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Opinião Segunda-feira, 28 de Abril de 2025, 08:12 - A | A

28 de Abril de 2025, 08h:12 - A | A

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O Papa pop

Jorge Mário Bergoglio, que se tornou o Papa Franscisco, conquistou o mundo com a sua alegria e humildade



José Vieira do Nascimento

Não há muito o que falar sobre o Papa Francisco. Tanto já foi dito sobre ele, que qualquer tema seria apenas reprise. No entanto, minhas impressões pessoais são que, dos três papas que passaram pelo Vaticano nas últimas décadas, Francisco se distinguia dos demais, por seu perfil bem ‘descolado’.
Também tenho enorme admiração pelo Papa João Paulo II. Assim como sua disposição em ter visitado muitos países mundo afora, como um peregrino da paz. Porém, particularmente, o achava mais protocolar, apesar de carismático e alegre.
Também foi o único Papa que posso dizer que o vi. Em 1991 em sua visita à Cuiabá, eu era um dos milhares de rostos no meio da multidão, que ocupava as ruas da cidade para vê-lo. O vi quando passou no papamóvel, apesar da grande aglomeração. Diante da dificuldade de locomoção em função da enorme quantidade de pessoas, desisti de ir à missa celebrada por ele naquele dia 16 de outubro.
Todavia, Francisco com sua humildade, para mim foi um Papa pop, parafraseando, a música do grupo Engenheiros do Hawaii. E talvez tenha sido por isso que a juventude gostasse tanto dele.
Quando a canção foi lançada em 1990 pelos talentosos artistas, o mundo estava em um momento bem diferente. E nos 12 anos em que passou à frente do Vaticano, suas atitudes foram uma resposta as críticas que a música havia à época, representado.
A imagem de um Papa, por si só, é muito imponente. Mas Francisco, com base em entrevistas suas que tive a oportunidade de ver e ler, dava a impressão que parecia ser um homem comum, que gostava de futebol, de filmes e de músicas.

Apesar da sobriedade de seu cargo, podia se ver, além da alegria espontânea, a paz que transcendia em seus gestos fraternos. Para quem quis entender, sua mensagem foi que, para falar de paz, harmonia e amor, é necessário sorrir, mas também acolher.
Todavia, sua alegria e espontaneidade, não interferiu na força de seus firmes posicionamentos em defesa dos mais pobres, do Meio Ambiente e da justiça social.
Em seus 88 anos de vida, Jorge Mário Bergoglio, que se tornou o Papa Francisco, marcou sua passagem aqui na terra, não por ter exercido o maior cargo na hierarquia da Igreja Católica. Sua opção foi por não ostentar. Mas pela mensagem que deixou e, sobretudo, pelo que combateu.

Quem espera que poderá ter novamente outro Alexandre VI a frente do Vaticano, poderá se decepcionar.


Agora se fala tanto de como deve ser o perfil do novo papa. Contudo, na minha percepção, cada Papa tem o seu estilo próprio de ser. Nenhum outro será como Francisco, assim como ninguém será como João Paulo II, para ficar em apenas dois exemplos.
Conservador ou progressista, qualquer Cardeal que se tornar Papa, é ciente do tamanho de sua responsabilidade inerente a grandiosidade do cargo que exercerá.
No momento histórico por que passa a humanidade, de extremismo e muita maldade potencializada pela internet e a tecnologia, há uma enorme expectativa com relação a um suposto perfil ideológico do novo Papa.
Mas, quem espera que poderá ter novamente outro Alexandre VI a frente do Vaticano, poderá se decepcionar.
Os papas mais recentes, principalmente João Paulo II e Francisco, foram mensageiros da paz. Que brilharam muito. E o novo Papa terá que ter seu estilo próprio de se comunicar com a população do planeta, para não ser ofuscado pelo brilho de seus predecessores.

Jornalista, pós graduado em Comunicação e editor de Mato Grosso do Norte.

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