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Política Sexta-feira, 13 de Setembro de 2024, 08:47 - A | A

13 de Setembro de 2024, 08h:47 - A | A

Política / eleições municipais

Candidatos PCDS lutam por conquista de representatividade em Alta Floresta

Além da acessibilidade, candidatos destacam as dificuldades no mercado de trabalho e o preconceito da sociedade aos portadores de deficiência



José Vieira
Mato Grosso do Norte

O número de candidatos com deficiência que registraram candidatura para as eleições municipais no TSE, reduziu 16,82% nas eleições deste ano em relação às Eleições 2020.

A candidatura da pessoa com deficiência física esbarra na falta de acessibilidade das cidades brasileiras: escadas, calçadas esburacadas, inexistência de banheiros acessíveis, elementos necessários para que uma campanha seja feita de forma adequada e digna.

Mesmo diante de todos estes obstáculos, muitos portadores de deficiência decidiram entrar na disputa em busca de representatividade, principalmente nas Câmaras municipais, para por em discussão no parlamento, as pautas de inclusão.

São muitas as dificuldades enfrentadas pela pessoa PCDS, na acessibilidade, no mercado de trabalho e nos direitos não implementados pelo poder público.

Em Alta Floresta, pelo menos dois candidatos portadores de deficiência, lutam por uma vaga na Câmara Municipal. São eles: professor Lindomar (MDB) e Rodrigo de Souza, (Republicanos) o Rodrigo da Rádio, que já foi vereador por dois mandatos no município.

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Professor Lindomar

 “Para Lindomar, as principais reivindicações das pessoas com deficiência são respeito, inclusão e acessibilidade. “Direito a atendimento prioritário, principalmente em situações de socorro, pontos em paradas dos transportes públicos, recebimento de restituição do imposto de renda e serviços médicos. Direito a receber auxílio-inclusão do governo, direito a um ambiente de trabalho acessível e inclusivo, com banheiros acessíveis, elevadores adaptados, reservas de vagas em estacionamentos, entre outros benefícios.

O Poder Público deve assegurar às pessoas com deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, como educação, saúde, trabalho, lazer, previdência social, amparo à infância e à maternidade”, relata ele.

Segundo ele, há várias leis que asseguram direitos a pessoa PCDS, mas que precisam ser implementadas no município, assim como programas nas áreas de cultura e Saúde. Lindomar cita o Programa Turismo

Acessível instituído em 2009. “Além das políticas públicas, algumas ações podem ser tomadas para reduzir os desafios de inclusão, comominicursos e palestras”, enfatiza Lindomar.

No entanto, diz que há grande dificuldade de inclusão para pessoas com deficiência (PCDs) em diversos aspectos da vida, como no mercado de trabalho, na Educação e na sociedade.

“Os principais desafios de inclusão de pessoas com deficiência no trabalho estão associados a baixa qualificação profissional, adequação do perfil ao cargo, falta de informação a respeito de inclusão e adequação dessas pessoas ao ambiente de trabalho”, aponta. 

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Rodrigo de Souza

                                                                                                                                                                          Já para Rodrigo também são muitas as reivindicações necessárias. “Um tema que sempre faz parte das discussões é, sem dúvidas, as calçadas desproporcionais e cheias de obstáculos. E as rampas de acesso que na maioria das vezes para um cadeirante se torna desgastante”, enfatiza.

Sobre as políticas voltadas para as pessoas com deficiências, ele diz que há várias leis. “Políticas públicas já temos várias, mas está faltando um envolvimento maior de pessoas com conhecimento e que sente na pele, no dia a dia, envolver todas as pessoas com deficiência nas discussões, para que elas entendam e exijam a aplicação destas políticas públicas”, observa.

Na opinião dele, houveram avanços beneficiando os PCDs, mas ainda há muito a ser conquistado, porque ainda há dificuldades de inclusão. “Infelizmente o Preconceito atrapalha muito, porque algumas pessoas com deficiência desistem de ir em busca dos objetivos já no primeiro obstáculo. Eu, na minha caminhada de pessoa com deficiência, sempre procurei driblar o que me fazia mal e nunca me entreguei, bullying eu sofri tantas vezes, mais nunca deixei isso me abalar”, revela.

Eleitor PCDs - Segundo o TSE - Tribunal Superior eleitoral - Moderna, confiável e ainda mais inclusiva, a urna eletrônica será equipada com um novo recurso de acessibilidade para auxiliar pessoas com deficiência visual na hora de votar. A partir das Eleições Municipais de 2024, a voz sintetizada Letícia guiará eleitoras e eleitores cegos ou com baixa visão por uma nova experiência eleitoral.

Já para o eleitor com deficiência ou mobilidade reduzida poderá votar em uma seção que deverá ser instalada em local de fácil acesso, com estacionamento próximo e instalações, inclusive sanitárias.

A acessibilidade aos locais de votação estão assegurados por Resoluções do TSE que visam auxiliar na superação das barreiras impostas pela deficiência.

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