Quinta-feira, 24 de Abril de 2025

Caderno B Sábado, 19 de Abril de 2025, 17:01 - A | A

19 de Abril de 2025, 17h:01 - A | A

Caderno B / CINCO PERGUNTAS

Poder de jogo

“Chefão” da TV e dos Estúdios Globo, Amauri Soares exalta o papel de contar boas histórias nos 60 anos da emissora



POR GERALDO BESSA
TV PRESS


    Diretor da TV Globo, dos Estúdios Globo e das Afiliadas, é na mesa de Amauri Soares que decisões sobre a grade de programação e o que deve ou não ser produzido pelo grupo são tomadas. Tentando equilibrar planejamento técnico e decisões artísticas que podem definir o futuro da empresa, o executivo exalta a regulamentação da TV 3.0 no Brasil ao mesmo tempo em que acredita que o principal papel da emissora, que este mês celebra 60 anos de existência, é o de contar histórias brasileiras para o povo brasileiro.

“Muita coisa mudou ao longo dessas seis décadas. O que não muda mesmo é nossa vocação de contar histórias e nossa vontade de realmente impactar a vida das pessoas”, valoriza.
    Natural de Bauru, interior paulista, Amauri é jornalista e iniciou sua carreira na televisão como estagiário da TV TEM, afiliada local da Globo, em 1987. Dois anos depois, acabou indo trabalhar na sede da emissora em São Paulo, onde iniciou sua trajetória como executivo do setor de Jornalismo.

Ao longo dos anos 2000, chefiou a Central Globo de Jornalismo e, na sequência, mudou-se para Nova Iorque para dirigir a Globo Internacional.

Por conta de suas práticas de governança, projetos arrojados e visão integrada de todas as plataformas da empresa, nos últimos cinco anos, ganhou ainda mais autonomia e poder dentro do Grupo.

“Quando eu entrei na Globo só existia o sinal aberto. Não tinha nem a tevê paga. Era só na antena mesmo. Chegou tevê por assinatura, chegou streaming e vamos acompanhando tudo. O futuro é ter a TV Globo em todos os espaços”, analisa.
P – Você é o principal executivo da Globo no momento em que ela completa 60 anos. Como manter a relevância da emissora e da tevê aberta em um mercado cada vez mais diverso e competitivo?

A programação que todo mundo conhece agora vai ganhar camadas de customização


R – A batalha pela audiência hoje é outra. Além de mais opções, o público tem a liberdade de escolher como vai consumir o conteúdo. Porém, o alcance da tevê aberta é ainda muito forte. É ela que ainda fica no centro da sala, apontando tendências e gerando conteúdo. Portanto, merece cuidado, investimento e planejamento. A Globo não é mais a mesma.
P – Em que sentido?
R – Mudamos como sociedade. Esse andar junto é da natureza de uma televisão aberta, acompanhando as pessoas e as transformações comportamentais. De forma mais objetiva, a tecnologia mudou completamente. A Globo do futuro já está no ar, unindo todas as evoluções sociais e tecnológicas. É o conteúdo que está no celular, na plataforma de streaming, nas tendências das redes sociais. O modo de consumo foi ganhando novos contornos e isso fica ainda mais forte com a chegada da TV 3.0.
P – Como a regulamentação da TV 3.0 vai impactar na programação da Globo?
R – A programação que todo mundo conhece agora vai ganhar camadas de customização. A tevê aberta agora vai realmente se integrar às mídias digitais e redes sociais, utilizando novas ferramentas de interação e proporcionando para a empresa um novo momento para oferecer produtos e serviços.
P – Como se fosse uma publicidade direcionada e de acordo com os hábitos do telespectador?
R – Exato. A pessoa está assistindo a um jogo de futebol e agora pode se sentir no meio do estádio ao acessar o áudio da torcida de seu time. Ao assistir a uma novela, se gostar do esmalte da personagem, é possível ter acesso às informações e adquirir o produto. Tudo pelo controle remoto. TV 3.0 é a tevê aberta, mas com telespectador identificado.
P – Como esse olhar direcionado afeta a criação de conteúdo para as janelas de exibição do Grupo Globo?
R – A gente quer contar cada vez mais histórias. É essa a vocação da Globo: somos brasileiros contando histórias brasileiras para brasileiros. Somos 24 mil funcionários que saem de casa todos os dias para contar as melhores histórias. O laço da Globo com o público acontece a partir dessa vontade de impactar a vida das pessoas. É dessa forma que a empresa chega aos 60 anos em grande forma.

 

 

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