Reportagem
Mato Grosso do Norte
Moradores da Comunidade Guadalupe, na região conhecida como Pedra do Índio, realizaram nesta quinta-feira, 30, uma manifestação para tentar impedir que as máquinas da prefeitura de Alta Floresta, que trabalhavam na estrada que dá acesso à comunidade, saíssem sem realizar o serviço que estava sendo cobrado.
Conforme os moradores, o serviço de recuperação da rodovia não foi concluído, além disso, também cobravam que a estrada fosse cascalhada e a construção de um bueiro. O cascalho para a realização do serviço foi doado por uma moradora e se encontra num local de fácil acesso.
O objetivo do movimento seria resolver definitivamente o problema enfrentado pelos moradores em função da precariedade da estrada, que na maior parte do tempo oferece péssimas condições de trafego, principalmente no período de chuvas, quando se torna lisa e forma atoleiros, expondo a população à risco de acidentes.
Moradores informaram que foi iniciada uma obra para revitalização da estrada que liga a comunidade à rodovia. No entanto as máquinas evadiam do local sem a devida finalização. Então, foi organizada uma manifestação pacífica. Bloquearam a saída da comunidade com veículos e solicitaram o pronunciamento das autoridades locais.
Foi relatado que já ocorreu muitos acidentes pela má conservação da estrada e também que os 27 alunos que residem na comunidade, têm dificuldade de serem recolhidos pelo ônibus escolar.
Moradores da Comunidade Guadalupe realizaram uma manifestação, cobrando o cascalhamento da estrada
O Ailton Molizi (Baiano), morador da comunidade há mais de 20 anos, relata que sempre houveram promessas. Porém, nunca foram cumpridas, e que muitas vezes é “iniciada, mas nunca finalizada”.
A moradora Alexandrina Aparecida Benfica Sopeletto também ratifica a importância da implantação de uma rotatória na entrada da comunidade.
Essa rotatória teria a função de auxiliar na saída e entrada da comunidade, tendo em vista a quantidade de acidentes no local.
Foto: Mato Grosso do Norte
O presidente da Comunidade, Adir Rodrigues da Silva, que estava a frente do movimento, disse que os moradores estavam cobrando apena seus direitos, de forma pacífica. “Queremos o cascalhamento da estrada, mas disseram que não pode ser feito agora, e que será feito depois. Mas todo os anos falam a mesma coisa e a comunidade está cansada”, disse.
A intenção dos moradores, conforme Adir, seria não deixar as máquinas saírem sem fazer o cascalhamento da estrada.
Todavia, a estrada permaneceu fechada por algumas horas. Porém, administração municipal acionou a polícia para comparecer no local e fazer os manifestantes desobstruírem a estrada e permitir que as máquinas saíssem, pondo um fim na manifestação da comunidade.
Ele disse que tentaram conversar com o prefeito e o gestor disse que não iria cascalhar a estrada agora e não sabe quando.
Adir afirma que os manifestantes haviam decidido em reunião liberar as máquinas, quando foi enviada a Polícia Militar, para tirá-los da estrada.
“Nosso prefeito mandou a polícia tirar nós da estrada, depois que já haviamos decido liberar as máquinas”, disse Adir.
Em conversa por telefone com a TV Nativa, o prefeito de Alta Floresta, Chico Gamba, alegou que a prefeitura tem um cronograma de trabalho a ser cumprido e neste momento, não tem máquinas e equipes para fazer cascalhamento. A prioridade da gestão é não deixar estradas interditas com atoleiros e pontes danificadas, e que seria impossível cascalhar 3 mil quilômetros de estradas.
E adiantou que não irá ceder à pressão. “Vamos fazer o que é possível e não vamos ceder à pressão nenhuma. Não adianta forçar a barra que, fora do nosso alcance, não vai ser com pressão e manifesto que nós vamos fazer”, declarou o gestor.
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