por Caroline Borges TV Press
Angélica está no meio artístico há mais tempo do que pode contar. Há quase 50 anos diante das câmeras, a apresentadora passou pelos mais diversos formatos, equipes e colegas de trabalho. Esse know-how trouxe uma bagagem e eloquência para falar sobre os mais diferentes assuntos com os mais variados públicos e convidados.
De volta à tevê no comando do “50 & Uns”, que vai ao ar no GNT, de forma resumida no “Fantástico” e também fica disponível no Globoplay, Angélica passeia por inúmeras temas, reunindo um time estrelado de convidados, como o cantor Ney Matogrosso, o ator Tony Ramos, o ministro do STF Flavio Dino e o próprio marido Luciano Huck. “
O conjunto da obra me impressionou muito. Ficou tudo muito espontâneo. Não fiquei receosa em mediar conversas com três homens. A gente se preparou muito com as perguntas e estávamos seguros do que falar com cada um”, afirma.
O programa traz conversas com grandes nomes do universo masculino sobre temas raramente abordados por eles. Ao final de cada episódio, a apresentadora e os seus convidados são surpreendidos por uma participação feminina que, através de videochamadas, complementa o bate-papo.
“Uma delas é a Érika Hilton (deputada federal que encabeça a briga pelo fim da escala 6X1) e aparece no episódio de tema ‘Poder’. Temos a Paolla Oliveira aparece no episódio de ‘Corpo’, no de ‘Sexo’ é a Claudia Raia, no de ‘Família’ é a Tatá Werneck e no de ‘Vida’ é a Ana Maria Braga”, enumera.
P – O “Angélica: 50 & Tanto” surgiu para celebrar os seus 50 anos em 2023. De que forma esse projeto acabou se desdobrando em uma nova temporada?
R – A ideia veio do Joaquim, meu filho mais velho. Logo que acabou o “50 & Tanto”, estávamos numa conversa em família comentando sobre o programa e ele falou: “ano que vem, você tem que fazer o 50 & Uns, só que com homens”. Nós gostamos e topamos na hora.
P – Assim como suas últimas produções na tevê e no streaming, você busca propor reflexões e diálogos com o público. Qual a mensagem dessa nova temporada?
A grande mensagem da temporada é que precisamos caminhar juntos
R – Temos homens, conhecidos do grande público, de coração aberto, expostos em situações de vulnerabilidade, mas felizes de poder mergulhar e debater sobre temas raramente abordado por eles. O público vai assistir a conversas interessantes, bem-humoradas, com muito amor e com interesse genuíno de todos em evoluir, em crescer.
Assim como o “50 & Tanto”, lançado em 2023, esse programa é um espaço de trocas e não de entrevistas convencionais. A grande mensagem da temporada é que precisamos caminhar juntos. É um caminho de evolução da humanidade, independentemente de gênero, mas como seres humanos.
P – Você sentiu algum receio de comandar um bate-papo só com homens?
R – Não fiquei receosa, mas fiquei em dúvida se os homens ficariam tão à vontade quanto as mulheres ficaram. Mas quando eles entendiam o tema, cada programa tem um, eles entravam. Jhonatan Azevedo falou sobre adoção, Gil do Vigor teve o coração aberto para falar da sexualidade dele, o Antônio Fagundes falou de sexo de uma forma brilhante, enfim... Ficou tudo muito espontâneo.
Fiquei nervosa diante do Ney Matogrosso, porque sou fã e ele falou sobre a questão do corpo. O trabalho definir os nomes para convidar é de equipe. Tudo tinha de estar bem encaixado. A gente pensou muito em deixar os três convidados à vontade entre si, até para respeitarem a opinião um do outro. Foi uma experiência bem diferente da temporada passada.
P – Por quê?
R – A mulher chega para conversar mais aberta. No “50 & Tanto” tínhamos quatro horas de papo de determinado tema. Com os homens agora foram coisas bem mais sucintas. Eu já imaginava isso.
A gente se preparou muito com as perguntas e estávamos seguros do que falar com cada um. A minha preocupação era que eles estivessem à vontade e não podia estar na defensiva. Alguns homens falaram que têm grupos no WhatsApp para falar de assuntos que não falam com as mulheres... Achei interessante isso.
P – Você está diante das câmeras desde a infância. Após tantos anos sob os holofotes, ainda é possível encontrar projetos que carreguem alguma carga de ineditismo profissional para você?
R – Fiz bastante coisa que eu queria fazer. O “50 & Uns” me desafia no lugar da não entrevista porque não é uma entrevista. É uma conversa. É um desafio e eu gosto. E as pessoas conhecem tudo da minha vida, mas não me viram falando de determinados assuntos, o que falo no programa diante do que os convidados dizem.
Tenho vontade de voltar a fazer cinema. Nunca fiz teatro e, sim, shows. Não significa que eu queira fazer teatro, mas seria uma novidade. Gosto de público, de auditório. Muitas coisas que fiz que gostaria de fazer de novo, como um “Video Game” da vida, enfim.
“50 & Uns” – Terça, às 22h45, no GNT e resumido no “Fantástico” aos domingos. Temporada completa disponível para os assinantes Globoplay.