Sexta-feira, 25 de Abril de 2025

Caderno B Sexta-feira, 25 de Abril de 2025, 09:28 - A | A

25 de Abril de 2025, 09h:28 - A | A

Caderno B / CINCO PERGUNTAS

Brincar de viver

Julio Andrade celebra a experiência na pele do sonhador Rubinho de “Vale Tudo”



por Geraldo Bessa TV Press                

Conhecido por papéis mais dramáticos e viscerais, Julio Andrade ficou feliz ao ter feito a participação especial em “Vale Tudo” na pele do músico Rubinho, pai da supervilã Maria de Fátima. Com cenas carregadas de esperança e hedonismo – e também algumas frustrações –, a participação na atual trama das nove, embora rápida, representou um respiro na carreira do ator. “Ele foi um cara apaixonado pela vida e pela música. Um sujeito cheio de sonhos e que sorria muito em cena. Bem diferente da linha de trabalho que eu vinha fazendo”, entrega. O personagem saiu da trama precocemente, vítima de um infarto no momento que iria realizar o sonho de ir morar em Nova Iorque, mas despertou em Julio a vontade de se envolver em um folhetim de forma integral. “Quero viver essa rotina de novo. Os bastidores da novela e as pessoas envolvidas tornaram essa experiência muito prazerosa. A última trama inteira que fiz tem mais de 10 anos”, relembra, referindo-se ao remake de “O Rebu”, de 2014.                

Gaúcho de Porto Alegre, a estreia de Julio na tevê foi com uma pequena participação em “Luna Caliente”, minissérie de 1999 coproduzida pela Globo com a Casa de Cinema de Porto Alegre. Nos anos seguintes, o ator caiu nas graças de cineastas como Beto Brant, Suzana Amaral e Breno Silveira. Por conta dos filmes, chamou a atenção de diretores e autores de tevê, e acabou convidado para produções como “Passione”, “O Rebu” e “Amor de Mãe”. Aos 48 anos, ele celebra a relação mais próxima que mantém com o vídeo, sobretudo por conta dos anos dedicados ao sucesso “Sob Pressão”, série que ficou no ar entre 2017 e 2022. Além disso, segue satisfeito com os convites que vêm surgindo, como as recentes minisséries “Betinho - No Fio da Navalha” e “O Jogo que Mudou a História”, ambas do Globoplay, além de “Maria e o Cangaço”, que acaba de chegar ao catálogo do Disney+. “São trabalhos que entendem meu compromisso com o diferente. Gostei de estreitar os laços com a televisão. Ainda sou muito ligado ao método de cinema e a tevê me leva a uma desconstrução como ator”, ressalta.

P – Você tem diversificado bastante seus trabalhos na tevê após o fim de “Sob Pressão”. Como surgiu o convite para fazer um personagem tão sonhador como o Rubinho de “Vale Tudo”?

R – Foi um chamado muito afetuoso. Em 2019, fiz uma participação em “Amor de Mãe”, da Manuela (Dias, autora). E fiquei muito feliz que ela pensou em mim para interpretar o Rubinho. Essa novela mexeu com o mercado. É um time tão bom reunido que todo mundo queria estar envolvido. Fiquei apenas alguns capítulos e fiquei com saudades quando terminei minha participação.

P – A última vez que você fez uma novela inteira foi no remake de “O Rebu”, de 2014. É um formato que não o interessa tanto?

R – É mais uma questão de agenda e para onde a minha carreira foi me levando. Quando começamos “Sob Pressão”, era para durar apenas duas temporadas. O projeto cresceu, conquistou o público e me orgulho muito de ter interpretado o Dr. Evandro por tanto tempo. Mas era um personagem que exigia bastante. O Rubinho chegou em um momento muito legal.

P – Como assim?

R – Era um personagem bonito, leve e bem diferente do que eu vinha fazendo. Gosto do fato de que ele sorria muito, era cheio de sonhos e apaixonado por música. Era um tipo muito inspirador. E os bastidores foram tão divertidos que “Vale Tudo” acabou por despertar em mim a vontade de voltar a fazer uma novela na íntegra de novo.

P – Você também interpreta o mítico Lampião em “Maria e o Cangaço”, minissérie que acaba de chegar ao Disney+. Como avalia a liberdade do contrato por obra e a possibilidade de trabalhar em diferentes lugares?

R - É a minha realidade desde sempre na tevê. Mesmo nos anos dedicados ao “Sob Pressão”, eu deixava um espaço na minha agenda para fazer coisas fora da Globo. “Maria o Cangaço” carrega uma visão mais feminista das histórias do Cangaço. Amei o texto e a concepção das cenas, que tem muita ação. Foi um trabalho que começou lá em 2022 e fiquei bem feliz com a estreia.

P – Além de Lampião, você já viveu figuras famosas como Gonzaguinha, Raul Seixas, Lennie Dale, Paulo Coelho e Betinho ao longo da carreira. De onde vem essa vontade de interpretar pessoas reais?

R - Antes de mais nada, são pessoas interessantes, donas de personalidade e vivências incríveis. Então, é algo que já me deixa naturalmente curioso e interessado. Mas é um peso enorme também. Como ator, meu desgaste para chegar até o ponto exato desses personagens é absurdo. Toda vez que termino algum trabalho do tipo, eu digo que nunca mais faço de novo. Mas aí vem outro convite legal e eu vou lá e aceito (risos).  

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