por Geraldo Bessa TV Press
Nada tem limitado as ambições artísticas de Luis Lobianco nos últimos anos. O ator, que ficou conhecido entre o grande público pelos trabalhos no humor, tem mergulhado nos mais variados convites dentro da televisão. Atualmente, ele faz uma forte incursão pelo drama na densa segunda temporada de “Os Outros”, original Globoplay, em que vive o solitário Durval. “Tenho buscado personagens complexos. Não quero entrar em nenhum rótulo. Sinto que tenho conseguido fazer isso. Busco não me acomodar em um único gênero”, aponta.
Na segunda temporada de “Os Outros”, Seu Durval, uma das figuras mais conhecidas do condomínio, é um dos novos personagens da nova leva de episódios. Viúvo, ele vive com seu gato de estimação Dudu, a quem ama incondicionalmente. Ele busca na fé uma saída para se livrar de um vício aparentemente adormecido. “Durval é um homem solitário desde que a sua mulher morreu. Por causa da partida precoce da amada, sua saúde ficou bastante debilitada e ele se tornou um homem frágil. O que ameniza sua dor é seu gato de estimação, o Dudu. Durval dedica seus dias a mimar o bicho”, afirma.
P – Ao longo dos anos, você ficou bastante marcado pelos papéis na comédia. Como seu nome chegou ao elenco da dramática “Os Outros”?
R – Foi através de um convite da Luisa Lima, que assina a direção artística. Estava na reta final de “Vai na Fé” quando ela disse que tinha um papel para mim. Eu já conhecia a série e nem pensei duas vezes para topar. Nem sabia o que era, mas já estava dentro. Quando ela me enviou os episódios, eu amei.
P – Ficou surpreso com o convite para um papel mais dramático?
R – Não me surpreendeu porque já era uma busca minha há algum tempo. Quero fazer personagens mais complexos e não entrar em um rótulo. E acho que tenho conseguido fazer. Estou num infantil, depois uma comédia, algo mais dramático... Como não tenho me acomodado em nenhum gênero, acho que as pessoas estão vendo isso. É algo que sempre fiz no teatro. Se puder fazer na tevê, vai ser maravilhoso também.
P – Na história, o Durval é um viúvo solitário. O que chamou a sua atenção nesse enredo?
R – A fragilidade física desse homem. O luto fez com que ele se deteriorasse. Ele tem uma fragilidade, mas não é algo identificável. Isso não é contado na história. É algo da construção do ator. É como se o mundo assustasse esse homem. Fosse vulnerável ao universo. Exerci um lado mais observador para construir esse papel.
P – Como assim?
R – Nunca morei em um condomínio desses, mas tenho parentes que moram. É perto, mas longe ao mesmo tempo. Para construir o Durval, lembrei muito de um personagem do filme “Morte em Veneza” (de Luchino Visconti). O personagem vai se deteriorando também ao buscar uma juventude que não volta mais. Bati muito isso com a equipe de figurino.
P – Recentemente, você também deu início aos trabalhos da nova temporada do “Vai que Cola”, do Multishow. O que pode adiantar dessa nova leva de episódios?
R – O povo da pensão vai voltar para o Méier. Então, temos uma temporada bem nostálgica e de resgate. Vamos resgatar coisas lá do começo do programa. Acho que é uma celebração de um projeto tão longevo. São 12 anos no ar. Tem todo esse clima de celebração. Estou amando.
"Os Outros" – Segunda temporada disponível para os assinantes Globoplay.
“Vai que Cola” – Multishow – Estreia prevista para setembro.