Leila Mares
Um dos movimentos mais comuns ligados à vida profissional é a busca por qualificação, por atualização com ferramentas de trabalho em geral e por informações para ser um profissional capaz de responder às demandas do mercado.
Apesar disso, cerca de 87% das demissões são motivadas por questões ou problemas comportamentais, segundo levantamento realizado pela revista Você S/A. Então, é preciso questionar: o quanto os profissionais investem em seu comportamento?
Quais são os principais problemas no país que causam esse alto nível de envolvimento do comportamento não como um diferencial de carreira, mas como um problema?
Um dos motivos é a falta de conhecimento a respeito do papel do comportamento e seu protagonismo na construção de carreira
A inteligência emocional é a chave do processo. A intolerância às diferenças, a baixa assertividade, a incapacidade de uma comunicação não violenta, a falta de compromisso efetivo com as metas e procedimentos de uma organização e personalidades “difíceis” são alguns dos pontos centrais que geram essa problemática.
Há profissionais brilhantes, mas que possuem relações tão complexas em seu entorno, que sua contratação ou presença em um ambiente pode ser tornar tóxica para todas as possibilidades de trabalho presentes.
O comportamento envolve não apenas as relações interpessoais, mas a flexibilidade para mudanças, gestão eficaz do tempo.
Como resultados, há ineficácia de resultados ou comprometimentos que podem afetar praticamente toda uma equipe, ou criar um clima organizacional tenso e insustentável.
Não há uma fórmula para evitar os problemas comportamentais, uma vez que eles são intrínsecos ao colaborador, mas eles ocorrem em pequenas e grandes empresas.
Um dos motivos é a falta de conhecimento a respeito do papel do comportamento e seu protagonismo na construção de carreira. Pessoas podem investir uma quantia considerável de tempo e dinheiro em cursos e formações diversas, mas não compreendem a necessidade de formar e fortalecer a sua inteligência interpessoal e emocional.
A exaustão, a alta competitividade, burnout e outros fatores ligados a intensidade das relações de trabalho podem colaborar para um afastamento ou insuficiente aproximação da pessoa e de seus comportamentos ao nível de comprometimento e resposta que requer uma organização.
Ainda, existe a influência do repertório de cada um, das formas de comunicação e dos instrumentos pessoais que possui para lidar com o outro, com suas necessidades, com conflitos e até mesmo com a expressão de seus sentimentos e necessidades.
É um problema tão grave quanto complexo, pois impede o desenvolvimento de carreiras e o fortalecimento de habilidades e competências, bem como aproximação aos valores organizacionais, já que as demissões costumam ocorrer quando esses processos se encontram.
Nem mesmo refinadas habilidades retiram o profissional da linha de corte comportamental, pois desalinhos nesta área causam prejuízos significativos.
Com isso, fica o convite de desenvolvimento: conhecer seus pontos fracos e fortes, desenvolver assertividade, canalizar e investir em emoções equilibradas, resiliência, capacidade de resistência a frustrações e conhecimento de recursos para oferecer e obter o melhor de si.
Inteligência emocional vale a pena!
Leila Mares é especialista em Gestão de Pessoas.