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Atualidades Segunda-feira, 16 de Outubro de 2017, 00:00 - A | A

16 de Outubro de 2017, 00h:00 - A | A

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Força Nacional impede que índios invadam usina São Manoel



Reportagem
Mato Grosso do Norte

Um grupo de carca de 70 índios Munduruku, da região do Alto Tapajós em Itaituba e Jacareacanga, foram impedidos pela Força Nacional de invadir as obras da usina São Manoel, na sexta-feira, 13. O grupo estava sendo aguardado pelos policiais e foram barrados no momento que se posicionavam para entrar dentro das instalações. Os índios pretendiam invadir as instalações da usina São Manoel, mas foram barrados pela presença da Força Nacional, que foi convocada para guarnecer a obra e impedir a invasão.
 Os diretores da usina São Manoel foram informados que os índios estavam vindo para o local e convocaram a Força Nacional para impedi-los. 
O grupo de índio que pretendia invadir a usina, conforme informações da UHE Teles Pires, são divergentes dos índios das aldeias localizadas nos entornos das usinas da região do baixo Tapajós. 
Ainda segundo informações da assessoria de imprensa da UHE Teles Pires, como não puderam entrar na São Manoel, os índios pediram para vir para Alta Floresta para fazer um ato de referência aos restos mortais de seus antepassados, que estão depositados em urnas, guardadas no museu da Unemat.  
Os atos foram realizados no sábado e na manhã de domingo.Eles também se reuniram com diretores da São Manoel Energia e da Funai, mas as negociações não avançaram.
“Dia 2 de novembro vamos visitar os nossos mortos. Os mortos dos brancos vão estar no campo sagrado, no cemitério e os mortos dos índios estão confinados aqui [se referindo ao museu]. Me recuso a visita-los em paredes de concreto, que está barrando os rios que trazem a vida. Que fiquem com vergonha de ter destruídos o campo sagrados dos índios. Se os índios fossem destruir o cemitérios deles, iriam trazer a Força Nacional para impedir, como trouxeram a força nacional para impedir o ritual de vocês", disse Maria Leusa Kaba, liderança indígena das aldeia dos Mundurukus na região de Itaituba e Jacareacanga. 
O cacique Geraldo do povo Munduruku, presente nas negociações em Alta Floresta, que nada foi resolvido e que os índios estão preocupados com os problemas causados pelas barragens.
O grupo de índios que iriam invadir a usina São Manoel, reivindica R$ 3 milhões em dinheiro, pedido de desculpas por parte das usinas hidrelétricas, demarcações de reservas indígenas, cancelamento da licença de funcionamento da usina São Manoel, paralisação dos programa  de construção de hidrelétricas na bacia do Tapajós e a entrega das urnas dos restos mortais de seu antepassados que estão no museu da Unemat em Alta Floresta.
A assessoria da UHE Teles Pires informou que está fora de cogitação a liberação de recursos financeiros que o único pleito que será atendido é a entrega das urnas com os restos mortais do índios, quando eles definirem o local para onde serão levadas. 
A CHTP já destina R$ 28 milhões em programa destinados as populações indígenas.

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