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Entrevistas Sexta-feira, 08 de Novembro de 2024, 09:16 - A | A

08 de Novembro de 2024, 09h:16 - A | A

Entrevistas / CINCO PERGUNTAS

Tempo próprio

Entusiasta das tramas de época, Alessandra Poggi aposta no otimismo dos anos 1950 para ambientar “Garota do Momento”



por Geraldo Bessa TV Press                

Alessandra Poggi sempre foi apaixonada por novelas de época. Por isso, é natural que ela invista nesse filão ao se estabelecer no seleto grupo de novelistas da Globo. A primeira viagem no tempo da autora foi para os anos 1980 em “Os Dias Eram Assim”, de 2017, escrita em parceria com Ângela Chaves. Mais recentemente, em 2022, Poggi estreou de forma solo com “Além da Ilusão”, ambientada nos anos 1940. Agora, inspirada pelo otimismo dos anos 1950, ela se dedica aos trabalhos de “Garota do Momento”, a nova novela das seis. “O trabalho de pesquisa de uma novela de época é sempre intenso e detalhado. Dá um trabalho enorme, mas eu adoro. Gosto de fazer essa volta no tempo não apenas por saudosismo, mas para entender e mostrar um pouco da nossa própria história para uma nova geração”, avalia.                

Na Globo desde os anos 2000, Poggi começou sua história na emissora no extinto programa dominical “Gente Inocente!?”. Nos anos seguintes, encontrou abrigo como colaboradora de “Malhação”, onde ficou de 2003 até 2010 e trabalhou com os mais diversos autores e diretores da casa. Na sequência, acabou integrando a equipe de criação de Miguel Falabella, com quem trabalhou em produções como “Aquele Beijo” e “Pé na Cova”. Em 2017, por incentivo de Silvio de Abreu, então diretor geral de teledramaturgia da emissora, estreou como novelista principal. “Todos os trabalhos que participei foram fundamentais para o desenvolvimento da minha escrita. As coisas acontecem no momento certo e, apesar dos contratempos normais da tevê, vivo de forma muito feliz todo o processo de criação”, destaca.

P – Depois de abordar as décadas de 1980 e 1940 em trabalhos anteriores, você volta ao ar com “Garota do Momento”, que se passa nos anos 1950. O que a motiva a criar tramas de época? R – A gente sempre olha para trás com mais carinho e otimismo. Escolhi ambientar esse trabalho nos anos 1950 por ser considerado por muitos como uma das décadas mais felizes para o país, com a Bossa Nova e o Cinema Novo surgindo, a Seleção Brasileira ganhando a Copa do Mundo pela primeira vez e a construção de Brasília. Quis trazer essa época de nostalgia em que tudo parecia mais bonito e feliz. Mas também lanço um contraponto ao trazer para a cena questões complexas da época.

P – Como assim? R – A novela trata da busca por identidade, superação e empoderamento em um momento onde as mulheres não tinham plenos direitos. Temas importantes, como preconceitos de várias naturezas – racial, social e de gênero – são parte do enredo, que faz um resgate dos costumes e da forma de pensar da sociedade brasileira naqueles anos. Além disso, a história explora a força da publicidade da época e o impacto da televisão, que estava emergindo, e dá destaque à comunidade negra nos anos 1950.

P – É preciso recorrer a muitas licenças poéticas para que a novela não soe tão anacrônica? R – Embora eu tente me ater ao máximo aos eventos e costumes da época, há algumas licenças poéticas, especialmente em relação ao tempo dos acontecimentos. Sempre com parcimônia, mantendo a fidelidade ao espírito da época. A licença poética também se aplica à inclusão de uma mulher negra em um posto de celebridade, algo que não era comum naqueles tempos.

P – Como se desenvolve a história da protagonista Beatriz (Duda Santos)? R – Beatriz é uma jovem que, após acreditar ter sido abandonada pela mãe aos quatro anos, descobre que essa mãe, Clarice (Carol Castro), na verdade, está viva e casada. Ao reencontrar a mãe, Beatriz percebe que ela não a reconhece e que ainda por cima tem outra filha com o mesmo nome. A partir daí, os conflitos começam a surgir. E, na trajetória de se aproximar e tentar entender o que aconteceu com a mãe, Beatriz ainda se torna garota-propaganda de uma das maiores fábricas de sabonete do país.

P – “Garota do Momento” inaugura sua parceria com a diretora Natália Grimberg. O que você achou da estética da novela no ar? R – A parceria com a Natália está sendo maravilhosa. É a primeira vez que trabalhamos juntas, e ela conseguiu levar para a tela exatamente o que eu imaginei. A equipe dela e todos que estão envolvidos na produção são extremamente talentosos e dedicados. É uma colaboração muito produtiva e gratificante.  

Garota do Momento” – Globo – de segunda a sábado, às 18h20.

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