Reportagem
A professora da rede pública de Alta Floresta, Irene Duarte, que implantou um método alemão de alfabetização desenvolvido na Alemanha, na década de 1990, no município, se transformou em uma referência nacional na educação nacional.
O método ganhou repercussão em reportagem da Folha de S. Paulo, nesta segunda-feira, 17. Irene, de 64 anos e com mais de 40 de experiência como professora, fala na reportagem, sobre o método de Educação IntraAct, baseado na neurociência cognitiva.
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Jornal Folha de SP
A professora da rede pública de Alta Floresta, Irene Duarte, que implantou um método alemão de alfabetização desenvolvido na Alemanha, na década de 1990, no município, se transformou em uma referência nacional na educação nacional.
O caso ganhou repercussão em reportagem da Folha de S. Paulo, na segunda-feira, 17. A professora, de 64 anos, tem mais de 40 de experiência. Na reportagem, ela fala sobre o método de Educação IntraAct, baseado na neurociência cognitiva
O sistema organiza as letras em blocos e prioriza a facilidade de pronúncia em vez da ordem alfabética, sendo inicialmente criado para auxiliar crianças com dislexia, TDAH e autismo. O caso ganhou repercussão em reportagem da Folha de S. Paulo.
Irene Duarte possui mais de 40 anos de experiência e testou o método em uma turma de 30 alunos, incluindo um indígena que não falava português e outro com deficiência intelectual. A professora introduziu o método em 2021. Em quatro meses, todos aprenderam a ler.
Em 2022 ela foi nomeada pela Secretaria Municipal de Educação, diretora do programa Alfabetiza Alta Floresta. Na época, apenas 35% das crianças estavam alfabetizadas ao final do 2º ano. Após a adoção do método, os índices subiram para 73% no 1º ano e 83% no 2º ano, chegando a quase 90% atualmente.
Atualmente, Irene exerce o cargo de Superintendente de Educação na Secretaria de Educação do Município.
O sucesso de Alta Floresta inspirou outros estados, como Santa Catarina, que iniciou um projeto piloto em 73 escolas públicas com investimento de R$ 875 mil.
O material utiliza fichas com quadros que apresentam letras, sílabas e palavras de forma gradual, além de um "padrão" para ajudar na concentração durante a leitura. O processo de alfabetização dura, em média, quatro meses.
Irene Duarte ressalta que o método também ajuda a identificar problemas sociais que afetam o aprendizado, como violência doméstica, fome e traumas emocionais. Para ela, é essencial criar uma rede de apoio com profissionais como assistentes sociais, médicos e terapeutas.
"Nenhum método faz milagre se não houver uma política pública de alfabetização que monitore e construa estratégias eficazes", afirma Duarte, em entrevista à Folha de S. Paulo.