Sábado, 04 de Janeiro de 2025

Caderno B Terça-feira, 31 de Dezembro de 2024, 14:29 - A | A

31 de Dezembro de 2024, 14h:29 - A | A

Caderno B / CINCO PERGUNTAS

Tempo de descobertas

Valdinéia Soriano celebra aproximação com a tevê como a destemida Neuza, de “Volta por Cima”



POR GERALDO BESSA
TV PRESS


    A tevê esteve fora dos planos de Valdinéia Soriano por muito tempo. Com mais de três décadas dedicadas à atuação, foi no teatro e em breves incursões pelo cinema que sua carreira se desenvolveu. Até que, mais recentemente, a atriz se deixou seduzir por oportunidades no vídeo. Primeiro, uma aparição especialíssima no especial “Falas Negras”, de 2020.

Na sequência, uma pequena participação no sucesso “Vai na Fé”, em 2023. Apesar de rápidas, as experiências deixaram em Valdinéia a vontade de investir mais na televisão. Autores e diretores da Globo notaram o potencial da atriz, que hoje vive a destemida Neuza de “Volta por Cima”.

“É um momento de descoberta para mim. Fazer televisão é muito diferente, exige muita concentração e técnica. Estou feliz de ter em mãos uma personagem que me emociona e entrega todas as possibilidades de fazer um bom trabalho. A Neuza representa tanta gente, é tão real”, avalia.
    Baiana de Salvador e cria do prestigiado Bando de Teatro do Olodum, foi por conta dos trabalhos no grupo que Valdinéia chamou a atenção de diretores de cinema e participou de filmes importantes, como “Ó Paí, Ó”, de Monique Gardenberg, e “Tim Maia”, de Mauro Lima.

 A Neuza representa tanta gente, é tão real

Na tevê, ela ainda estava terminando de gravar as sequências como a Manoela de “No Rancho Fundo” quando começou a preparação para a atual novela das sete. Aos 54 anos, a atriz celebra a aproximação com os estúdios e se mostra estimulada pelos convites que estão surgindo.

“Estou feliz de levar emoção ao público com personagens que têm algo a dizer. Como uma atriz preta e que até bem pouco tempo estava bem distante das novelas, me sinto muito orgulhosa de contar essas histórias possíveis e inspiradoras como a da Neuza”, valoriza.


P – Você tem uma longa trajetória nos palcos e é uma das fundadoras do Bando de Teatro do Olodum. Como encara essa relação recente com a tevê?
R – Como aprendiz. Foquei minha carreira nos palcos de Salvador e tive boas experiências no cinema. A televisão realmente apareceu agora na minha vida, tem apenas quatro anos. Fico observando meus companheiros de cena, adoro bater o texto, entender como são as engrenagens dos estúdios. Mas ainda fico muito nervosa toda vez que entro em cena.
P – Mesmo com 35 anos de teatro nas costas?
R – Sim, pois é tudo muito diferente. A tevê exige uma emoção mais calculada, que começa e termina de acordo com a indicação da direção. Para minha sorte, tenho tido parceiros de trabalho muito generosos e que me ajudam muito na hora dos ensaios e das gravações. Apesar do nervosismo, tenho me divertido bastante.
P – Você saiu das gravações de “No Rancho Fundo” direto para “Volta por Cima”. Você tem essa urgência em fazer tevê?
R – A verdade é que aconteceu de ser assim. Não foi algo planejado. Quando recebi o convite para “No Rancho Fundo”, sabia que a personagem não ficaria muito tempo. A morte de Dona Manoela já estava prevista e era o ponto de partida para a história da família Evaristo. Foi uma trama linda de contar e que me deixou mais próxima do público de casa. No meio desse trabalho, surgiu o chamado para “Volta por Cima” e me apaixonei pela Neuza. É uma personagem que me toca profundamente desde a primeira leitura.
P – Em que sentido?
R – A figura da Neuza é riquíssima e representa um coletivo. Ela é uma mãe solo como muitas que temos pelo Brasil. Sustentou sozinha o filho e me faz lembrar da trajetória da minha mãe, que teve de dar conta de três filhos de forma independente. É nela que eu penso para interpretar esse papel forte e do povo.
P – Depois de muito tempo, Neuza teve de tornar pública a identidade do pai de Jão (Fabrício Boliveira). O que muda com essa revelação?
R – A personagem ressurge mais leve, sem o peso de um segredo desses na consciência. Mas é claro que a relação entre mãe e filho, que sempre foi de muita cumplicidade e amor, fica seriamente abalada. Com o tempo, o Jão vai perdoar a Neuza. Até lá, entretanto, muitas lágrimas ainda vão rolar. Confesso que tenho amado o desenvolvimento da personagem e me sinto muito segura nas cenas com Fabrício. A gente se conhece há anos e temos uma linda e intensa troca artística.

“Volta por Cima” –de segunda a sábado, às 19h, na Globo.

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