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Deputado federal e líder da bancada mato-grossense no Congresso, Neri Geller (PP) será investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por possível participação na compra de votos para a eleição do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB) à Presidência da Câmara Federal.
A informação é da coluna Radar da revista Veja publicada nesta segunda-feira (9). De acordo com o periódico, o inquérito teria por base a colaboração premiada do ex-executivo do grupo J&F (JBS) Ricardo Saud.
"Segundo a PGR, teria sido liberado o pagamento de 30 milhões de reais para que Saud pudesse persuadir os congressistas de que a eleição de Cunha seria a melhor opção para fazer contraponto à então presidente Dilma Rousseff”, diz trecho da matéria publicada por Veja.
Ainda de acordo com a informação, Geller, que estava como ministro da Agricultura em 2014, teria assinado uma portaria beneficiado a JBS, que teria retribuído com os recursos para a compra dos votos. A referida portaria é a que retirou a obrigatoriedade do uso de “avermectinas”, um agrotóxico poderoso barrado em outros países.
"A decisão impulsionou as exportações da J&F aos EUA. Suspeita-se que isso pode ser o fato gerador dos 30 milhões de reais aos congressistas", complementa a informação de Veja.
Outro lado
Procurado Neri Geller diz se tratar de uma notícia "requentada" e que a discussão sobre a avermectinas, na época, teria sido "extremamente técnica". "Isso foi investigado em 2016. Eu prestei depoimento na Polícia Federal e depois nunca mais me chamaram", disse ao afirma que a portaria apenas suspendeu o uso do medicamento veterinário.
"Teve um grupo de trabalha que debateu o tema, estudou para definir a suspensão. Então não existiu irregularidades", finalizou.
Nota de esclarecimento
O líder da bancada, deputado federal Neri Geller, esclarece que nunca manteve qualquer tipo de vínculo ou proximidade com Eduardo Cunha e reitera que sua indicação ao Ministério da Agricultura se deu pela Frente Parlamentar da Agricultura (FPA), pelo seu perfil técnico, na condição de produtor e empresário, ou seja, sem nenhum vínculo direto com partidos. A assessoria jurídica do parlamentar tomará as medidas cabíveis.