Assessoria
No campo, a soja é atacada por muitas doenças fúngicas que podem causar prejuízos tanto no rendimento quanto na qualidade dos grãos. As que mais infectam a cultura apresentam uma dinâmica variada e têm o controle influenciado por diferentes condições de clima, cultivares e populações dos fungos presentes nas áreas. Dentre as principais doenças, a mancha-alvo (Corynespora cassicola) é um ponto de atenção, pois apresenta alta severidade, problemas de resistência e a infestação no campo cresce a cada safra.
“Entre os ciclos 18/19 e 23/24, a mancha-alvo teve aumento de 33% ao ano na área tratada no Brasil, de acordo com um recente levantamento divulgado pela Kynetec. Esse percentual de crescimento anual é maior que outras problemáticas na soja, como ferrugem, mofo-branco e antracnose, no mesmo período. Isso comprova que o manejo da cultura deve avaliar o complexo de doenças de cada região” destaca Fábio Lemos, engenheiro agrônomo e gerente de culturas e portfólio da FMC, empresa de ciências para agricultura.
Dentre os fatores para a evolução da doença está a seleção genética de materiais altamente produtivos, porém com maior suscetibilidade a patógenos, ampla área cultivada, sistema de soja-algodão, em que a doença se desenvolve e causa danos, simultaneamente submetidas a diferentes condições climáticas, e diversidade de variações entre populações de fungos submetidas a condições diversas de pressão e seleção.
“Uma vez que haja condições para a ocorrência, as perdas pela falta de um controle preventivo podem ser devastadoras à cultura, com redução de 15 a 20% do potencial produtivo, em escala variável. Por isso, é muito importante que o produtor faça o programa preventivo de controle de doenças da lavoura em associação com produtos multissítios e biológicos”, explica o gerente.
De acordo com os resultados de pesquisa da companhia, o uso frequente do mesmo fungicida promove uma maior pressão de seleção e, portanto, acarreta uma menor eficácia do manejo das doenças. Na ausência de novos ativos, a rotação de grupos químicos e moléculas atenuam a pressão sobre as populações e conferem mais controle.