Reportagem
Conasems
Em um cenário de desafios impostos pela pandemia de Covid-19, o município de Paranaíta, localizado na região do Alto Tapajós, Mato Grosso, transformou seu centro cirúrgico em um modelo de eficiência e cooperação regional. Desde novembro de 2020, quando iniciou as atividades do centro cirúrgico, a cidade investiu em estratégias para atender não apenas sua população, mas também cinco municípios vizinhos.
Com uma equipe composta por cirurgião geral, ginecologista-obstetra e anestesista, o centro cirúrgico de Paranaíta começou atendendo a demanda local, através da realização de cirurgias eletivas de baixa complexidade e partos. Em 2021, a iniciativa alcançou um marco importante: zerou a fila de espera para esses procedimentos na cidade.
No entanto, enquanto Paranaíta avançava, os municípios vizinhos – Apiacás, Carlinda, Alta Floresta, Nova Monte Verde e Nova Bandeirantes – enfrentavam dificuldades, com filas crescentes devido à suspensão de cirurgias no Hospital Regional Albert Sabin, referência na região, que estava sobrecarregado pela pandemia.
Foi então que surgiu o Programa de Cirurgias Eletivas do Município de Paranaíta (PCEMP), um esforço coletivo para otimizar recursos e ampliar o atendimento de saúde em toda a região do Alto Tapajós.
Criado pela Lei Municipal nº 1208 de 2021, o PCEMP foi estruturado com a proposta de compartilhar a capacidade instalada do centro cirúrgico de Paranaíta entre os outros cinco municípios da região.
A ideia era cofinanciar os custos operacionais, garantindo que todos os municípios participantes pudessem realizar cirurgias eletivas de baixa complexidade nas especialidades de cirurgia geral, ginecologia, otorrinolaringologia, cirurgia vascular e procedimentos de endoscopia.
Após a formalização de termos de adesão entre os municípios e a Secretaria Estadual de Saúde, o programa começou oficialmente em março de 2022. A iniciativa foi prorrogada nos anos seguintes, consolidando uma parceria entre o governo estadual e as secretarias municipais de saúde, que tornou possível a manutenção contínua do centro cirúrgico.
Em 30 meses de execução, o PCEMP realizou 3.201 procedimentos, atendendo pacientes dos seis municípios do Alto Tapajós. Todas as metas foram alcançadas e a fila de espera, que antes era um problema crônico, foi completamente zerada. Atualmente, os novos pacientes são diagnosticados e submetidos à cirurgia em um prazo médio de até 60 dias.
Acesse o nosso grupo do Whatsapp - https://chat.whatsapp.com/LSlrf7Prs9527rwKhvH9tr
