José Vieira
Mato Grosso do Norte
Na sessão desta terça-feira, 5, da Câmara Municipal de Alta Floresta, vereadores denunciaram a secretária Municipal de Educação, Lucinéia Martins, de proibir os diretores das escolas municipais de dar informações para os vereadores.
Alta Floresta conta com 17 Escolas Municipais e os novos diretores das escolas assumiram o cargo recentemente. E conforme pelo menos três vereadores, os novos diretores estão expressamente proibidos de dar informações sobre as Unidades de Educação ao serem procurados por vereadores.
Segundo o vereador Luciano Silva (Podemos), antes da aprovação da lei da Democratização, que modificou o processo de eleição para escolha de diretores das unidades escolares, os diretores eram livres para falar com os vereadores sobre o ambiente escolar e os problemas existentes nas escolas.
Todavia, agora após a posse dos novos diretores, os mesmos foram proibidos pela secretária Lucineia Martins, de falar com vereadores quando estes forem às escolas fazer qualquer tipo de fiscalização.
“Antes éramos atendidos pelos diretores e profissionais das escolas. E as informações que solicitávamos, nos eram repassadas. Agora, há uma ordem vinda da Secretaria Municipal de Educação, para os diretores não passar informações e não atender os vereadores”, disse na tribuna da Câmara o vereador Luciano Silva.
O suplente de vereador Manoel Feliciano (PT), que está na vaga da vereadora Ilmarli Teixeira, abordou a questão. Ele, que também é membro do Conselho de Educação, presidente da Câmara do Fundeb [Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica] disse que foi visitar as escolas. E na escola Semente do Saber, a diretora que tinha assumido o cargo há 15 dias, lhe respondeu “que não tinha problemas para lhe passar sobre a Escola”.
“Essa situação de não poder receber a gente nas escolas, pode ser caso de procurar o Ministério Público. Teve escola que eu passei que a diretora me disse para visitar mais escolas para não ficar somente nela, pois certamente os diretores seriam chamados e repreendidos”, disse o vereador.
O vereador Zé Eskiva (PL) afirmou que realmente é verdade que esta proibição está acontecendo nas escolas municipais de Alta Floresta.
“Fui em algumas creches e recebi estas mesmas falas das direções. E fui em busca de informações e a justificativa que me passaram é que a vereadora Ilmarli Teixeira estava entrando em salas de aulas em horários que as crianças estavam dormindo. Eu acho difícil isto ter acontecido porque a vereadora é prudente, da área de Educação e não iria invadir uma sala de aula sem autorização de um professor”, pontua o vereador.
O presidente da Câmara Municipal, Oslen Dias, o Tuti, disse que esta denúncia precisa ser verificada. “Não vivemos em uma ditadura. E isto está virando ditadura”, disse indicando que o líder do prefeito na Câmara deve ir averiguar a denúncia.
O líder do prefeito na Câmara, vereador Claudinei Jesus (MDB), disse que a secretária de Educação, Lucinéia Martins, sempre esteve à disposição dos vereadores para dar informações. Ele acredita que seja um mal entendido e que irá conversar e verificar o que está acontecendo.
A vereador Ilmarli Teixeira, que está de licença médica, disse à Mato Grosso do Norte que “não procede que tenha entrado em sala de aula onde crianças estavam dormindo”. E afirmou também que não entrou em salas de aula sem autorização de professor.