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Carros Quarta-feira, 26 de Março de 2025, 09:25 - A | A

26 de Março de 2025, 09h:25 - A | A

Carros / EQUINOX RS

Pegada utilitária

Novo Chevrolet Equinox RS ganha potência, tração e conteúdo



por Eduardo Rocha
Auto Press

               

Uma das dificuldades que a General Motors deve ter para escolher um modelo SUV para importar para o Brasil é a grande variedade de ofertas que a fabricante dispõe. Sem contar os SUVs elétricos – já que tanto a Blazer EV quanto Equinox EV estão presentes no Brasil - a Chevrolet dispõe de sete modelos. O Equinox representa nessa gama o ponto de equilíbrio. Até em relação ao preço, pois custa a partir de R$ 275.790. É o que se encaixa melhor entre o compacto Tracker e o grandalhão Trailblazer, também em relação a tamanho e a proposta. A Tracker tem características de carro de passeio enquanto o SUV da S10 está mais para utilitário. A quarta geração do Equinox faz uma mistura desses dois conceitos.                

O modelo que desembarcou, vindo do México, no final do ano passado no Brasil, tem conforto e requinte por um lado, mas é também um pouco mais bruto que o antigo Equinox. Nessa nova geração, as versões disponíveis – a avaliada RS, de visual esportivo, e a aventureira Activ –, ficaram mais próximas, tanto em conteúdo quanto em mecânica. A antiga RS contava apenas com tração dianteira, enquanto a nova conta com a mesma tração AWD presente na Activ e que já estava presente da extinta Premier. O retrabalhado motor 1.5 turbo agora rende 177 cv e 28 kgfm e passou a ser gerenciado por um câmbio de oito marchas, no lugar do antigo de seis.                

No conteúdo, as diferenças são mínimas. A RS ganha o visual esportivo, com rodas de aro 20, máscara negra no conjunto ótico e grade dianteira menor e em preto brilhante. Por dentro, perde o alerta de pedestre traseiro, faróis de nebline em led, a câmera 360º e o retrovisor interno por câmera. O acabamento interno também é específico para cada uma, sendo que a RS traz a cor vermelha em detalhes e nas costuras de banco, console e volante. Nessa nova geração, a RS ganhou recursos como teto solar panorâmico, faróis em led tipo projetor, tampa traseira elétrica com sensor de movimento, carregador de celular por indução, da partida remota do motor e sistema Google Assist.                

O modelo conta ainda com um bom conjunto de sistemas de auxílio à condução: controle de cruzeiro adaptativo com stop&go, alerta de colisão com frenagem autônoma, alerta de faixa, de ponto cego e de movimentação traseira, farol alto automático, seis airbags, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, câmera de ré, e sensor de luz e de chuva, entre outros. Ambas as configurações, no entanto, perderam o sistema de estacionamento semiautomático. Na parte de conforto, o Equinox traz ar-condicionado digital duplo e chave presencial para travas e ignição.                

A Equinox conta ainda com saídas de ar para o banco traseiro, painel digital com 11 polegadas para o computador de bordo, sistema multimídia MyLink com 11,3 polegadas, conexão sem cabo com Apple CarPlay e Android Auto navegador integrado e roteador wi-fi para até sete aparelhos. Tem ainda paddle shift no volante para troca de marchas, botão giratório para modos de condução, volante multifuncional para controle de som, telefone e controle de velocidade, ajuste elétrico, aquecimento e ventilação para os bancos dianteiros e aquecimento para os assentos laterais traseiros.  

Ponto a ponto

Desempenho – Para essa quarta geração do Equinox, o motor 1.5 Turbo ganhou um pouco mais de disposição, chegando a 177 cv e 28,0 kgfm – 5 cv e 0,2 kgfm a mais. Além disso, o câmbio automático passou de seis para oito marchas. O foco, no entanto, foi mais em consumo que em desempenho. Tanto que, comparado ao antigo Equinox Premier, que contava com tração AWD como a atual RS, houve uma pequena perda de aceleração, de 9,2 para 9,3 s no zero a 100 km/h, e na máxima, que caiu de 199 para 196 km/h. Ainda assim, o SUV mostra bastante desenvoltura, sem deixar a sensação de falta de potência em nenhum momento nem qualquer turbolag perceptível. Propulsor e câmbio formam um bom conjunto e oferecem ganhos de velocidade progressivos e suaves e respostas bem diretas. Nota 8.

Estabilidade – A nova plataforma VSS-S do Equinox ganhou em rigidez em comparação com a antiga D2XX e a suspensão ganhou uma nova geometria, embora tenha mantido a configuração clássica de McPherson na frente e multilink atrás. Com as mudanças, o Equinox ficou um pouco mais rígido, com reações mais bruscas, embora ainda absorva bem os impactos das irregularidades. Por outro lado, ganhou um pouco mais de precisa no contorno das curvas – no que as rodas aro 20 da versão também ajudam. Em geral, o modelo transmite segurança e controle. Nota 8.

Interatividade – O novo Equinox RS teve o interior repaginado e evoluiu na interação entre carro e condutor. As duas telas principais, painel com 11 polegadas e central multimídia com 11,3 polegadas, ficam geminadas em uma mesma moldura bem na altura dos olhos do usuário. Há apenas um botão físico, para on/off e volume, mas o grafismo na tela é simples e fácil de traduzir. Na parte inferior do console central há um painel dedicado ao controle de temperatura do ambiente e dos bancos. O câmbio fica numa haste na esquerda na coluna de direção, enquanto outra haste, no lado direito, controla limpadores e faróis, enquanto o volante multifuncional permite controlar som, computador de bordo, telefonia e até os controles de velocidade e distância. Nota 9.

Consumo – Como a versão RS agora conta com um sistema AWD, ela consome mais que a antiga RS, mas um pouquinho menos que a finada Premier AWD, com médias de consumo de gasolina de 9,0 km/l na cidade e 10,8 km/l na estrada. As notas foram D no segmento e D no geral. Nota 4.

Conforto – O Equinox sempre se destacou nesse aspecto. E mesmo que tenha ficado um pouco mais dura em relação à antiga RS, ainda oferece muito conforto. A altura facilita o acesso ao interior, que por sua vez mostra um ótimo aproveitamento do entre-eixos de 2,73 metros. Os novos assentos têm ótima ergonomia e regulagem elétrica para os passageiros da frente, inclusive lombar. Banco e espelhos externos têm duas memórias de posição, o que simplifica o compartilhamento do veículo. Os passageiros traseiros contam com saídas de ar, tomadas USB e até aquecimento, para os assentos laterais. Nota 9.

Tecnologia – A plataforma modular VSS-S – de Vehicle Set Strategy SUV, algo como estratégia para configuração de veículos SUV –é bem recente e vem equipando os utilitários esportivos mais robustos da GM. O trem de força foi modernizado e embora não seja econômico, é bastante potente. A lista de itens de série está de acordo com a posição do modelo no mercado - na RS, a câmera 360º presente na Activ seria bem-vinda. No mais, é bem completo: chave presencial, sensor de chuva, sistemas de auxílio à condução, câmera e sensor de ré, etc. A central multimídia é bem completa e antenada com a atual tendência de conectividade e nessa geração passou a contar com carregador por indução. Nota 8.

Habitabilidade – O habitáculo conta com nichos no console, nas portas e sob o apoio de braços. O porta-malas ficou 1 litro maior que da geração anterior, com 469 litros, que sobe para 931 com a segunda fileira rebatida. A ausência da alavanca de câmbio entre os bancos ajuda bastante no aproveitamento de espaço. O espaço para cabeças, ombros e pernas é generoso. Chama a atenção o bom espaço lateral, o que facilita até a presença de um terceiro passageiro no banco de trás. Nota 9.

Acabamento – Por dentro, predomina a cor preta nos revestimentos, inclusive no teto. Junto com as peças em acrílico vinho degradê no tablier e nas saídas de ar e detalhes em cromado e preto brilhante, o interior apresenta um aspecto requintado. Os bancos, painéis de porta e console frontal recebem acabamento em couro sintético texturizado, o que também empresta uma certa sofisticação. Foram mantidas algumas áreas de toque plástico rígido, mas pode ficar por conta do caráter utilitário do Equinox. Nota 8.

Design – O novo Equinox é uma evolução natural da geração anterior, sem quebra de paradigmas. Ou seja: mantém o porte de SUV, com detalhes modernos, mas sem maiores ousadias ou invencionices no design. Os volumes são bem equilibrados e o aspecto robusto é predominante. Nota.

Custo/benefício – No subsegmento específico de SUVs médios superiores, o Equinox tem preço um pouco acima do Ford Bronco Sport, na mesma faixa do Jeep Compass Hurricane e um pouco abaixo do Volkswagen Tiguan, todos transitando entre R$ 260 mil e R$ 300 mil. Pelo conteúdo e desempenho, tem um valor bem favorável nesse bloco de SUVs. Nota 8.

Total – O novo Chevrolet Equinox RS somou 79 pontos em 100 possíveis.  

Impressões ao dirigir

Além da imagem                

O visual do Chevrolet Equinox RS busca valorizar uma imagem mais jovem. Só que nessa quarta geração, o utilitário esportivo médio ficou um pouco mais longe da ideia de esportividade e mais próximo do aspecto utilitário. Por conta da nova plataforma VSS-S, destinada a SUVs mais robustos como Chevrolet Traverse, Buick Enclave ou GMC Terrain, o Equinox está mais embrutecido, tanto no trato da suspensão quanto nas reações. Não perdeu muito em conforto, mas agora passa a impressão que é capaz de superar obstáculos com uma certa facilidade.                

Nisso, ajuda bastante a adoção do sistema AWD, que antes só equipava a versão Premier, substituída agora pela Activ. E para confirmar isso, no console central, o botão giratório que permite escolher entre modos de condução não traz um modo Sport. Tem apenas Normal, Off-road e Gelo. Seja como for, se a ideia for explorar os limites automobilísticos, o Equinox tem de onde tirar. Até porque o modelo agora conta com câmbio de oito marchas e tração integral on demand, que ajuda no contorno das curvas, se a situação exigir. O motor 1.5 de 177 cv e 28 kgfm de torque tem funcionamento liso e até que lida bem com os quase 1.700 kg do modelo. Com uma relação peso/potência próxima de 9,5 kg/cv, a aceleração de zero a 100 km fica um pouco acima de 9 segundos (segundo a GM, em 9,2 s).                

Dinamicamente, a evolução do Equinox é notável. Mesmo que o conforto tenha sido um pouco afetado, as aventuras em situações de baixa aderência ficaram muito mais palatáveis. Por outro lado, o SUV da Chevrolet tem um generoso espaço interno, dado o bom aproveitamento do entre-eixos de 2,73 metros, que eleva o conforto a bordo. Há espaço para cabeças e pernas para todos os ocupantes, bancos elétricos dianteiros com controle térmico, piso plano e saídas de ar para a fileira traseira e o silêncio a bordo é garantido por um supressor de ruídos.

Ficha técnica

Chevrolet Equinox RS 2025

Motor: Gasolina, dianteiro, transversal, 1490 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, turbocompressor. Injeção direta e acelerador eletrônico.

Transmissão: Câmbio automático de oito marchas à frente e uma a ré. Tração integral on demand e controle eletrônico de tração.

Potência máxima: 177 a 5.600 rpm.

Torque máximo: 28,0 kgfm entre 2 mil e 4 mil rpm.

Aceleração de 0 a 100 km/h: 9,3 segundos.

Velocidade máxima: 196 km/h.

Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com barra estabilizadora ligada a hastes tensoras e molas helicoidais com carga lateral. Traseira independente tipo multilink com quatro braços. Controle eletrônico de estabilidade.

Pneus: 235/50 R 20.

Freios: Discos na frente e atrás. ABS com EBD e sistema automático de frenagem de emergência.

Carroceria: Utilitário esportivo médio em monobloco, com quatro portas e cinco lugares. 4,66 metros de comprimento, 1,90 m de largura, 1,71 m de altura e 2,73 m de entre-eixos. Oferece airbags frontais, de cabeça e laterais para os passageiros da frente.

Peso: 1.678 kg, em ordem de marcha.

Capacidade do porta-malas: 469 litros e 931 litros com os bancos traseiros rebatidos.

Tanque de combustível: 59 litros.

Produção: San Luís Potosí, México.

Preço: R$ 275.790.

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