por Geraldo Bessa TV Press
Uma das principais atrizes de sua geração e com um mosaico de personagens surpreendentes e populares, Deborah Secco achou que já tinha feito de tudo na carreira até conhecer a destemida Marlene de “Rensga Hits!”, do Globoplay. Na pele da poderosa empresária musical do universo sertanejo, Deborah mergulhou em um ambiente até então desconhecido e, além de se apaixonar pelas canções do gênero, também teve de soltar a voz na atual segunda temporada da produção. “Adoro personagens de composição e me dediquei para entregar alguma voz para a Marlene. Foram muitas horas de aulas de canto e prosódia até entender que eu estava pronta para as sequências. Depois de mais de três décadas de atuação, é um papel que me revigora como atriz”, ressalta.
Natural do Rio de Janeiro, aos sete anos de idade Deborah já atuava em comerciais e espetáculos infantis. Sua primeira oportunidade na tevê foi em 1990, com a esperta Denise, de “Mico Preto”. Após muitas peças e algumas participações em séries como “Confissões de Adolescentes”, da TV Cultura, Débora retornou à Globo na pele da espevitada Karina, de “A Próxima Vítima”. Seu bom desempenho em tramas como “Era uma Vez...”, “Suave Veneno” e, sobretudo, “Laços de Família”, a transformaram em um dos nomes mais disputados da emissora, tanto que acabou ganhando sua primeira protagonista em “A Padroeira”, de 2001. Mais recentemente, Deborah acabou colocando o pé no freio na carreira por conta do nascimento da filha, Maria, em 2015. Por isso, vem sendo mais criteriosa com suas personagens.
Tento manter o equilíbrio. Não quero ficar tanto tempo longe do trabalho, mas preciso estar perto da minha filha. Tenho sido bem feliz com as escolhas que venho fazendo
P – Depois de uma primeira temporada de sucesso, como foi retornar ao universo de “Rensga Hits!”? R – Foi muito gostoso! Fiquei tão feliz com o êxito dos primeiros episódios e me emocionei de verdade com a renovação para uma segunda temporada. Apesar dos outros compromissos, todo o elenco estava disposto a organizar a agenda e voltar a este projeto. É uma série que fala de um Brasil profundo, mas com dilemas universais. E é tudo muito bem embalado pela música sertaneja.
P – É um gênero musical que você gosta? R – A série mudou meu envolvimento com a música sertaneja. Fiquei apaixonada e entendi porque movimenta tanto o mercado nacional. São canções sensíveis, que realmente conquistam os corações. Não sou de ir aos shows, mas adoro ver os vídeos no Youtube, os especiais de tevê.
P – A segunda temporada aprofunda a história da Marlene e da Helena (Fabiana Karla). Já era esperado o romance entre elas? R – São duas mulheres fortes e que lutaram muito para chegar no lugar em que estão. Era uma relação de rancor muito suspeita. Foi interessante a maneira com que o roteiro pontuou a história das duas, que chegaram a formar uma dupla no passado e depois houve um rompimento não apenas profissional, mas de vida. Neste processo, amei conhecer melhor e ficar próxima da Fabiana, que se tornou uma grande amiga.
P – A segunda temporada exigiu algum processo mais específico de composição ou apenas deu continuidade ao que foi desenvolvido para o primeiro ano da série? R – A personagem já estava pronta e as conexões necessárias com o elenco foram muito bem construídas durante as gravações do primeiro ano. A gente virou uma família, com direito a ter um grupo no WhatsApp e muitos momentos juntos fora dos estúdios. Acho que o que mais exigiu de mim nesses novos episódios foi mesmo cantar.
P – Foi difícil soltar a voz? R – B stante. Marlene é um papel que me diverte, bem diferente de tudo o que já fiz. Quando chegou a hora de cantar, percebi que, muito além de estudar a personagem, eu teria de ter disciplina para chegar em um nível satisfatório para as cenas musicais. Gosto de papéis de composição e corri atrás de um resultado que soasse verdadeiro para a história. Após 36 anos de carreira, é uma delícia me sentir tão instigada no trabalho.
“Rensga Hits!” – Globoplay – duas temporadas disponíveis.