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Caderno B Sexta-feira, 22 de Dezembro de 2023, 11:06 - A | A

22 de Dezembro de 2023, 11h:06 - A | A

Caderno B / VITRINE

Lugar marcado

Acostumado a fazer policiais, Alex Nader até fez teste para um papel de advogado, mas acabou como um delegado em “Amar É para os Fortes”



por Márcio Maio TV Press                

Alex Nader bem que se esforçou para evitar interpretar o delegado Borges em “Amar É para os Fortes”, série que estreou em novembro no Prime Video, mas não colou. Não que o ator quisesse ficar de fora do projeto, longe disso. É que como já tinha outros personagens ligados às forças de segurança no currículo e, ao ser sondado para a produção, havia a chance de dar vida a um advogado, o carioca fez questão de frisar que gostaria de ficar com este papel.

Pedi para fazer o advogado porque queria fugir de mais um policial, mas não teve jeito. Eles viram meu teste e decidiram me dar o Borges, que não estava nos planos”, conta ele, que atuou como policial também em “Arcanjo Renegado” e “A Divisão”, do Globoplay, e no filme “Alemão 2”, entre outros trabalhos.        

É muito bom ver pessoas negras em lugar de poder

         Em “Amar É para os Fortes”, Borges é um tanto truculento quando quer usar do próprio poder para conseguir o que quer. “Mas tem também o lado humano, que é a relação de amizade com a família do Rodrigo, o que faz com que ele cometa um crime”, entrega Nader, referindo-se ao personagem interpretado por Bukassa Kabengele na série. A trama gira em torno do drama vivido por Rita e Edna, vividas por Tatiana Tiburcio e Mariana Nunes, respectivamente. A primeira perde um filho de 11 anos para a violência policial e a segunda é justamente a mãe do oficial que matou a criança.          

       Assim que começou a fazer o teste para “Amar É para os Fortes”, Alex Nader sentiu que se tratava de um produto do qual queria mesmo participar. Quando acertou sua participação e começou a mergulhar, de fato, no texto e na construção de personagem, se sentiu ainda mais impactado. “Vi um Brasil mais real. A equipe era majoritariamente negra, o que nos aproxima da nossa realidade enquanto sociedade. É muito bom ver pessoas negras em lugar de poder”, valoriza o ator, que é casado com a atriz Aline Borges.             

    Acostumado a dar vida a oficiais da polícia na tevê e no cinema, Alex assume que usou esse “vasto conhecimento no tema” em seu processo de composição para “Amar É para os Fortes”. Mas nem sempre é desse lado que ele fica nas tramas policiais. Em “DNA do Crime”, que estreou na Netflix também em novembro, Nader encarna o chefe da maior quadrilha de assalto a banco do Brasil.

Tivemos egressos penais que já participaram desses crimes conosco, na preparação e em cena. A troca com esses caras foi muito valiosa. São pessoas que estiveram dentro do crime, ocupando esses lugares, e que cumpriram suas dívidas com o estado e saíram para virar empresários, advogados, cantores, influenciadores e também consultores para o audiovisual”, diz ele, que na série interpreta Isaac.      

           A vontade de atuar veio desde cedo. Aos 5 ou 6 anos de idade, Alex já fazia peças no Natal, para a família. Mas a brincadeira ficou mais séria algum tempo depois. “Aos 11, entrei no meu primeiro curso de teatro e não parei mais”, lembra. Com passagens por diversas séries no streaming, Nader reconhece o quanto esse tipo de serviço aquece a teledramaturgia nacional.

É muito importante para expandir nossa arte e cultura para o mundo, além de tirar o monopólio das duas empresas que, antes, eram as únicas possibilidades de trabalho com visibilidade”, aponta.  

Amar É para os Fortes” – Prime Video. “DNA do Crime” – Netflix.

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