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Caderno B Sexta-feira, 24 de Junho de 2022, 10:45 - A | A

24 de Junho de 2022, 10h:45 - A | A

Caderno B / 5 Perguntas

Grão em grão

De volta ao ar em “Cara e Coragem”, Kiko Mascarenhas exalta trama aberta da novela das sete



por Caroline Borges
TV Press

Kiko Mascarenhas contou com um bom tempo de preparação para viver ambíguo Duarte/Bob em “Cara e Coragem”, da Globo. Mesmo assim, após alguns meses de trabalho, o ator ainda conta com certa dificuldade para falar do personagem da trama assinada por Claudia Souto. Tudo isso porque, aos poucos, ele tem descoberto novos detalhes sobre o papel, à medida em que os capítulos vão avançando. “Tem muita informação que a gente não compreende exatamente como irá se encaixar no futuro. Recentemente, eu descobri que o meu personagem esteve na cadeia. E, Claudia Souto, pelo amor de Deus, eu não faço a menor ideia de como isso aconteceu. Então, eu preciso deixar alguns espaços para preencher esses vazios no futuro de forma que fique coeso com toda a trajetória”, explica.

Na atual novela das sete, Duarte é o faz-tudo da companhia de dança Vertical e morador de Paquetá. Ele finge ser o rico americano Bob Wright para desfrutar das festas e das altas rodas cariocas. A amiga e cúmplice Jéssica, papel de Jeniffer Nascimento, é a única que conhece seu segredo e a vida dupla. Para não ter sua identidade revelada para os amigos ricos, ele aceita virar “laranja” de Danilo, de Ricardo Pereira, que desconfia do “americano” assim que o conhece. “O Duarte tem muita coragem de colocar em risco a identidade dele para viver um sonho. Ele tem o sonho de ser rico e paga caro por isso. Acho que tem de ser corajoso para bancar essa situação”, defende.

1

P – Como tem sido interpretar um personagem que leva uma vida dupla no vídeo?

R – No teatro, eu já havia feito dois personagens, ficava trocando o tempo todo. Mas na tevê é a primeira vez. Claro que é um desafio, né? A gente busca criar características diferentes em cada um, mas também há um ponto de interseção. O que existe no Bob que é do Duarte e vice e versa. Acho que o mais complexo é quando gravo os dois personagens no mesmo dia.

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P – Por quê?

R – Você liga um registro e, daqui a pouco, precisa desligar para ligar outro registro. São personagens com comportamentos diferentes, características diferentes. Então, tenho tentado criar pequenas diferenças no caminhar, na postura e na voz. Estou me divertindo muito e só tenho a agradecer pela oportunidade. Não esperava viver um personagem desse tamanho. Como são dois papéis, estou em todos os cenários, contraceno com todo mundo da novela. É uma carga de trabalho que eu não estava prevendo. Mas é maravilhoso porque estou sempre falando com todo mundo da novela. É muito divertido.

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P – O Duarte é um malandro que quer desfrutar das festas e das altas rodas cariocas. Você teve alguma preocupação para o personagem não ser visto como um tratante e desonesto?

R – Fico defendendo personagem porque é uma mania de ator. Todo ator faz isso. Fico tentando fazer com que ele não seja um mau-caráter. Em um primeiro momento, você fica julgando porque é um cara que se faz passar por outro, quer aproveitar as coisas boas da vida. Então, trago uma certa ingenuidade para ele. O malandro, no fundo, é um ingênuo. Ele acha que vai se dar bem, mas, no fundo, se dá mal. Não sei se ele vai se dar mal no fim. Isso é algo que pertence a Deus, que se chama Claudia Souto (risos).

4

P – O que mais chamou a sua atenção na oportunidade em “Cara e Coragem”?

R – Então, não existe um núcleo de alívio cômico, um núcleo romântico... Não é nada setorizado como nas demais novelas. É tudo muito entrelaçado. São personagens complexos, multifacetados. O Duarte tem informações sobre a trama que a gente não sabe para onde vão. Recentemente, ao longo das gravações, descobri que meu personagem esteve na cadeia no passado. E eu não faço a menor ideia do porquê ele foi preso. O personagem tem um passado que eu não sei. Então, preciso deixar espaço para essas lacunas serem preenchidas e tenham sentido lá na frente.

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P – A novela aborda a questão da coragem. De que forma a temática da coragem permeia a sua vida?

R – Acho que todo ator em algum momento teve de ter muita coragem para bancar a profissão. Penso nisso o tempo todo. Bancar a nossa profissão de artista é algo quer requer muita coragem. Tive de ter muita coragem para me definir como artista. Antigamente, quando eu preenchia algum formulário, eu colocava na profissão “estudante” (risos). Continuo sendo um estudante, né? Mas estamos sempre fazendo uma renovação de votos com nossos sonhos como artista.  

"Cara e Coragem" – Globo – De Segunda a sábado, às 19h30.

 

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