por Mauricio Juárez
Autocosmos.com/México
Exclusivo no Brasil para Auto Press
A Volvo é minimalista, refinada e recentemente também está se concentrando em se identificar como uma marca eficiente. Para isso, toda a sua gama que está sendo gradualmente preenchida com variantes elétricas ou híbridas plug-in – no Brasil, por exemplo, a marca não vende mais modelos somente a combustão. Por aqui, a marca expandiu seu line-up com modelos menores 100% elétricos, como o EX30, EX40 e EC40. Apesar de terem valores mais acessíveis, quem tem sustentado a marca sueca no mercado é mesmo o XC60.
O SUV médio híbrido plug-in representou 53% das vendas da marca em 2023, com 4.335 unidades, e 37,8% dos emplacamentos em 2024, com 3.263 exemplares. Isso apesar da concorrência nas concessionárias de modelos bem mais baratos – o XC60 começa em R$ 439.950 enquanto o EX30 custa a partir de R$ 229.950. Nos dois primeiros meses de 2025, o EX30 assumiu a liderança na marca, com 541 unidades contra 502 do XC60. Além do preço, outra explicação para essa perda de fôlego é o fato de o XC60 já estar um pouco cansado.
Trata-se de um ciclo geracional extremamente longo – o modelo é produzido há oito anos –, ainda mais para um modelo que pretende ser visto como premium. Por outro lado, XC60 recebeu uma pequena atualização, que foi até exibida no Brasil em agosto passado, mas ainda não está à venda por aqui. O modelo adota para o restante da linha um visual semelhante ao da versão mais esportiva, Polestar, como uma nova trama na grade com moldura preta e mudanças na parte inferior dos para-choques dianteiro e traseiro.
Nada muito marcante, mas uma das vantagens do design minimalista é que envelhece melhor que produtos muito elaborados. Nessa decisão de estender a sobrevida do modelo, há um sentido prático: não havia sentido para a chinesa Geely, proprietária da Volvo, investir em uma nova geração de um modelo híbrido plug-in, quando a aposta para o futuro é na eletrificação total.
O interior do XC60 segue o mesmo padrão do exterior, com revestimento em couro napa e couro sintético de boa qualidade e inserções em madeira. Claro, a qualidade dos materiais continua a corresponder ao que se espera de um produto desse tipo. Nessa atualização, a tela vertical ganhou em definição e tem o pacote do Google já instalado para que o Google Maps e alguns outros aplicativos possam rodar nativamente sem precisar se vincular ao celular. Mesmo assim, também é compatível com Apple CarPlay e Android Auto.
O sistema de áudio é da Bowers & Wilkins e tem 14 alto-falantes que pode emular até mesmo a acústica de uma sala de concertos. O restante dos equipamentos é abundante com elementos como: ar-condicionado automático dual-zone, carregador de celular sem fio, volante aquecido, bancos ventilados e aquecidos, bancos com ajuste elétrico e memória, teto panorâmico, head up display, entre muitas outras coisas.
Em termos de segurança, o XC60 oferece uma das melhores estruturas do segmento e ainda tem um arsenal recheado de recursos de assistência avançada, ADAS, incluindo visão 360°, frenagem autônoma de emergência, monitor de ponto cego, controle de cruzeiro adaptativo, alerta de tráfego cruzado, manutenção de faixa e reconhecimento de placas de velocidade, entre muitos outros.
O espaço interno faz jus às dimensões generosas do modelo, semelhante ao de seus rivais diretos Audi Q5, BMW X3 e Mercedes-Benz GLC. Ele tem 4,71 m de comprimento, 1,90 m de largura, 1,65 m de altura e 2,87 m de entre-eixos. O porta-malas comporta 468 litros em posição normal e 1.395 litros com a fileira traseira rebatida.
Para empurrar seus 2.134 kgm, o modelo conta com um trem de força híbrido plug-in, que pode gerar até 462 cv de potência e 72,3 kgfm de torque – 310 cv e 40,8 kgfm do motor térmico e 145 cv e 31,5 kgfm no motor elétrico traseiro. A aceleração de zero a 100 km/h fica em 4,8 segundos. Ele é gerenciado por um câmbio automático de oito velocidades, que direciona a força do motor para as quatro rodas, em um sistema on demand.
Impressões ao dirigir
Espírito esportivo
O Volvo XC60 tem uma bateria de 18,8 kWh que proporciona uma autonomia puramente elétrica, segundo os critérios do Inmetro, de 48 km, suficiente para a maior parte dos trajetos urbanos entre casa e trabalho. E a experiência de condução no modo elétrico é como qualquer outro veículo elétrico, com forte entrega de torque desde a arrancada e dinâmica extremamente silenciosa. Por dentro, requinte nos materiais, bom gosto na composição e espaço generoso para todos os ocupantes, mas é basicamente o mesmo XC60 produzido há oito anos.
No uso rodoviário ou em modo híbrido, as respostas mudam drasticamente. A aceleração fica ainda mais forte, direção ganha em precisão e o ajuste da suspensão, um pouco rígido, se justifica plenamente. O peso superior a duas toneladas se torna perceptível em determinadas situações, mas em linhas gerais, a experiência é a uma marca premium, refinada e emocionante – especialmente se considerando que é um SUV de bom tamanho.
