José Vieira do Nascimento
Editor Mato Grosso do Norte
O conceituado professor Marcos Meier, psicólogo, escritor, mestre em Educação e palestrante, de Curitiba (PR), proferiu uma palestra no salão da Escola Presbiteriana em Alta Floresta, na noite de sexta-feira, 26, direcionadas a professores e pais de alunos da própria instituição de ensino.
O tema da palestra foi sobre criança e adolescente. A primeira informação do educador, abordada em sua palestra, voltada para um grande público formada por pais e professores da escola, foi que “crianças e adolescentes quando bem educadas em suas casas, são bons alunos na escola”.
“Quando isto acontece, a criança e o adolescente aprendem a trabalhar e se esforçar para respeitar o outro, com os bons modos de pedir licença, por favor, porque já vem de casa pronto e os professores só precisam ensinar coisas da escola, como Matemática, Português, Geografia, História e assim por diante”, explica.
“Agora, quando esta criança faz o que quer em casa, fica muito solta, quando os pais dão tudo que esta criança quer e não exigem nenhum tipo de trabalho dela, quando ela chega na escola, já acostumada a receber tudo, acha que o professor tem que fazer tudo para que ela passe de ano. Essa criança não se esforça, não estuda, não explora os exercícios e espera passar de ano. E isto não funciona na nossa sociedade”, acrescenta.
Outros temas importantes abordados por Marcos Meier na palestra foram autoridades, vínculos e afetividade. Segundo ele, as pesquisas tem mostrado que, mesmo quando os pais tem bons vínculos com os filhos, tem carinho, conversa, bate papo, ouve a criança e tem um bom relacionamento, não podem esquecerem da autoridade.
“Quando os pais exercem autoridade sobre a criança, fazem com que aja equilíbrio entre carinho e autoridade e este equilíbrio faz com que a criança tenha sucesso na vida.
Para Meier, o principal desafio para a escola infantil é desenvolver, de forma lúdica, os 5 sentidos.
“Criança tem que fazer bagunça, brincar, correr, desenhar, pintar, cortar, recortar, cantar, dançar, fazer teatro. Tudo isto desenvolve a criança de um jeito completo. Agora, se os pais e a escola deixam as crianças o tempo todo na frente de uma tevê, no celular, esta criança deixa de desenvolver suas funções cognitivas, deixa de desenvolver seus 5 sentidos, e passa a desenvolver apenas a visão e com problema: sempre na mesma distância, porque o celular fica sempre a 5 centímetros do rosto e a criança não focaliza outras coisas. Esse problema de estímulo faz com que, mais tarde, essa criança tenha dificuldades de aprendizagem”, esclarece.
Para ele, a boa família e a boa escola são aquelas que fazem a criança pequena brincar bastante, correr, pular e se divertir. “Mais tarde, esta criança terá bom desempenho para aprender na própria escola”, acrescenta.
Já para o público adolescente, quando o aluno está no ensino médio, ele disse que as dificuldades são ainda maiores, por causa da disponibilidade das tecnologias, como internet, facebook, celular, tem jogos e namorada.
“São tantas coisas chamando a atenção dele, que dificilmente esse jovem para e diz não para todas estas coisas, e vai estudar. O que temos que fazer é ensinar a criança a dizer não para o prazer imediato. Ela tem que aprender a deixar o prazer para depois e agora entender que tem que trabalhar, estudar, fazer os exercícios e se preparar para a prova e para o vestibular. A criança e adolescente que aprendem a deixar o prazer para depois, passam em qualquer universidade. As pesquisas mostram que os adolescentes que estão tendo sucesso, que passam nos primeiros lugares, são aqueles que gastaram de 4 a 5 horas por dia, além da escola, estudando. Agora, qual o adolescente que passa esse tempo estudando por conta própria? Só se ele souber se desligar de todas essas tecnologias, namorada, jogo de futebol, brinquedos e estudar. Os responsáveis é que vão ter sucesso no futuro”, sugestiona.
Portanto, a grande dica de Meier e que pais e professores façam equilíbrio entre afeto e autoridade. Os pais, conforme ele, tem que serem afetivos, carinhosos, ousam e respeitem as crianças e que não fiquem xingando e ameaçando.
“As ameaças psicológicas fazem um mal terrível para a criança. Mas tem que exercer a autoridade e fazer a criança participar das tarefas de casas. Essas coisas fazem a criança e o adolescente ter sucesso. Então, digo aos pais: equilibrem bem estas balança de afeto e autoridade, que dará certo”, aconselha.
Ele também elogiou a iniciativa da Escola Presbiteriana, que patrocinou a sua vinda à Alta Floresta, através de seu diretor, Alexander Alves Melo, para a realização deste importante evento, tanto para os profissionais da Educação, como para os pais.
“A Escola Presbiteriana, está de parabéns por fazer este trabalho de formação de professores e informações de pais. Hoje sabemos que se a escola não faz parceria com a família, muito dificilmente vai ter sucesso no seu trabalho. O ideal é que tanto família como os pais se juntem para que as crianças e adolescentes possam aprender da melhor forma possível”, disse.