Jorge Yanai
Parece existir uma regra entre os presidentes, governadores e prefeitos - ano um da administração: fecham-se as portas e fala-se para o povo que o administrador pegou algo quebrado. Ano dois: aumentam-se os impostos e informa-se aos eleitores que o remédio amargo é para curar a doença provocada pelo antecessor.
Ano três, novas desculpas são dadas para enrolar e fazer de conta que o trabalho está andando, na dúvida, então, mete-se uma reforma administrativa. E no ano quatro tudo fica lindo, pinta, reforma, enfeita, coloca dinheiro na comunicação porque tá chegando a reeleição!
Estamos no terceiro ano do governo do amor. Lula tem exalado bons sentimentos entre os que rodeiam, mas eles ao que parece estão cansando. O ministro das Comunicações rodou e o que chegou não está dando conta do serviço. O moço da Economia não passa confiança ao mercado e assume as culpas por situações como a do PIX, Haddad segue como o menino de recados entre Lula e a Faria Lima, mas não tem autonomia e não consegue se impor.
Agora, terceiro ano do Lula, ele se vê apregoado com uma pesquisa que mostra como está sem credibilidade. Saiu ontem e repercute hoje o péssimo desempenho de aceitação dele e do governo dele. São coisas distintas, mas que se alinham em relação aos números ruins.
A culpa, claro, não é dele... como sempre. É comum na esquerda o hábito de terceirizar os erros próprios. Agora, o presidente tenta intervir nos preços dos alimentos, alegando que produtores rurais e donos de supermercados são pessoas más e que querem ferrar todo mundo. Ledo engano, agricultores e comerciantes querem que as pessoas comprem e continuem comprando.
Diferente dos oportunistas que pretendem ganhar as eleições, faturam e depois somem por um tempo para então voltarem como salvadores da pátria. No mercado é preciso constância e também que os políticos não interfiram. É premissa da democracia: mercado livre e imprensa independente.
Note que a imprensa, em especial a Globo, parou de proteger e está evidenciando o mal desempenho do governo atual. Com base em números, talvez em faturamento também.
Agora, terceiro ano do Lula, ele se vê apregoado com uma pesquisa que mostra como está sem credibilidade
Localmente, Sinop sente o terceiro ano de Lula, com recuo no setor imobiliário e em outros também importantes para a nossa economia. Claro, o dinheiro não pegou fogo ou sumiu, mas alguém está retendo, segurando e isso pega mal, paralisa outros setores que estão ao redor dos terrenos como o de materiais de construção, os prestadores de serviços, decoradores, móveis e por aí vai.
O que salva, mais uma vez, é o agro. A colheita, até esse momento em nossa região, vai bem. Tomara que siga nesse ritmo. Quando tem soja indo para o armazém, tem combustível sendo queimado, caminhão rodando, pneu sendo trocado, gerente de fazenda comprando terreno e outras ações que se desencadeiam direta e indiretamente.
Sejamos otimistas, apesar dos pesares. Sinop já passou por tantas provações que nosso couro está duro. Esse terceiro ano de Lula e sua turma é mais uma prova de resistência. Sejamos resistentes e perseverantes.
Jorge Yanai, médico, empresário e ex-senador.