Reportagem
No cenário agrícola brasileiro, o cultivo de feijão, uma das leguminosas mais importantes para o país, tem se transformado de forma expressiva. Embora a área plantada tenha sofrido uma queda significativa ao longo dos últimos anos, a produção do grão aumentou consideravelmente, impulsionada pela adoção de novas tecnologias.
De acordo com a Embrapa, entre 1974 e 2021, a área plantada de feijão no Brasil diminuiu 39%, mas, surpreendentemente, o volume colhido aumentou em 30%. Isso se deve aos benefícios do avanço tecnológico, que tornou as lavouras de feijão mais produtivas. Naquele mesmo período (1974-2021), a produtividade física média do feijão teve um incremento de 113%.
A agricultura empresarial tem dominado a produção de feijão no Brasil, respondendo por 76,9% da produção total. A agricultura familiar atende ao restante da produção sendo feijão preto 41,8%; feijão de cores 11,6%; feijão fradinho 34,4% e feijão verde 55,6%. A produtividade no Nordeste, onde a agricultura familiar é predominante, atinge uma média de 480 kg/ha, enquanto no Centro-Oeste e Sudeste, com maior presença de sistemas de irrigação, as médias alcançam 2.178 kg/ha e 1.795 kg/ha, respectivamente, mostrando a diferença de eficiência.
O cultivo de feijão, embora desafiador devido à sua alta demanda hídrica e os custos de produção elevados, tem se beneficiado de inovações como a irrigação por gotejamento, que contribui para o uso eficiente da água, diminui a necessidade de expansão de terras e eleva a sustentabilidade do processo produtivo.
Enquanto a área cultivada com feijão continua a diminuir no Brasil, a produtividade crescente demonstra que o futuro do cultivo da leguminosa está diretamente ligado à adoção de novas tecnologias e à otimização dos recursos já disponíveis.