urbanística do Entorno vivendo em vias sem iluminação
pública: Nossa Senhora do Livramento (86,1%), Campos de Júlio (86,8%) e Alto Boa
Vista (88,45%).
Ponto de ônibus ou van
A existência deste transporte cumpre a necessidade de circulação de pessoas para a
realização das atividades sociais, culturais, políticas e econômicas consideradas
necessárias na sociedade.
A possibilidade de investigação deste quesito optou-se captar
a existência de parada de transporte público coletivo do tipo ônibus ou van, presentes por
meio de sinalização visível em logradouros.
É considerado existência quando, na face percorrida ou na sua confrontante, existir
qualquer tipo de sinalização de ponto de parada de ônibus/van ou abrigo para a espera e
embarque/desembarque dos usuários.
Pontos de ônibus sem a estrutura física ou sinalização, ainda que conhecido pela população, não foram considerados.
A Pesquisa Urbanística revelou que em Mato Grosso havia somente 3,1% de moradores
em domicílios particulares permanentes ocupados em setores censitários selecionados
para a pesquisa com existência de pontos de ônibus/van, um percentual abaixo da médianacional (8,8%).
Os estados com maiores índices foram: Rio Grande do Sul (14,5%), Santa Catarina (11,9%) e São Paulo (11,8%).
Vias sinalizadas para bicicleta
A infraestrutura voltada à mobilidade por bicicletas também foi objeto de análise no
Censo Demográfico de 2022. Em Mato Grosso, apenas 41.742 pessoas — o equivalente
a 1,3% dos moradores dos setores censitários selecionados para a pesquisa urbanística
do entorno dos domicílios — viviam em vias com algum tipo de sinalização voltada ao
trânsito de bicicletas, como ciclovias, ciclofaixas ou ciclorrotas.
Com esse resultado, o estado ocupa a 16ª posição no ranking nacional de unidades da federação com maior
presença dessa estrutura.
Entre os municípios mato-grossenses, Vera apresentou o maior percentual de
moradores vivendo em vias com infraestrutura cicloviária, com 8,4%.
Em seguida, destacam-se Lucas do Rio Verde (6,7%) e Canarana (6,3%). Na outra extremidade, os
menores percentuais foram registrados em Nova Olímpia (0,03%), Vila Rica (0,04%) e
Nova Xavantina (0,05%), evidenciando a grande disparidade entre os municípios do
estado quanto à oferta desse tipo de infraestrutura urbana.
No contexto nacional, Santa Catarina lidera com 5,2% da população residindo em vias
com sinalização para bicicletas, seguida por unidades da federação de diferentes
regiões, como o Distrito Federal (4,1%), Ceará (3,2%), Amapá (3,1%) e Rio de Janeiro
(2,5%). Já os menores índices foram observados no Maranhão e no Amazonas (ambos
com 0,5%), Tocantins (0,6%), Rio Grande do Norte (0,8%), além de Alagoas, Minas
Gerais e Goiás (todos com 0,9%).
De forma geral, os dados apontam percentuais bastante reduzidos, revelando que a infraestrutura viária no país — e também em Mato
Grosso — ainda prioriza amplamente o transporte motorizado.
Calçada ou passeio
A infraestrutura urbana destinada à circulação de pedestres é a calçada ou passeio,
oferecendo um espaço seguro para que eles possam caminhar, separados do tráfego de
veículos, reduzindo o risco de acidentes.
Dentre os municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes, Sinop apresentou o 3° maior percentual de vias com bueiros ou bocas de lobo
Neste sentido, a pesquisa revelou que 2.557.559 pessoas que viviam em setores selecionados para a Pesquisa Urbanística do Entorno em 2022 moravam em vias com existência de calçada ou passeio, representando 82,7% do total – a efeito de comparação, este índice representa mais que
o dobro do número levantado pelo Censo anterior, realizado em 2010, onde somente
40,1% dos mato-grossenses moravam em ruas que contavam com calçada ou passeio.
Dos 141 municípios em Mato Grosso, três deles contavam com 100% de seus moradores
vivendo em vias com existência de calçada ou passeio nos setores selecionados para a
pesquisa: Santa Cruz do Xingu, Santa Carmem e Porto Alegre do Norte, enquanto outros
quatro municípios indicaram um valor abaixo de 20% dos habitantes: Colniza (6,6%),
Cotriguaçu (7,6%), Planalto da Serra (12,5%) e Porto Estrela (14,7% dos moradores
vivendo nos setores selecionados para a pesquisa).
Calçada sem obstáculo
Outro indicador analisado foi a presença de calçadas livres de obstáculos nas vias
públicas. Em Mato Grosso, 846.380 pessoas — o equivalente a 27,4% dos moradores
dos setores selecionados para a pesquisa urbanística — residem em ruas com calçadas
em condições adequadas de acessibilidade.
Esse percentual coloca o estado na segunda posição entre as unidades da federação com maior proporção de moradores
com acesso a calçadas livres de obstáculos, atrás apenas do Rio Grande do Sul (28,7%)
e à frente do Paraná (26,7%). Na outra ponta, o Maranhão apresentou o menor índice do
país, com apenas 4,6%.
Em âmbito municipal, o destaque em Mato Grosso vai para Porto Alegre do Norte, onde
99,1% dos moradores vivem em vias com calçadas desobstruídas. Na sequência,
aparecem Alto Taquari (98,5%) e Santa Cruz do Xingu (98,2%).
Já entre os municípios com os menores percentuais estão Bom Jesus do Araguaia (0,5%), São José do Povo
(0,7%) e Jangada (1%), evidenciando a forte desigualdade na oferta de infraestrutura
urbana acessível dentro do próprio estado.
Rampa para cadeirantes
A pesquisa permitiu o levantamento de mais um elemento que qualifica a característica
da calçada ou passeio – a presença de rampa para cadeirantes.
Em 2010, somente 3% dos moradores do estado viviam em ruas com a presença desta
infraestrutura.
Já em 2022, registrou-se um aumento de mais de sete vezes na cobertura
deste item para o estado de Mato Grosso, chegando a um índice de 22,4% do seu total de habitantes morando em setores selecionados para a Pesquisa Urbanística do Entorno,
representando o 4° maior índice do país atrás somente de Mato Grosso do Sul (41,1%),
Paraná (37,3%) e Distrito Federal (30,4), abrangendo 692.815 mato-grossenses.
Dentre os 141 municípios do estado, apenas dois contavam com mais de 50% de seus
habitantes vivendo em vias com pelo menos uma rampa de acesso para cadeirantes:
Campos de Júlio (66,8%) e Nova Mutum (63,3%).
Por outro lado, apenas o município de Novo Santo Antônio não contou com nenhum registro de moradores com esta
infraestrutura nas ruas presentes nos setores que serviram como objeto da pesquisa.
Para as concentrações urbanas (neste caso, os núcleos urbanos acima de 100 mil
habitantes), tiveram destaque nacional os municípios de Rondonópolis (42,2%) e Sinop
(com 38,8% de seus moradores vivendo em ruas com presença de rampa para
cadeirantes), figurando respectivamente em 8° e 9° lugares dentre os 15 maiores índices
do país.
Arborização
Os dados da pesquisa mostraram que, em Mato Grosso, havia 582.822 (ou 18,8%) dos
moradores que viviam em vias sem arborização, enquanto 2.499.446 (80,8%) dos
moradores viviam em vias com presença de árvores, ambos em setores selecionados
para a Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios.
Este retrato revelou, todavia, distintas densidades de arborização pois 674.103 (21,8%)
do total de pessoas contabilizadas com presença de árvore residiam em vias com até 2
árvores, 577.648 (18,7%) em vias com 3 ou 4 árvores enquanto 1.247.695 (40,3%)
pessoas localizavam-se em vias com 5 árvores ou mais.
Dentre as concentrações urbanas com maiores percentuais de moradores em domicílios
particulares permanentes ocupados em setores censitários selecionados para a
pesquisa, em trechos de vias com arborização, estavam Sinop (MT) e Rondonópolis (MT)
com 94% e 93,8% respectivamente.
No país, essas cidades ocupam as 14ª e 15ª
posições no ranking das concentrações urbanas que apresentam os maiores percentuais
de moradores em vias arborizadas.
Características do entorno dos estabelecimentos de ensino e de saúde
Além de estarem no entorno das unidades domiciliares, os elementos urbanísticos
também são importantes infraestruturas para promover a qualidade de acesso e
circulação aos estabelecimentos, uma espécie de unidade cadastrada durante a
atualização de endereços no Censo Demográfico 2022.
Em Mato Grosso, a pesquisa revelou que os estabelecimentos de saúde possuem uma
melhor infraestrutura frente aos estabelecimentos de ensino em quase todos os quesitos
levantados, à exceção da presença de sinalização de pontos de ônibus ou van, com 8,6%
dos estabelecimentos de saúde contando com este item e um índice de 11,2% para os
estabelecimentos de ensino.
Foi verificado também que as vias onde se localizavam os
estabelecimentos de ensino possuíam uma maior densidade de arborização (5 ou mais
árvores) com 46,6% enquanto as vias com os estabelecimentos de saúde contavam com
41,7%.
Dos 141 municípios de Mato Grosso, quatro deles apresentaram 100% de seus
estabelecimentos de saúde localizados em vias com uma boa infraestrutura, sendo
localizados em ruas pavimentadas, com iluminação pública, calçada ou passeio, rampa de acesso para cadeirantes e no mínimo uma árvore: Indiavaí, Jangada, São Pedro da
Cipa e Torixoréu. Por outro lado, somente dois municípios contavam com todos estes
mesmos itens urbanísticos em vias onde se localizavam os estabelecimentos de ensino:
Gaúcha do Norte e Ribeirãozinho
RESUMO/ INFOGRÁFICOS
Os percentuais indicam a proporção de moradores em domicílios particulares
permanentes ocupados, localizados nos setores censitários selecionados para a
pesquisa, cujo entorno possuía a característica indicada:Mato G rosso – Características do Entorno dos domicílios