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Atualidades Sexta-feira, 30 de Agosto de 2024, 08:37 - A | A

30 de Agosto de 2024, 08h:37 - A | A

Atualidades / separação de lixo

Professora sugere contêiners para coleta de lixo na Pista do Cabeça

Sem serviço de Coleta, moradores descartam e queimam lixo em buracos ou simplesmente jogam no Meio Ambiente



José Vieira
Mato Grosso do Norte

A professora Silvana Boita Ferreira está residindo na região da Pista do Cabeça, desde março de 2022, quando se transferiu para a localidade e começou a trabalhar no setor de Educação, com a disciplina Ciência e Saberes do Campo, na antiga Escola Rodrigues Alves, na comunidade São Mateus, no assentamento Jacaminho, há 12 quilômetros da Pista do Cabeça, que foi incorporada à Escola Boa Esperança, funcionando como salas anexas.

Na disciplina, ela abordou temas como separação de lixo, o que pode ser aproveitado, de que forma é feita a separação e como os resíduos deveriam ser destinados corretamente, orientado os alunos na parte de teoria.

Porém, neste ano, começou a trabalhar na disciplina Física do Itinerário Formativo, que exige trabalhos com projetos. Em entrevista ao jornal Mato Grosso do Norte, a professora conta que durante sua pesquisa, se surpreendeu com a forma rudimentar como os moradores fazem a destinação do lixo produzido nas residências.

O trabalho, de acordo com ela, está sendo desenvolvido com uma turma do Ensino Médio da Escola Estadual Boa Esperança, na comunidade Ourolândia, na Pista do Cabeça. E começou com pesquisas de dados sobre os malefícios causados ao Meio Ambiente pelos resíduos descartados inadequadamente.

Na segunda fase do projeto, foi elaborado um questionário e os alunos foram conversar com os moradores da Pista do Cabeça, sofre a forma como eles destinam o lixo que produzem em suas residências.

“Conversando com os moradores e vendo, constatei que eles queimam tudo. Lixo como plásticos, latas, lixo orgânico. Nada é separado. Ouvimos de tudo. Há pessoas que não tem conhecimento sobre coleta de lixo e que não sabiam a diferença entre lixo orgânico, lixo seco e resíduos sólidos. E também os que falaram que quando estão na estrada, consumindo alguma coisa no carro, jogam o lixo pela janela”, relata.

Conforme ela, é comum as famílias queimarem o lixo dentro de um latão, outros que cavam um buraco nas proximidades da casa para jogar o lixo dentro e depois queimar, tudo misturado: lixo, orgânicos, secos e sólidos. E os que simplesmente jogam o lixo no quintal, sem critério algum, deixando que se espalhem pelo Meio Ambiente.

Porém, mesmo os que tem noção dos problemas que a lixo causam a natureza, não tem alternativa. Por não haver coleta, e são obrigados a queimar.

Segundo ele, os alunos também perguntaram aos entrevistados se colaborariam se viesse um caminhão enviado pela Prefeitura de Alta Floresta a cada 15 dias para fazer a coleta do lixo. A resposta, de acordo com a professora foi que, alguns disseram que sim. E outros não souberam responder.

Em contato com representantes políticos do município, sobre a possibilidade de haver uma coleta de lixo na localidade, ela disse que obteve como resposta que o problema se tornou cultural, pois o lixo foi manipulado desta maneira desde que o aglomerado começou há cerca de 40 anos.

Silvana Boita sugere que a principio se faça um trabalho de conscientização com a população, da importância e de como fazer a separação do lixo, o que pode ser reciclado, lixo seco e orgânico. E a partir de então, a prefeitura deveria, pelos menos a cada 15 dias ou uma vez por semana, fazer a coleta, indo até à Pista do Cabeça para recolher.

Tendo em vista a agenda de sustentabilidade do século 21, de preservação e respeito ao Meio Ambiente, professora Silvana vê urgência na necessidade de o poder público encontrar uma solução para esta questão, e implantar uma forma de fazer a coleta do lixo. Caso contrário, na sua avaliação, as consequências irão acontecer.

“Poderia ser colocado contêiners como em Lucas do Rio Verde e Sinop. A Pista do Cabeça não é grande e se a prefeitura trouxesse 10 contêiners de resíduos úmidos e lixo seco, resolveria o problema. E a Escola poderia contribuir com a conscientização, conversando com as crianças desde os anos da Educação inicial, até no Ensino Médio. Vai demorar, mas não podemos desistir. Caso contrário, não sabemos o que irá acontecer com este lugar. Há décadas o lixo e jogado na natureza, imagina daqui a há mais 20 manos? “, questiona Silvana.

“Cavar um buraco para jogar e queimar o lixo. Depois que encher, cava outro do lado... Imagina em 40, 50, 60 anos fazendo isto. Vai chegar uma hora que tudo estará contaminado e terra não será mais produtiva”, vaticina.

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